Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Chávez fica oito horas na TV

O líder venezuelano Hugo Chávez bateu um recorde mundial inusitado: falou por oito horas consecutivas no seu programa dominical Aló Presidente!. Os telespectadores puderam acompanhar a façanha, ao vivo pela TV e pela internet (www.alo presidente.gob.ve), de onze da manhã às sete da noite.


Na opinião de Arturo Serrano, cientista político da Universidade Católica Andrés Bello, Chávez governa o país através do Aló Presidente!. ‘É no programa que ministros descobrem que foram demitidos ou admitidos, e que prefeitos e governadores são reprimidos por qualquer ato errado’, avaliou. ‘Aló Presidente é o modo como Chávez comunica com seus partidários e fortalece o vínculo com eles. O programa é um verdadeiro teatro’, opinou Michael Shifter, da ONG Inter-American Dialogue.


O show é gravado em uma locação diferente a cada semana. Desta vez, o local escolhido foi uma plataforma de petróleo em El Tablazo. Chávez começou o programa vestindo capacetes e equipamento para inspecionar as máquinas. ‘As vastas reservas de óleo e gás devem ser usadas para construir a indústria do país e desafiar a hegemonia dos EUA’, afirmou ele. Na medida em que ele falava, releases iam sendo elaborados pelo Ministério da Informação e distribuídos para a mídia.


Eleito pela primeira vez em 1998, Chávez é altamente popular no país, em parte por investir dinheiro do petróleo nos pobres. Ele espera vencer um referendo constitucional no final do ano que cancele limites de tempo para mandatos presidenciais. Em um recente programa, ele teria dito que governaria até 2027. ‘Eu estarei velho, se ainda estiver vivo’, brincou.


Mais que Fidel


Fidel Castro – conhecido por seus longos discursos – falou por quatro horas e 29 minutos nas Nações Unidas, em 1960, e seus discursos em Havana tendem a ser ainda maiores, mas não ultrapassaram as horas de Chávez na TV. Bill Clinton era considerado o líder que tinha feito o maior discurso televisionado, com duração de 89 minutos. Informações de Rory Carroll [The Guardian, 25/9/07].