Os jornais e revistas do último fim de semana concentraram-se na análise do aparente vigor da economia brasileira, dando repercussão a previsões otimistas sobre o período pós-crise financeira. Também deram espaço para os debates sobre o projeto de construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu, e à eleição indireta do sucessor de José Roberto Arruda no governo do Distrito Federal. Mas o tema predominante, desde sábado (17/4) até as edições de segunda-feira (19) é a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A revista Veja compõe o destaque negativo do período, com uma edição sem pudores: o leitor da revista já não tem como diferenciar notícias de boatos e meros palpites. Aquela que já foi a mais influente publicação nacional não passa de um panfleto. Sua leitura já não é suficiente para dar um retrato da semana e os jornalões de domingo, com seus cadernos especiais, cumprem melhor o papel de resumir o período.
Ainda assim, o leitor de jornais pode se ressentir de algum descompasso no acompanhamento dos fatos: o noticiário e as análises dos cadernos de economia e negócios fazem um otimista e animado retrato do Brasil, mas a seção de política e o noticiário sobre o dia a dia nas nossas cidades revelam as mazelas que ainda emperram a vida dos brasileiros.
Recomendações úteis
Na política, destaque para a campanha eleitoral, que embora ainda esteja fora do prazo legal, é uma realidade indisfarçável. A cada pesquisa, como a que foi publicada no sábado pela Folha de S.Paulo, recrudescem as apostas e se renovam as previsões dos profetas de plantão – com algumas obviedades, como a ‘descoberta’ de que Lula é protagonista de sua própria sucessão.
A escolha do novo governador do Distrito Federal, Rogério Rosso, não mereceu grandes debates sobre o fato de que pelo menos dez dos treze deputados distritais que o elegeram estão na lista de suspeitos no caso que custou o mandato ao ex-governador José Roberto Arruda. Talvez a própria imprensa esteja cansada desse escândalo.
A novela da usina de Belo Monte ganhou ares de filme americano com a presença do diretor James Cameron entre os figurantes, mas ninguém ainda explicou definitivamente se e por que essa usina é necessária.
Por fim, destaque para a previsão de que, na campanha eleitoral deste ano, será recomendável retirar as crianças da sala.