A ira sagrada abre o caminho para outras fúrias, menos santas, mambembes. E não menos perigosas. O clima de indignação estimulado por setores da mídia a partir do mensalão só favorece irracionalidades.
O processo de saneamento político exige comportamentos que não se ajustam aos delírios. Sobretudo porque delírio puxa delírio e algumas exaltações são recorrentes, antigas, venerandas. Escondidas desde meados de 1980, aproveitam-se do atual forrobodó para produzir seus incêndios particulares.
O deputado e ex-militar Jair Bolsonaro não é um caso singular, foi expulso da sessão da CPI que ouvia o ex-presidente do PT, José Genoíno, mas há outros militares reformados doidos para uma revanche. Não são apenas reacionários e conservadores, estão próximos do fascismo.
Demência e desatino
Um deles chama-se Paulo Sólon, capitão-de-fragata reformado, funcionário aposentado da Petrobrás, colaborador da Tribuna da Imprensa onde se sente muito à vontade para destilar os venenos nacional-socialistas.
O mais grave é que algumas das peças escritas por este ex-oficial da Marinha são reproduzidas pelo clipping eletrônico diário do Centro de Comunicação Social do Exército, com uma vasta audiência no oficialato da ativa. Não se trata, portanto, de um doido marginal, trata-se de um doido integrado a um sistema e ouvido pelas Forças Armadas de um país democrático, comprometido com a luta contra o racismo e o preconceito.
Paulo Sólon parece uma múmia egressa da Ação Integralista Brasileira, repete as insanidades que Plínio Salgado e Gustavo Barroso divulgavam nos anos 1930 combinadas à pregação de Hitler, Goebbels e Himmler. Seu ódio aos judeus é tamanho que ora os acusa de dominar o capitalismo mundial, ora os denuncia como criadores do bolchevismo. Não contente, ataca o Vaticano porque Bento XVI seguindo João Paulo II colocou um ponto final na intolerância religiosa.
Paulo Sólon e seus diferentes anfitriões estão a serviço do desvario, da demência e do desatino. Não adianta enfiar a cabeça na areia, imaginar que não existem.
Estão vivos, eis o que pensam:
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‘O que é democracia’, Paulo Sólon, copyright Tribuna da Imprensa, 9/9/2005
Já declarei nesta Tribuna que a democracia nada mais é que um meio de os ladrões e traidores obterem legitimidade para praticarem sua rapinagem e seu entreguismo. Os traidores e larápios, mãos leves que se apossam impunemente do dinheiro público, naturalmente são grandes democratas. Estão encastelados em todos os partidos políticos.
Pretendem que o vulcão do Planalto entre em erupção. Pensam que tal acontecimento provocará o derrame de lava que irá calcinar os que estão montados no Poder. Mas conseguem imaginar que, logo após o derrame do magma, poderá haver um verdadeiro terremoto. Daí a atual acomodação, pois sabem que, se tal acontecer, correm o risco de ser cassados e caçados.
Portanto, o presidente Lula não sofrerá impedimento somente porque lhe restam apenas 13 meses para a eleição. Não sofrerá porque, além de gatunos e entreguistas, os tais políticos que poderiam impedi-lo são também medrosos e covardes. É óbvio que existem nacionalistas corajosos que poderão assumir rapidamente, da noite para o dia, outra atitude mais drástica em defesa do honrado povo brasileiro. Não importa que tipo de regime poderão implantar. Mas é evidente que o cenário já está sendo analisado.
Não se trata de estabelecer uma revolução cultural, como foi sugerido nas teses do frei Beto apresentadas nesta Tribuna da Imprensa. Nem mesmo dos argumentos apresentados pelo senhor Salomão Rabinovich, também neste periódico. Há de surgir, com certeza, uma ação mais radical, cujo plano certamente já existe. Algo que maximize a repressão, seja lá sob que regime for, desde que defenda a ferro e fogo o interesse nacional. A curto prazo, é o que interessa.
Não estou me referindo à ditadura do proletariado, que nada mais é que a ditadura dos judeus através do proletariado, nem estou me reportando ao lixo e veneno liberal, há muito tempo amontoado por Teodoro Herzl e recentemente espalhado com voracidade predatória sob a forma de neo-liberalismo.
Nem mesmo às idéias que giram ao redor desse centro gravitacional fictício, imaginário, quimérico, denominado ‘Democracia’. Tais idéias, como está para lá de provado em outros países e aqui, foram e ainda estão sendo concebidas, até sob o disfarce de ‘Revolução Cultural’, com o intuito de gerarem um efeito avassalador e destruidor sobre qualquer pretensão nacionalista.
Observemos, por exemplo, o que está acontecendo agora na Mesopotâmia, muito embora tais acontecimentos estejam sendo difundidos (portanto distorcidos) pelos suspeitíssimos meios de formação ‘ad hoc’ da chamada opinião pública. Vejam também como chamam de ‘colonos’ os invasores da Faixa de Gaza. Nada mais que um plano sionista de subjugar por idéias a sociedade humana. Nada mais que um plano sinistro concebido para a completa destruição do nacionalismo.
Concordo com você quando declarou que o Brasil ainda não teve um estadista sequer. Mas tenho dúvidas se alguma outra nação ocidental já o tenha possuído. Um estadista, antes de mais nada, é um nacionalista.
No dizer de Henry Ford, o único digno de tal qualificação, foi justamente Teodoro Herzl, o ‘judeu Genuíno’. Isto porque Herzl foi muito mais além do que todos os estadistas juntos do mundo inteiro. Conseguiu imaginar que o Estado Sionista aconteceria antes do Estado Socialista. Foi quem inventou o ‘Liberalismo’, antes que algum aventureiro conseguisse implantar o socialismo.
Dá para entender agora a razão de toda a sujeira que está ocorrendo entre nós? Dessa nojeira, como disse o presidente Sarney?
O que você chama de imprensa amestrada nada mais é que imprensa liberal, ou seja, imprensa judaica. Inclusive os chamados templos evangélicos nada mais são que sinagogas disfarçadas. Ocorre que já houve um tempo em que a América do Norte, país predominantemente protestante, era denominada por eles de Nova Judéia.
Portanto, já se sabe que a debilidade moral da democracia brasileira é igual e idêntica à debilidade moral de qualquer democracia que não seja a deles, já que o que de fato lá existe é Teocracia. Ou seja, a democracia que preconizam até com certo histerismo é uma degeneração de caráter maligno. Uma depravação moral inaudita. É como um vírus que se espalha, até que junto com o organismo que ataca, perece por fim todo o sistema. Tal como a gripe do frango. [Paulo de Tarso Marques Solon é capitão-de-fragata reformado com curso de Comando-e-Estado Maior da Escola de Guerra Naval, funcionário aposentado da Petrobras. Bacharel em Administração e Mestre em Comunicação pela UFRJ]
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‘Outros papas, como Paschoal II e Inocêncio não-sei-o-quê, também espalharam o terror e a violência’, Paulo Sólon, copyright Tribuna da Imprensa, 7/7/2005
No dia 22 de junho o Papa Bento XVI declarou que as pessoas rodeadas ‘pelas armações dos malvados’, que não só atentam contra sua existência (a dele?) mas ‘também tentam destruir todos os valores humanos’. (Todos? Não sobra nenhum?)
Nesta parte, pelo menos, o pontífice está de acordo (não sei se parcialmente) com a seguinte tese dos Protocolos Hebraicos: ‘É preciso ter em conta que existem muito mais pessoas com mais do que bons instintos. Por conseguinte, os melhores resultados para dominá-las não se obtêm com argumentações acadêmicas, mas pelo terror e pela violência’.
Estaria, pois, o Pontífice advogando o terror e a violência, como, aliás, está ocorrendo sua atual cruzada? Nada surpreendente, já que houve papa, como Urbano II, que declarou Guerra Santa contra os mulçumanos, distribuindo tickets para o paraíso, provocando, inclusive, o primeiro holocausto judeu, em 1906. Nada surpreendente.
Outros papas, como Paschoal II e Inocêncio não-sei-o-quê, também espalharam o terror e a violência. Provocaram praga, caos e fome. Fizeram guerra não-tão-santa, promovendo sagradas pilhagens. Inclusive, armaram monges, criando a ordem dos Templarários e a dos Hospitalares. E até santos, como São Luís, rei da França, fazendo aliança com os mongóis de Gengis Khan (verdadeira arma de destruição em massa). O objetivo era massacrar os sarracenos, palavra cujo significado em árabe equivale a orientais.
Só que os mamelucos surgiram, como contrapartida, e o rei Luís acabou voltando do mundo dos mortos para Paris. A propósito do seu espanto, várias vezes explicitando, quanto à mudança de atitude do deputado Alberto Goldman e ex-comunista, stalinista ferrenho, digo a você que isso não me surpreende.
Não se esqueça de que o bolchevismo foi uma bolação judaica. Nele, embarcaram os hebreus Kerensky e Trotsky, que compartilhava com Lênin o sumo poder.
Nem o próprio Braunstein (apelido de Trotsky, quando vivia em St. Louis, nos Estados Unidos), com toda a sua percepção, poderia imaginar que o braço armado de Lênin o alcançaria mais tarde no México. E não se esqueça, igualmente, que os mencheviques, que se opunham aos bolchevistas, também eram liderados por judeus, tais como Martow, Lieber e Dom. Assim como os cadetes, em Paris.
Portanto, ‘no surprise’. Migram de um lado para o outro, ou enviam seus representantes, com a maior tranqüilidade, dependendo da situação. [Paulo Sólon é militar reformado e funcionário da Petrobrás aposentado]