Saturday, 16 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

A nova guerra de Dilma

 

O crescimento econômico vai ser pífio, o grau de confiança dos empresários já andou melhor, os funcionários estão parando o trabalho e o trânsito em Brasília e os trabalhadores ameaçam greve. Mas Dilma Rousseff tem suas armas.

Depois de combater os juros altos, usar o Dia do Trabalho para atacar a “lógica perversa” dos bancos, suspender (via ANS) 268 planos de saúde e 37 operadoras, agora é a vez de Dilma guerrear com as companhias de telefones celulares. A Anatel decidiu bloquear, a partir da próxima segunda, a venda de chips da Tim, da Oi e da Claro em diferentes Estados, inclusive São Paulo.

Bancos, planos de saúde e operadoras de celular encabeçam as listas de reclamações dos órgãos de proteção aos consumidores. Quem tem conta em banco, plano de saúde e celular sabe bem por quê. Nem é preciso citar números.

É a ganância, mas não só. Impera também o despreparo, a ineficiência e o descaso com o cliente. Atire a primeira flor quem nunca teve problema com o celular. Quando você mais precisa, falta sinal ou a ligação cai no meio, uma, duas, três vezes. Há erros nas contas e o atendimento nas lojas e no 0800 é desesperador.

Mas, enfim, vamos esquecer o muro de lamentações para ver a coisa pelo lado político. Funcionários são só parte da população. Consumidores somos “a” população.

O que é mais importante para o país e pesa mais contra ou a favor da popularidade de Dilma? Servidores em confronto com policiais na Esplanada dos Ministérios, por aumentos que podem chegar a R$ 92 bilhões (metade de toda a atual folha de pagamento do serviço público federal)? Ou os consumidores se sentindo vingados?

Como a “faxina” já deu o que tinha de dar, a economia não é nenhuma vitrine e PIB até virou bobagem, o marqueteiro João Santana deve ter tido uma boa sacada. Dilma agora é “a vingadora dos consumidores”.

PS – E as companhias aéreas?