Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

A vez da Arábia Saudita

A presença de grandes construtoras brasileiras na Líbia poderia ter sido um fator de redução da ignorância pela mídia da realidade do país de Kadafi. Não foi o que aconteceu. Hoje há surpresa com o vigor da revolta e com a violência da repressão.


Mas o capítulo que pode desequilibrar toda a conjuntura econômica e política mundial é a Arábia Saudita, cujos conflitos internos começam agora a frequentar o noticiário. Se o fornecimento de petróleo for afetado e os preços explodirem, a situação se complicará muito.


 


Congresso diminuído


A discussão no Senado, hoje, não é mais sobre o valor do reajuste do salário mínimo. O que a oposição pretende contestar, dizem os jornais, são as regras de reajuste, que permitiriam ao governo evitar, nos próximos anos, o debate do assunto no Congresso.


Parlamentares do PSDB falaram em autoritarismo do Executivo, diminuição das atribuições do Congresso. Se quisesse apontar a maior das distorções nas relações entre Executivo e Legislativo, o PSDB poderia citar ninguém menos do que o presidente do Senado, José Sarney. Ele reiterou, ao ser empossado pela enésima vez, a crítica à enxurrada de medidas provisórias. Essas, sim, dominam a pauta e o comportamento do Legislativo.


Por exemplo, o reajuste da tabela do Imposto de Renda, apresentado como contrapartida do salário mínimo de 545 reais, será objeto de uma medida provisória.


Esse debate, a ser acolhido pela mídia, que já tratou inúmeras vezes do assunto, envolve questões de fundo da democracia brasileira.


 


Tortura sem anistia


Outra questão de fundo do processo de consolidação e ampliação da democracia é a abertura dos arquivos da ditadura. No Rio de Janeiro, um procurador militar, Otávio Bravo, defende a tese de que os desaparecimentos sejam considerados sequestros em andamento, crime continuado, caso em que não cabe prescrição nem aplicação da Lei de Anistia.


 


Nordeste indefeso


O Jornal Nacional mostrou ontem reportagem de André Luiz Azevedo sobre uma série de assaltos com dinamite a caixas eletrônicos em pequenas cidades nordestinas. Desde o início do ano foram 27, a maioria na Paraíba. Nenhum dos três jornais mais importantes, Folha, Estado e Globo, deu notícia sobre o assunto. A reportagem havia sido anunciada na edição do Jornal Nacional de segunda-feira.