Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

As bolhas estouram, a vida continua

‘Bolha’ já foi sinônimo de miragem, miragem que desaparece e de ilusões que se desfazem. Mas as bolhas nos pés de Ronaldo, exibidas nos jornais de segunda-feira (5/6) e destacadas no Jornal Nacional do mesmo dia podem ser sinônimos de factóide ou abobrinha, matéria para encher lingüiça e criar expectativas até o início da Copa.


De qualquer forma foi bom ouvir o Juca Kfouri na CBN (5/6) desancar a Nike, uma das patrocinadoras dos mundiais de futebol, porque não acompanhou com a devida atenção os preciosos pés dos seus patrocinados.


Nos pés de Ronaldo, na alma do torcedor ou no carnet dos jornalistas que cobrem a Copa, a metáfora da bolha não deveria ser esquecida. Também na agenda dos políticos. A expectativa eufórica com relação ao que ocorre na Alemanha não pode ofuscar nossa implacável realidade cotidiana. O assassinato do guitarrista e vocalista dos Detonautas no Rio de Janeiro mostra que – com o caneco ou sem o caneco – a vida continua, alheia às batalhas nos gramados.


A coalizão nacional em torno da seleção canarinho está pedindo algo semelhante em matéria de segurança. E um pacto desta natureza só a mídia pode convocar. Esse é o tema do Observatório da Imprensa na TV de terça-feira (6/6). A partir de agora às 23h30 na TV Cultura e muito antes, mas muito antes mesmo, às 22h30 na TVE.