O Senado do Afeganistão endossou uma sentença de morte entregue por uma corte da província de Balkh a um repórter e estudante de jornalismo acusado de blasfêmia, e criticou a pressão internacional sobre o caso. Perwiz Kambakhsh, de 23 anos, é repórter do jornal Jahan-e Naw e estudante de jornalismo na Universidade Balkh, no norte do Afeganistão. Ele foi detido em outubro e condenado à morte por ter distribuído artigos baixados da internet que supostamente questionavam o Alcorão e o papel das mulheres no Islã.
A declaração do Senado foi assinada por Sibghatullah Mujaddedi, presidente do Senado e ex-presidente do Afeganistão nos anos 90, além de aliado do atual presidente Hamid Karzai. A sentença deve passar por aprovações de cortes superiores e ser aprovada por Karzai. Diversas organizações afegãs e internacionais de direitos da mídia pediram ao presidente para intervir no caso.
O movimento extremista Talibã pediu uma ‘punição severa’ para Kambakhsh, chamado de ‘o novo Salman Rushdie’, em referência ao escritor anglo-indiano cujo livro Versos Satânicos, de 1988, foi considerado blasfemo pelo então líder iraniano aiatolá Ruhollah Khomeini, que pediu que os muçulmanos o matassem. Isto forçou o autor a viver escondido por nove anos. O Talibã governou o Afeganistão de 1996 a 2001, após uma guerra civil entre líderes da resistência anti-soviética que também eram muçulmanos fundamentalistas. Informações da AFP [30/1/08].