Falar do rádio é uma tarefa árdua e de pouco interesse no corpo jornalístico de nosso país, pois para muitos jornalistas (isso é comprovado) o rádio está com seus dias contados, o que promove desestímulo aos que fazem o jornalismo e preferem o glamour da televisão. Isso faz com que não se promovam discussões sobre o que se passa no meio rádio diante de tantos problemas que vemos e que até hoje não se vê providência alguma tanto do poder público quando dos organismos de defesa da comunicação, que são em todo corporativistas e certamente não vão se interessar por uma mídia fracassada.
No meio da discussão sobre comunicação, tentei várias vezes contatar o Fórum Nacional de Defesa da Comunicação sobre o problema do rádio em nosso estado (Ceará) e nunca consegui uma só resposta ou ação no sentido de lutar pela mudança. A pergunta que vem logo em seguida é: rádio não é comunicação? Tentamos contatar com o blog da Magali Prado, que diz que se interessa por rádio, e até hoje não obtivemos resposta alguma. Como dizer que se interessa por rádio se não ouve o interesse dos ouvintes? Gabriel Passajou é outro blog que diz que se interessa por rádio, porém ignora a luta dos ouvintes de rádio, uma vez que tentamos vários contatos e até hoje não obtivemos resposta. A verdade é que estes grupos só buscam seus interesses e não têm amor algum pelo rádio.Uma programação que fale a língua do povo
A luta pela programação de rádio de qualidade é muito dura e repleta de incompreensões, pois há muitos que se dizem amantes do rádio e só buscam o rádio se lhes der dinheiro e poder, como muitos casos com que deparamos e vimos até o presente momento. Há blogs que falam de rádio apenas esporadicamente, escondem os problemas do rádio e até elogiam os que fazem do rádio um espetáculo de pornofonia, discriminações e agressões aos ouvintes. O que acontece no rádio tem participação forte do Ministério das Comunicações, que não fiscaliza as concessões e não exige que a finalidade precípua do rádio seja levada em conta pelos programadores que visam exclusivamente ao dinheiro e ao poder político.
Não podemos deixar o rádio morrer nem podemos aceitar que este meio de comunicação seja dominado pelos grupos religiosos que vendem a fé através das ondas radiofônicas enganando a boa fé de nosso povo. É preciso que haja união dos que realmente querem que o rádio melhore para buscar um processo de reconhecimento do valor do rádio e entender seu desvirtuamento no momento atual, mudando suas perspectivas e lutando por uma programação plural, verdadeira, honesta, ética e, sobretudo, que fale a língua de nosso povo com decisão, galhardia e honestidade.
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Vice-presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza, CE