Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Um padrão em discussão

O debate sobre digitalização dos meios de comunicação já é realidade há algum tempo, mas o rádio ficou esquecido neste processo. Para avaliar o impacto que o uso dessa tecnologia causará, uma audiência pública foi realizada na Câmara Federal, na terça-feira (11/09), promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

O rádio está presente em 87,9 % dos lares brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (PNAD) de 2006, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A implantação do rádio digital transformará o veículo, alterando radicalmente a forma como o conhecemos hoje. O Ministro das Comunicações, Hélio Costa, vem manifestando sua preferência pelo modelo norte-americano de rádio digital In Band On Channel (Iboc). Especialistas discordam.

Segundo o advogado Joaquim Carvalho, assessor jurídico da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), que participou da audiência em Brasília, não existe hoje um sistema de rádio digital que atenda às características do país. Na sua opinião, o modelo americano (em fase de testes por 18 emissoras comerciais no país) não é o ideal. ‘Esse modelo vai prejudicar os médios e pequenos radiodifusores comerciais, assim como as rádios educativas e comunitárias, porque o preço é muito alto’, comenta.

A deputada Maria do Carmo (PT-MG), uma das solicitantes da audiência, destacou que o debate em relação à radiodifusão digital só está começando. Segundo ela, não há uma posição do governo sobre o padrão adotado. Para o deputado Roberto Rocha (PSDB-MA), apesar da preferência manifestada pelo Ministro, não há há ainda uma definição dos custos dessa convergência ao consumidor. ‘A tecnologia tem que vir para reduzir os custos e ampliar o acesso da rádio à população’, conclui. Ronaldo Ronald Barbosa, assessor técnico da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), acredita que a rádio digital dará maior competitividade às emissoras AM, diante do surgimento de novas mídias com tecnologia digital como o MP3 e o Ipod.

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Da Redação FNDC