Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Anônimo viu o que os “cobras” não enxergaram

Está na Folha de S.Paulo de domingo (2/7), pág. D 6 (‘Roberto Carlos empaca no gol’) e não está em nenhum dos comentários dos astros e asteróides que cobriram a Copa para os três jornalões:




‘Possivelmente a maioria dos presentes [ao jogo] não viu o jogador ajeitar a meia e deixar Henry livre para fazer o gol da França. A cena pôde ser percebida claramente pela TV.


O lateral esquerdo era o mais próximo do atacante francês. Mas, em vez de acompanhá-lo, ficou parado na linha da grande área, enquanto Henry completava livre para as redes.’


O resto é uma bomba arrasa-quarteirão contra o falante Roberto Carlos [ver abaixo a íntegra da matéria].


Certo ou errado nas suas conclusões, a verdade é que este profissional não identificado (talvez um novato ou um veterano expert do clube dos não-favorecidos) conseguiu enxergar, a 12 mil quilômetros de distância, aquele detalhe crucial de um dos mais rotundos fracassos da história do nosso futebol.


Ouviu numa rádio ou numa emissora de TV a cabo? Pode ser. De longe, às vezes, sabe-se de mais coisas.


***


‘Roberto Carlos empaca no gol’, copyright Folha de S.Paulo, 2/7/2006


No Estádio de Frankfurt, a torcida brasileira protestou contra Cafu e o técnico Carlos Alberto Parreira, mas Roberto Carlos foi poupado. Possivelmente, a maioria dos presentes não viu o jogador ajeitar a meia e deixar Henry livre para fazer o gol da França. A cena pôde ser percebida claramente pela TV.


O lateral-esquerdo era o mais próximo do atacante francês. Mas, em vez de acompanhá-lo, ficou parado na linha da grande área, enquanto Henry completava, livre, para as redes.


Sempre falante antes e depois dos jogos, Roberto Carlos, como outros jogadores, não quis dar entrevistas após a partida. Preferiu apelar para a ironia, ao afirmar que seu pai o proibia de falar.


Sua saída foi o fim de uma participação ineficaz em mais uma partida decisiva contra a França. Na final da Copa de 1998, também teve atuação pífia na derrota por 3 a 0.


Ontem, pecou pela omissão no lance do gol e por ineficiência no restante da partida.


O jogador foi o mais acionado da seleção no jogo: recebeu um total de 46 bolas. Só que errou muito mais do que acertou.


Defensivamente, foi somente o quarto jogador com mais desarmes, um total de 16. Ficou atrás dos dois zagueiros e do volante Giberto Silva.


O jogador do Real Madrid teve também um alto índice de passes errados. Foram seis falhas e 44 acertos. Isso significa que ele errou mais de 10%, índice bem superior à média brasileira até o mata-mata de ontem.


Ofensivamente, foi um fracasso. Tentou seis cruzamentos, errou cinco deles. Só finalizou uma vez a gol, e errado.


Nesta Copa, foi uma tônica a falta de ímpeto ofensivo de Roberto Carlos. E, quando se aventurou no ataque, não conseguiu produzir grande coisa.


Mais: ficou fora do terceiro jogo, 4 a 1 no Japão, quando o Brasil jogou melhor e seu reserva, Gilberto, marcou um gol.


Ao final dessa partida, Roberto Carlos fez questão de minimizar a atuação brasileira, afirmando que os japoneses, que precisavam vencer, tinham atuado muito abertos.