Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

CIA tenta impedir livro de memórias de ex-agente

A ex-espiã da CIA Valerie Plame e a editora Simon & Schuster, que publicará suas memórias, abriram um processo na semana passada contra os diretores da agência de inteligência americana J. Michael McConnell e Michael Hayden, que tentam impedir a publicação do livro. O objetivo da censura é evitar que Valerie revele os períodos em que trabalhou para a agência.

Segundo as regras da CIA, qualquer publicação de autoria de agentes e ex-agentes deve ser aprovada por um conselho de revisão, para evitar que material secreto seja divulgado ao público. A agência pediu que ‘partes significativas’ do manuscrito de Valerie sejam ‘omitidas ou consideradas ‘ficção’ para proteger a confidencialidade do serviço antes de 2002’.

Vazamento

O livro de Valerie será intitulado Fair Game (Jogo Limpo, tradução livre). A agente teve sua identidade secreta revelada em artigo do colunista sindicalizado Robert Novak em julho de 2003, logo após seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson, ter sido reconhecido como um crítico ferrenho à postura do governo Bush diante da guerra no Iraque. A longa investigação sobre o vazamento da identidade levou à condenação de Lewis Libby, então assessor do vice-presidente Dick Cheney, por perjúrio e obstrução à justiça.

As datas que indicam os períodos de serviço de Valerie estavam em uma carta enviada pela agência em 2006, depois que ela solicitou informações sobre os benefícios de sua aposentadoria. O porta-voz da CIA, Mark Mansfield, disse que a carta foi um ‘erro administrativo’ porque continha informação confidencial. Segundo ele, já foram tomadas providências para consertar o problema. ‘A preocupação é que a publicação do manuscrito cause prejuízos adicionais às operações e afete a habilidade da agência em conduzir atividades futuras’, afirmou. Informações de Michelle Nichols [Reuters, 31/5/07].