O jornalista independente Shihab al-Timimi, presidente do Sindicato dos Jornalistas Iraquianos, morreu na quarta-feira (27/2) em decorrência dos ferimentos causados por uma emboscada sofrida quatro dias antes. No sábado (23/2), Timimi saiu do sindicato e seguia para uma galeria de arte em Bagdá quando homens atiraram contra seu carro. Ele foi atingido no rosto, ombro e peito, e morreu após sofrer um derrame no hospital. Tinha 74 anos.
Organizações em defesa da liberdade de imprensa e o gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, condenaram o ataque. ‘Isso mostra que os jornalistas iraquianos continuam a viver em perigo’, afirmou Mouayed al-Lami, vice-presidente do sindicato. ‘Nós pedimos ao governo que nos proteja; ou então teremos que ficar quietos em casa’. O gabinete do premiê chegou a oferecer arcar com as despesas caso Timimi tivesse que ser levado ao exterior para tratamento, mas os médicos decidiram não transferi-lo porque sua saúde estava muito frágil.
Ameaças
Arfan Jalil Karim, sobrinho do jornalista, afirmou que ele havia recebido diversas ameaças, incluindo ligações para seu celular e para o número de sua casa. As ligações, recebidas por Timimi há seis meses, alertavam que ele seria morto caso não deixasse a presidência do sindicato. O filho do jornalista estava com ele no carro e também ficou ferido no ataque, mas sua condição é estável.
O presidente do Iraque, Jalal Talabani, criticou publicamente o assassinato. ‘Este crime prova que os terroristas temem as palavras verdadeiras e a mídia livre porque tentam disseminar a desordem e minar a estabilidade [do país]’, afirmou em declaração postada na internet.
Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, com sede em Nova York, 127 jornalistas e 50 assistentes de mídia foram mortos no Iraque desde a invasão americana ao país, em março de 2003. Informações de Sammer N. Yacoub [AP, 27/2/08].