O jornalista Hussein Abdel Ghani, chefe da sucursal do Cairo da rede al-Jazira, foi detido pela polícia do Egito sob acusação de espalhar informações ‘falsas’ durante a cobertura dos atentados a bomba na península do Sinai. Um porta-voz do Ministério do Interior afirmou que o jornalista foi levado a interrogatório após noticiar uma explosão na província de Sharkia, na quarta-feira (26/4). Segundo o Ministério, a reportagem da emissora foi falsa e disseminou confusão no país.
‘Ele disse que houve um incidente em Sharkia, e nada aconteceu. Ele está espalhando confusão’, afirmou o porta-voz. ‘Quando ele disse que houve a explosão em Sharkia, levando todos a se perguntar sobre algo que não aconteceu, de onde ele tirou isso?’, completou.
A al-Jazira informou, em um boletim na manhã desta quinta-feira, que Ghani foi preso em seu hotel no resort de Dahab, onde atentados a bomba na segunda-feira (24/4) deixaram ao menos 21 mortos. ‘O promotor ordenou a prisão por causa de investigações sobre a acusação de transmissão de informação falsa, que as autoridades afirmaram ter como objetivo espalhar o caos no país’, declarou a emissora em seu sítio na internet.
Ataque suicida
Segundo informações da Associated Press [26/4/06], dois ataques suicidas ocorreram na quarta-feira também na Península do Sinai, próximo à fronteira com Gaza, atingindo veículos das forças de paz e da polícia. De acordo com o Ministério do Interior, apenas os dois suicidas morreram, e não houve feridos. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques.
A popular e polêmica al-Jazira, com sede no Catar, já foi banida de diversos países Árabes por sua – muitas vezes – controversa cobertura de eventos em uma região acostumada à mídia controlada pelo Estado. Pelo menos dois dos correspondentes da rede já foram presos. O caso mais conhecido é o do jornalista Tayseer Alouni, condenado por um tribunal espanhol sob acusação de conspirar com militantes do grupo terrorista al-Qaeda. Informações da Reuters [27/4/06].