Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Segurança e restrições irritam imprensa

A agitação com os preparativos para a Copa do Mundo da Alemanha se intensifica com a proximidade do evento. Junto com toda a agitação, surgem também os desentendimentos e reclamações, é claro. A alguns meses da Copa, que tem início em junho de 2006, setores da imprensa mostram-se irritados com restrições e procedimentos impostos pela Fifa e pelos responsáveis pela segurança nos estádios.


O Sindicato dos Jornalistas Alemães criticou no início da semana os planos de segurança para o mundial, que incluem verificação de dados pessoais e revistas em jornalistas para que possam reportar de dentro dos estádios. Os procedimentos de segurança serão executados pela polícia federal da Alemanha e pelo serviço secreto do país.


O presidente do sindicato, Michael Konken, afirmou que o processo de checagem vai contra ‘qualquer regra e qualquer direito’. Para ele, os jornalistas estão sendo vistos pelos organizadores da Copa não como parceiros, mas como um risco para a segurança.


As regras valem para todas as pessoas que forem trabalhar nos estádios, e têm como objetivo evitar atentados terroristas. Desta forma, 220 mil pessoas, sejam elas jogadores, repórteres ou faxineiros, serão obrigadas a passar pela checagem. Os jornalistas deverão ter seus equipamentos e pertences verificados eletronicamente.


O porta-voz do comitê organizador da Copa, Jens Grittner, afirmou que a checagem é um procedimento de segurança usual para torneios internacionais. ‘Uma Copa do Mundo não é como ir ao cinema. Nós temos que fazer de tudo para garantir a maior segurança possível nos estádios’, concluiu.


Imagens digitais


A Fifa também é criticada pela Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês) por causa de novas medidas que restringem o uso de fotografias digitais durante partidas de futebol. De acordo com as novas regras, imagens digitais só podem ser divulgadas uma hora depois do apito final. Isso significa que sítios de notícias e outras publicações online não poderão exibir fotografias durante e logo depois dos jogos, quando o interesse do público pelo assunto é maior.


‘Para proteger lucrativos acordos de licenciamento, organizações esportivas criam restrições sem sentido para imagens digitais como condição para que os fotógrafos de jornais cubram os jogos. Isso põe em risco o direito da imprensa de informar seus leitores e limita a cobertura de importantes eventos’, declarou a WAN durante encontro na Dinamarca. Informações da Deutsche Presse-Agentur [14/11/05] e de Jason Deans [The Guardian, 15/11/05].