Como não podia deixar de ser, hoje o grande tema da imprensa brasileira, como em todo o mundo, é a posse do presidente dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama.
O ‘oceano de faces risonhas’ exibido à exaustão pelas emissoras de televisão e pela internet ontem, é reproduzido hoje nos jornais para mostrar a absoluta empatia entre Obama e a população presente ao National Mall de Washington.
A cobertura dos jornais brasileiros alcança os limites do meio impresso.
Traz o máximo de informações que o papel pode suportar, com grande equilíbrio entre reportagens, artigos e notas curtas.
Mas fica longe do potencial de emoções e informações que a televisão e a internet oferecem.
A posse de Obama define também o limite do jornal impresso.
A imprensa optou por uma cobertura fiel ao espírito da festa.
Como o discurso de Barack Obama, os textos de hoje são sóbrios e realistas.
Obama não se apresentou como o super-homem, mas foi capaz de empolgar.
O leitor está sendo informado de que, mais do que o simbolismo que representa a posse do primeiro presidente negro e seu impacto sobre a história dos Estados Unidos, a disposição anunciada por Obama, de inaugurar uma nova era na liderança americana, marca um momento histórico.
A cobertura jornalística não consegue, evidentemente, abranger todos os desafios que estão contidos na missão que o novo presidente se propõe.
Mas a leitura cuidadosa dos cadernos especiais de hoje dá uma idéia das mudanças que precisam acontecer.
Não se trata apenas de superar a maior crise que se abateu sobre a economia global nos tempos modernos, ou de encontrar uma saída para as duas guerras em que há tropas americanas diretamente envolvidas.
Trata-se de solucionar as crises e voltar alguns passos atrás, para corrigir os erros de algumas décadas, que estão na raiz dos problemas atuais.
Os Estados Unidos não precisam apenas deixar o Iraque e o Afeganistão. Têm que restabelecer relações confiáveis com o mundo muçulmano e interromper o cenário de desesperança que alimenta as milícias do terror.
O governo americano não tem apenas que recompor o seu sistema financeiro: precisa refazer os fundamentos da sua economia e das relações com o resto do mundo com base numa visão de sustentabilidade.
De uma forma indireta, é isso que a imprensa está dizendo nas edições de hoje.