Os jornais impressos continuam sendo o meio de comunicação mais confiável para o brasileiro, segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (PBM 2015), da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) em parceria com o Ibope. Em relação à edição anterior da mesma pesquisa, realizada em 2013, houve inclusive um aumento na confiança dos brasileiros no jornal impresso. Agora, são 58% que confiam muito ou sempre nos jornais. Antes, o porcentual era de 53%. A pesquisa também indica que, em relação às novas mídias, há predominância da desconfiança: 71% dos entrevistados confiam pouco ou nada nas notícias veiculadas nas redes sociais. Semelhante porcentual de desconfiança foi detectado para a informação publicada em blogs (69%) e em sites (67%).
Na segunda edição da PBM 2015, foram entrevistadas ao longo do mês de novembro mais de 18 mil pessoas (maiores de 16 anos), em 848 municípios. Com uma representatividade nacional e uma amostra que retrata cada um dos 26 Estados e o Distrito Federal, a finalidade da pesquisa é proporcionar um retrato dos hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. A televisão continua sendo o meio de comunicação mais predominante – apenas 5% dos entrevistados não veem televisão – e o uso da internet segue crescendo. Atualmente, o brasileiro permanece conectado à internet cinco horas por dia.
A PBM 2015 indica que idade e escolaridade são fatores que influenciam o grau de exposição à televisão. Os brasileiros mais jovens (16 a 25 anos) assistem a cerca de uma hora a menos por dia de TV que aqueles acima dos 65 anos. E nas casas das pessoas com até a 4.ª série a televisão fica ligada quase 50 minutos a mais do que nas casas das pessoas com ensino superior. Um dado que se destaca é o aumento da exposição à televisão nos dias úteis. Atualmente, os brasileiros passam em média 4h31 por dia expostos ao televisor. Na pesquisa anterior, esse tempo era de 3h29.
Fenômeno global
Segundo os dados divulgados pela Secom, quase metade dos brasileiros já usa a internet (48%) e o uso diário cresceu em relação à pesquisa anterior (de 26% para 37%). Ao contrário da televisão, escolaridade e idade são os fatores que impulsionam a frequência e a intensidade do uso da internet no Brasil. Entre as pessoas com ensino superior, 72% acessam a internet diariamente, numa média de 5h41 durante os dias úteis. Entre as pessoas que completaram até a 4.ª série, apenas 5% usam a internet todos os dias, com uma conexão média de 3h22 por dia. Grandes diferenças quanto ao uso são observadas entre as diversas faixas etárias. Apenas 4% das pessoas com 65 anos ou mais usam a internet todos os dias, ante 65% dos jovens na faixa de 16 a 25 anos.
Na PBM 2015, manteve-se o porcentual das pessoas que leem jornal ao menos uma vez por semana (21%), e 7% dos leitores o leem diariamente. A imensa maioria dos leitores de jornais (84%) respondeu que lê jornal para se informar e se inteirar das notícias. Entre os leitores de jornais, a maior parte (58%) o compra em banca e o caderno habitualmente mais lido é o de notícias da cidade (28%). A escolaridade e a renda dos entrevistados são os fatores que mais aumentam a exposição aos jornais: 15% dos leitores com ensino superior e renda acima de cinco salários mínimos leem jornal todos os dias.
Além de ser o meio de comunicação mais confiável para o brasileiro, o jornal é também o que recebe maior nível de atenção exclusiva. Metade dos leitores de jornal afirmou não fazer nenhuma outra atividade durante a sua leitura. Nesse quesito, as revistas ficaram em segundo lugar (46%). Em relação à internet, menos de um terço dos usuários (32%) não faz nenhuma outra atividade enquanto a acessa. A PBM 2015 indica que comer é a atividade paralela mais comum enquanto se utiliza a internet.
É um fenômeno global a mudança nos hábitos de consumo de informação. No entanto, algumas coisas não mudam, e os jornais mantêm a sua credibilidade. É o reconhecimento de que o jornalismo é essencial para manter-se bem informado, seja qual for a plataforma utilizada para acessá-lo. E é a informação que permite ao cidadão fazer escolhas certas quanto ao seu futuro. Sem o bom jornalismo e a liberdade de expressão, a democracia e o Estado de Direito sucumbem.