MÍDIA & POLÍTICA
Malandragem virou-se contra os malandros, 27/09/07
‘‘O que é considerado degradante para um trabalhador do Sudeste pode não ser considerado degradante para um trabalhador no Norte ou no Nordeste’. Só essa incrível declaração da senadora Kate Abreu (DEM-TO), pronunciada diante de câmaras de televisão mas estranhamente não reproduzida por nenhum dos grandes jornais do país, é suficiente para demonstrar como uma boa parte dos grandes proprietários rurais da região norte do país considera ‘dentro das condições do mercado’ (as aspas são minhas) aquilo que fiscais do Ministério do Trabalho consideram degradante e situação análoga à dos escravos.
Dona Kate, grande proprietária no Tocantins, articulou a criação e visita de uma comissão de senadores atendendo protesto de uma fazenda da Pagrisa – Pará Pastorial e Agrícola S/A. O protesto foi encampado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) que logo formou um grupo de senadores para visitar a fazenda. A Pagrisa é a maior produtora de álcool e açúcar do Pará.
A comitiva contra a autuação e multa imposta pelos fiscais, ‘na maior libertação de escravos libertação de trabalhadores’ (1.064) ‘já feita pelo ministério.’, segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Rápida e vigorosamente, Lupi entregou ao senador José Nery (PSOL-PA), presidente da Subcomissão Temporária do Trabalho Escravo, subordinada à Comissão dos Direitos Humanos, os 18 volumes do relatório da ação dos fiscais. E explicou que os senadores só tinham ido à usina ‘e não ao canavial, distante uma hora de caminhada’, o que teria resultado ‘na desqualificação de um trabalho brilhante’.
A de Inspeção do Trabalho, Ruth Vilela, corroborou a reação do ministro, suspendendo o trabalho da equipe móvel de fiscais, alegando inclusive que eles vês vêm sofrendo ameaças de morte.
O ‘itinerário’ promovido pela Pagrisa me faz desconfiar que o protesto e o arranjo parlamentar montado por dona Kate e Flexa Ribeiro tenham sido uma grande montagem para desmoralizar nacionalmente o trabalho dos fiscais, convidando até jornalistas e cinegrafistas para registrar a pantomima. Espertamente incluíram na comissão externa senadores como Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Romeu Tuma (DEM-SP), que chegaram inclusive a dar no próprio local depoimentos de que nada tinham visto de anormal.
Mas, com a ação do ministro Lupi, senadores da Subcomissão do Trabalho Escravo – Paulo Paim (PT-RS), Patrícia Saboya (PSB-CE), Sibá Machado (PT-AC), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) – também se manifestaram em defesa dos fiscais e pediram que eles retornem ao trabalho.
Enfim, os cristãos podem afirmar que a mão de Deus assumiu a defesa dos fracos e virou a malandragem contra os malandros. A imprensa que eles levaram para a Pagrisa, com a intenção de documentar a ‘injustiça’ dos fiscais acabou documentando a frase de dona Kate, a mais veemente demonstração do que ela pensa sobre o axioma republicana e democrático de que todos são iguais perante a lei e a Justiça. O ‘lobby’ dos proprietários rurais, dominante no Senado e que há mais de três anos evita a votação da chamada PEC do Trabalho Escravo, ficou exposto à opinião pública.
Nesta coluna mais uma vez cafetizo o trabalho dos repórteres Lúcio Lambranho e Edson Sardinha, do site www.congressoemfoco.com.br, que, como vocês poderão comparar, foi muito mais completo e minucioso na cobertura deste assunto do que o mostrado pela grande imprensa. O que realmente me confunde porque há muitos anos os jornalões vêm mostrando maior empenho na defesa das teses do empresariado industrial, que incluem relações de trabalho dignas em todo o território nacional. Desconfio que o espetacular sucesso do agronegócio e, especialmente, as novas perspectivas para o etanol estejam trazendo de volta a influência que os barões da cana de açúcar tinham em nossa imprensa há 50 ou 60 anos.
Tião Copeba fazia samba mas também dava ‘furo’
Os obituários dos jornais cariocas registraram a morte de Tião Copeba, grande sambista da Império Serrano. Mas Tião era do tempo em que sambista não dava show na Zona Sul nem ganhava direito autoral. E tinha de garantir o feijão dos meninos lá em Madureira como repórter setorista no Tribunal de Justiça.
Era bem querido por juízes, promotores e advogados. E era o único repórter profissional sobrevivente na redação do Diário de Notícias, quando Olímpio Campos – sabe Deus como – assumiu como dono. Topei assumir a editoria do jornal Diário de Notícias em seus últimos estertores, porque Olímpio Campos – um simpático malandro que se arrumava como colunista social e acabou diretor – também sabe Deus como – morreu diretor de uma empresa imobiliária de Roberto Marinho.
Tião entrou na redação em meu segundo dia como editor, chegou na minha mesa e disse: ‘Hoje não tenho nada, chefe, mas amanhã vou ter uma grande notícia.’ Respondi que jornal não podia ter essa de guardar notícia para o dia seguinte. E ele me explicou que um juiz havia dito a ele no fim do expediente: ‘Vou para casa levando a ação contra a taxa do lixo, vou dar parecer favorável, amanhã te dou.’
Esperneei, é claro, e mandei que ele corresse atrás do juiz. Tião telefonou na hora e ouviu a sentença por telefone. Voltou todo satisfeito e quando meti a manchete na primeira página do jornal – ‘Juiz revoga taxa do lixo’ – Tião saiu sambando pela redação e disse que ia distribuir o jornal do dia seguinte em Madureira.
(*) Milton Coelho da Graça, 76, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’
CÓDIGO DE ÉTICA
Imagens podem ser alteradas mas leitor deve ser avisado, 1/10/07
‘‘O jornalista deve rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras manipulações’. Essa é mais uma das atualizações do Código de Ética dos Jornalistas. Há 20 anos – data da última versão do código – não existia fotografia digital e a inexistência de softwares de imagem tornava qualquer manipulação bem mais difícil do que atualmente.
Participante ativo do Congresso Nacional de Jornalistas que debateu as principais propostas de atualização do Código, o presidente da Arfoc SP (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo), Rubens Chiri, acredita que o artigo sobre manipulação de imagens digitais deveria ‘ser até um pouco mais proibitivo’ do que ficou na versão final.
‘A proposta da Arfoc SP no congresso era a proibição total [de qualquer alteração em imagens] mas ainda tivemos de ceder um pouco’, declarou Chiri.
A ‘cessão’ citada por Chiri se refere à frase ‘sempre informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem’, que significa uma permissão a algumas alterações nas fotografias jornalísticas, desde que se informe ao leitor.
‘Meu medo é achar que eles [editores] vão usar sempre a justificativa de que a modificação serviu para melhor visualização, para ganho de informação. Só que às vezes um corte na fotografia pode mudar o sentido que se quer passar. Então a sociedade muitas vezes fica refém de profissionais mal intencionados’, acrescentou.
Da mesma forma que o caso do uso de câmeras escondidas, o presidente da Federação Nacional de Jornalistas, Sérgio Murillo, lembra que, ‘a preferência é por não mexer, a imagem não deve ser alterada de modo algum. Mas quando isso for feito para facilitar a leitura da imagem, deve ser comunicado ao leitor e ao autor da fotografia’.
Ir além
O editor de Fotografia do jornal O Estado de S. Paulo, Juca Varella, se diz ‘100% de acordo’ com o conteúdo do artigo e com a inserção deste no Código de Ética, mas defende que nesse ponto específico [imagem] ‘o código poderia ir além’.
‘Acho tênue a regulamentação de imagens em websites, por exemplo. Mas eu concordo que, na função do repórter de imagem, intermediar a notícia através de recursos eletrônicos de captação de imagens não pode haver influência nem por supressão de elementos da imagem, acréscimo de outros elementos, nem distorção da real situação da realidade captada’, disse.
Varella afirma que, nas circunstâncias nas quais as alterações podem ser toleradas, é obrigação avisar ao leitor. ‘O local ideal é na legenda. ‘Fotomontagem ou arte sobre fotografia de fulano de tal’. E não se pode esquecer do autor, que deve ser avisado de que sua foto foi alterada’.
Sobre as artes e infográficos, Varella destaca uma atenção especial. ‘Acontece muito de brincarmos com as fotos, montarmos um goleiro na frente do outro, por exemplo. É importante fazer uma separação muito clara sobre o que é fotojornalismo, foto de publicidade ou marketing e o que é trabalho de arte’.
Como no Estadão toda fotografia passa pela editoria de imagem, ele conta que ‘aqui é absolutamente proibida foto alterada, turbinada na luz, na cor, absolutamente proibida. Não existe. Quando há erros, a gente percebe. Esse tratamento rigoroso evita erros’, finaliza Varella’
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Após 20 anos, jornalistas têm novo Código de Ética, 25/09/07
‘A versão final do novo Código de Ética dos Jornalistas foi publicado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). As propostas de atualização do código – vigente desde 1987 – foram apresentadas em congresso da Fenaj entre os dias 03 e 05/08. Entre as principais alterações que a nova versão do código traz, destacam-se a inclusão de artigos sobre o uso de câmeras e gravadores escondidos em reportagens, manipulação de imagens digitais e artigos reiterando a função de assessoria de imprensa como uma atividade jornalística.
‘A Fenaj fez sua parte, está aí o novo código atualizado. Ele é bastante similar aos códigos deontológicos (que prezam pela moral pública) que existem pelo mundo. Este é o quarto código do Brasil. Assim como a moral está em constante mudança e transformação, é claro que o código vai sofrendo atualizações conforme as mudanças nas práticas da profissão’, disse o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo.
Membro da equipe de trabalho que sistematizou as propostas de alteração que foram colocadas sob consulta pública, a jornalista Carmem Pereira explicou que a maioria dos equipamentos utilizados hoje não existia há 20 anos, e por isso a necessidade da atualização, principalmente no que diz respeito aos recursos utilizados pelo telejornalismo.
‘Não tínhamos os equipamentos minúsculos como temos agora, por exemplo. O código novo faz restrições ao uso de equipamentos escondidos, mas não proíbe. Do ponto de vista ético, ele é aceito, mas o que deve prevalecer para utilizar um equipamento como esse, esgotadas as outras possibilidades, é o interesse público’, conta Carmem.
O presidente da Fenaj afirmou ainda que, de modo geral, existe pouco debate sobre a profissão. ‘Se discute pouquíssimo sobre os dilemas éticos, mas esse quadro já foi muito pior. As escolas de jornalismo do País deram uma contribuição grande e alguns instrumentos criados, observatórios em universidades. Mas, infelizmente, qualquer iniciativa que cobre posturas éticas no Brasil é logo acusada de censura. Não se pode ficar agarrado a esses preconceitos’.
Próximos passos
Murillo acrescentou que a Fenaj seguirá lutando para que exista um órgão que ‘zele pelo cumprimento do Código de Ética dos Jornalistas’ a exemplo do que faz a OAB e outras entidades. ‘A função acaba sendo indevidamente dos sindicatos, só que esse não é o papel deles. Mas não ficamos de braços cruzados. Vamos lutar pelo Conselho Federal de Jornalismo, para que este zele pelo cumprimento do código’.
A nova diretoria da Fenaj, que tomou posse em agosto deste ano, se reúne em outubro para planejar a nova gestão. Já é possível adiantar que em agosto do ano que vem haverá um congresso de jornalistas em São Paulo para marcar os 200 anos da imprensa no Brasil e os 80 anos de regulamentação da profissão. ‘Esse processo (do CFJ), já bastante antigo, terá uma oportunidade de ampliar o debate entre os jornalistas e a sociedade, convidando representantes de categorias que já têm conselhos, sempre da maneira mais democrática possível’, finalizou Murillo.
Até o fim da semana, o Comunique-se vai publicar matérias com detalhes sobre cada uma das alterações feitas no Código de Ética.’
Carlos Chaparro
O novo Código avança, mas poderia ser bem melhor, 28/09/07
‘O XIS DA QUESTÃO – Ética é valor; Deontologia, norma. Ética se expressa em ideários; Deontologia, em deveres. Ética é causa, fonte de razões; Deontologia, a orientação disciplinar para o agir decorrente e coerente. Quem fez, discutiu e aprovou o texto do novo Código de Ética dos jornalistas fez omelete de coisas que deveriam ser articuladas, não misturadas.
A oficialização do novo Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros constitui, sem dúvida, uma boa notícia. Melhor, ainda, se aceitarmos como verdadeira a afirmação de que o novo texto resultou de um longo e sério processo de debate dentro da categoria. De qualquer forma, com mais ou menos debate, o texto está aprovado, divulgado e passa a ter função de norma referencial para os ordenamentos e comportamentos da profissão. E esse parece ter sido o principal objetivo do novo Código.
Mas numa profissão e numa atividade em que a liberdade é fundamento essencial, e em que os valores do interesse público devem ser variável determinante das decisões, as razões das escolhas têm de resultar mais da consciência do que da norma. Só para exemplificar: foi a consciência cívica, e não a norma legal, que levou a imprensa a dar grande cobertura às greves históricas do ABC, com as quais, sob a liderança de Lula, os trabalhadores enfrentaram a ditadura.
De qualquer forma, é preciso dizer que, na comparação com.o texto do Código anterior, houve sem dúvida um bom avanço qualitativo, em especial do que se refere ao substrato de valores que permeia a totalidade do texto, ainda que sem amarração consistente.
Mas há, pelo menos, cinco grandes reparos a fazer:
1) A mistura pouco lúcida, quase obtusa, de Ética e Deontologia, tanto na formulação e no ordenamento dos conceitos quanto no esqueleto da forma. Ética é valor; Deontologia, norma. Ética se expressa em ideários; Deontologia, em deveres. Ética é causa, fonte de razões; Deontologia, a orientação disciplinar para o agir decorrente e coerente. Quem fez, discutiu e aprovou o texto do novo Código fez omelete de coisas que deveriam ser articuladas, não misturadas.
2) A redação do texto é tecnicamente precária em vários momentos, e pobre, sob o ponto de vista da elegância sintática. Dois recortes de demonstração:
a) No item II do artigo 2º está escrito que ‘a produção e a divulgação da informação devem-se pautar pela veracidade dos fatos (…)’. Ora, os fatos têm a inevitável variável da veracidade, ou não o são; a veracidade que se exige do jornalista é a do relato dos fatos.
b) O Artigo 12º começa com ‘O jornalista deve:’. Vinte linhas à frente, está o item VI, assim redigido: ‘(…) promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e defender o direito de resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou mencionadas em matérias de sua autoria(…)’. Ora, esse pronome sua refere a um sujeito (‘o jornalista deve’) afastado por exatas 125 palavras. É distração demasiada para um documento de tal importância, ainda por cima redigido, conferido e corrigido por jornalistas.
3) O termo ‘interesse público’ aparece pelo menos cinco vezes no texto, sem que se explique o que se quer dizer com isso. Como, no documento, a palavra ‘Ética’ nem uma só vez é usada como tema ou conceito (quando usada, serve apenas para dar nome ao Código e às Comissões), podemos supor que se atribui ao termo ‘interesse público’ a função de cobrir a ausência da palavra e do conceito ‘Ética’. Mas, do jeito que está e é usado, o termo ‘interesse público’ cumpre apenas papel de jargão simplificador. Para um Código de Ética, é pouco, muito pouco.
4) É concessão grave às deformações do mercado de trabalho o fato de o próprio Código Ética declarar tolerável que um jornalista trabalhe simultaneamente em redações e em empresas de assessoria de imprensa. Qualquer que seja a realidade, e mesmo considerando que assessor de imprensa pode e deve ser jornalista (essa é a minha opinião), a separação dos campos de atuação teria de ser uma questão de princípio inegociável. Porque um Código de Ética tem de estar acima das circunstâncias da realidade.
5) Falta, na introdução ou no fecho do Código, um bom naco de texto sobre a dignidade da profissão, tendo em vista o papel que lhe cabe na realização dos objetivos maiores da sociedade. Acredito, até, que a colocação da dignidade da profissão como moldura iluminada e iluminadora do Código, ajudaria a tirar do texto o tom autoritário que lhe é dado por condicionantes do tipo ‘o jornalista não pode’.
É o que dá falar em Ética pensando em Deontologia…
(*) Manuel Carlos Chaparro é doutor em Ciências da Comunicação e professor livre-docente (aposentado) do Departamento de Jornalismo e Editoração, na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, onde continua a orientar teses. É também jornalista, desde 1957. Com trabalhos individuais de reportagem, foi quatro vezes distinguido no Prêmio Esso de Jornalismo. No percurso acadêmico, dedicou-se ao estudo do discurso jornalístico, em projetos de pesquisa sobre gêneros jornalísticos, teoria do acontecimento e ação das fontes. Tem quatro livros publicados, sobre jornalismo. E um livro-reportagem, lançado em 2006 pela Hucitec. Foi presidente da Intercom, entre 1989-1991. É conselheiro da ABI em São Paulo e membro do Conselho de Ética da Abracom.’
TELEVISÃO
Fazer TV é melhor do que assistir, 21/09/07
‘Há muitos anos, Noel Coward, o grande dramaturgo inglês, já dizia: ‘Televisão é para se aparecer, não para se assistir’. Quanta sabedoria!
Da mesma forma, sem tanta ‘sabedoria’, tento convencer nossos leitores, que, ao invés de assistir TV ou participar de TV, eles deveriam fazer TV. Você pode não acreditar, mas já é possível, não custa caro, não requer licença do governo (pelo menos, por enquanto), é muito divertido e pode ser ainda mais…lucrativo.
Atitude.com
Semana passada a TV brasileira completou 58 anos de bons e maus serviços. Não é mais um meio considerado jovem repleto de promessas. A TV é como o Brasil de FHC, ‘é isso aí!’ Se você gosta. Tudo bem. Mas se você acha que é muito ruim ou poderia pelo menos ser melhor, temos um problema.
Para comemorar e comentar o início das transmissões de TV, fui convidado a participar do programa Atitude.com da TVE do Rio de Janeiro (ver aqui). Apresentado pela jovem e talentosa baiana Liliane Reis, segundo a divulgação, o Atitude.com é um ‘programa dinâmico, divertido, voltado para o público adolescente e trata de assuntos como drogas, descoberta da sexualidade, relacionamentos e muito mais’.
Feito em parceria entre a TVE Brasil (Rio de Janeiro) e a Rede Brasil, sempre ao vivo, das 18h às 19h, o programa ‘recebe a participação de convidados para debater o tema do dia e de uma banda para agitar a galera, mas o destaque é a participação dos jovens por telefone, fazendo e respondendo perguntas’.
O tema do programa da última terça foi ‘O jovem que faz TV’. E como a TV brasileira fazia aniversário, também debatemos com ela está e para onde vai. Ou seja, qual seria o futuro do meio?
Em se tratando do futuro da TVE e sua transformação em TV dos Companheiros, perdão, quero dizer, TV Brasil, o tema não pode ser mais apropriado.
TV falta tudo
Por outro lado, procurei destacar a importância de programas ao vivo. Sei muito bem que esse tipo de produção televisiva é uma solução ‘econômica’, mais barata, para TVs abertas com poucos recursos. A não ser as TV universitárias brasileiras que não gostam e não querem TV ao vivo por outros motivos. TV ao vivo é difícil de controlar e censurar. Mas isso é uma outra história.
Nessas ‘TVs com falta de quase tudo’, a TV ao vivo é a única opção para se fazer TV de verdade. Perde-se em qualidade, mas ganha-se em agilidade, interatividade e às vezes, em criatividade.
TVs guerrilheiras
Quem não tem os recursos da todo-poderosa Rede Globo, tem que partir para a Guerrilha Tecnológica. Tem que fazer TV com o que tem e não com o que gostaria de ter. O conteúdo original compensa todas as deficiências de qualidade da imagem. TV na Internet também deveria ser gratuita.
Esta semana as redes de TVs americanas ABC e NBC anunciaram como grande novidade o que o New York Times já tinha aprendido há muito tempo. A partir de agora, os principais shows dessas emissoras estarão disponíveis na rede. É uma nova forma de TV.
As redes americanas perceberam que conteúdo gratuito ainda é o melhor caminho para conquistar o público da Internet. Pelo menos, por enquanto. De qualquer maneira, temos que repensar formas de ganhar dinheiro com ou sem publicidade com as TVs guerrilheiras na Internet.
Esse deveria ser o princípio de quem se aventura a produzir TV na rede. Não se pode, ou não se deveria copiar os modelos existentes. Deveríamos, sim, experimentar novos conteúdos, linguagens e formatos. Na rede, com custos irrisórios e enormes possibilidades, não temos nada a perder.
TVs inovadoras
Mas de qualquer maneira ainda é melhor produzir qualquer coisa, copiar os modelos existentes do que… não fazer nada.
Volta e meio, recebo emails de alunos, professores e pesquisadores relatando frustração em relação ao conteúdo das TVs na rede e solicitando indicações de TVs inovadoras.
Primeiro, é preciso repensar o conceito de TV quando nos referimos à Internet. Não é a mesma coisa que TV tradicional. É algo que ainda está sendo inventado. Mas não pode ser a mera retransmissão da TV tradicional por um novo meio.
A proposta inovadora é conquistar uma forma diversificada de ver e fazer TV. Mas isso requer criatividade, ousadia e tempo.
Alguém ainda vai dar um estalo e ‘inventar’ programas melhores e mais específicos para a rede.
Por enquanto, a grande inovação é poder fazer a sua própria TV em casa, no escritório, no seu condômino ou na sua empresa.
E vocês podem acreditar. É muito melhor fazer TV do que assistir ou participar de programas de TV.
Agora é a sua vez de desligar o aparelho e reinventar a televisão.
(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Trabalhou no escritório da TV Globo em Londres e foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’ e ‘O Poder das Imagens’. É torcedor do Flamengo e não tem vergonha de dizer que adora televisão.’
TV Cultura comemora 40 anos com nova logomarca da FPA, 1/10/07
‘A TV Cultura exibe a partir de hoje uma série de programetes como comemoração pelos 40 anos da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da Rádio e TV Cultura. Ao todo dez programetes ‘Fundação Padre Anchieta, 40 anos de Cultura – a história de quem conta a história’, cada um com um minuto e meio de duração, vão ao ar com depoimentos de personagens que fizeram a história das emissoras. A nova logomarca da FPA também será conhecida hoje pelo público.
Eles serão exibidos nos intervalos da programação em uma seqüência de dois inéditos a cada semana. Essa série de depoimentos faz parte de um documentário homônimo de uma hora, que irá ao ar no dia 22/11, com mais outros 20 testemunhos.
Nova logomarca
A FPA também inaugura sua nova identidade visual. A imagem terá uma marca de significativo pelo apelo histórico e cultural, feita pelo viajante espanhol Céspede Xeria, de passagem pela cidade de São Paulo, em 1648. Ele registro o Pátio do Colégio e atrás o antigo Rio Anhembi.
João Baptista da Costa Aguiar, coordenador do núcleo de identidade visual da FPA, conta que essa relação representada na imagem entre o colégio e o rio é a mesma estabelecida atualmente entre a sede da Fundação Padre Anchieta em São Paulo e o Rio Tietê, guardada suas devidas proporções. A nova identidade visual marca a gestão de Paulo Markun à frente da FPA.
Mudanças no Jornal da Cultura
O telespectador do Jornal da Cultura verá hoje um telejornal totalmente reformulado, com uma nova concepção cenográfica – a direção decidiu acabar com a bancada e fazer com que os apresentadores Michele Dufour e Raul Lores circulem por uma espécie de sala de estar, com quatro poltronas e TVs de plasma.
Alexandre Machado, Heródoto Barbeiro, Luis Nassif e Renato Lombardi farão comentários sobre os temas abordados no telejornal. O Jornal da Cultura vai ao ar de segunda a sábado, às 22h.’
TV PÚBLICA
MP de TV Pública deve sair nesta quarta-feira, 1/10/07
‘O jornalista e futuro diretor-executivo da TV Pública, Orlando Senna, confirmou que a medida provisória que criará a Empresa Brasil de Comunicação deve sair ainda nesta quarta-feira (03/10). Logo depois do envio ao Congresso, o governo deve confirmar o nomes de Senna, Helena Chagas como diretora de jornalismo e Tereza Cruvinel como presidente da rede pública, conforme informações já divulgadas. O jornalista e cineasta conversou com o Comunique-se durante a cerimônia que o consagrou como cidadão honorário do município do Rio de Janeiro na Câmara dos Vereadores da cidade, em ato solicitado por Adilson Pires (PT-RJ), hoje, às 16h.
‘Estamos plantando as sementes de uma TV Pública que pretende ser não só uma porta-voz da pluralidade, da diversidade cultural da sociedade, mas também da diversidade de opiniões da sociedade’, declarou Senna, que considera o momento ‘crucial na história da comunicação pública no Brasil’. De acordo com o diretor-executivo, a nova rede irá confirmar o desenvolvimento da ‘diversidade midiática’.
Brasília
A respeito do Rio de Janeiro ser a cabeça de rede da programação, mas Brasília ser a sede do jornalismo, Senna ressaltou que o objetivo é que a Empresa Brasil de Comunicação consiga ter uma ‘organização horizontal e não vertical. Não é uma rede com uma ou duas cabeças’.
‘Todas as grandes emissoras, os grandes jornais têm sua sede principal de jornalismo em Brasília ou uma importante sucursal porque Brasília gera uma quantidade enorme de notícias. Mas a TV Pública terá instalações tanto de jornalismo quanto de produções no Rio, em São Paulo, em Brasília e o grande objetivo que se quer chegar é uma rede juntando emissoras de todas as 27 unidades da federação’, declarou.
Na matéria sobre a contratação de Helena Chagas, o usuário do Comunique-se Luiz André Oliveira chegou a ressaltar que tanto Tereza quanto Helena são jornalistas ligadas à editoria política. Senna descartou uma preferência específica – ele próprio atuou mais em política internacional e na cobertura cultural, também trabalhando como cineasta – e justificou as contratações como profissionalmente corretas.
‘Foram alguns nomes pensados em uma posição-chave na organização da nova empresa. A presidência se ocupa de uma maneira mais presente, mais forte no aspecto estratégico da montagem e no desenvolvimento da empresa e também, evidentemente, da sua responsabilidade frente ao todo’, pontuou. Ele afirmou que durante as conversas sobre o nome ideal ficou claro que deveria ser alguém de jornalismo ou que trabalhasse com outros tipos de conteúdo. ‘Tanto ela [Tereza] quanto Helena podem nos ajudar em ações da TV Pública que possam apresentar o tamanho da diversidade brasileira’.’
INTERNET
Censurado, 27/09/07
‘O que pode ou não ser dito no campo dos comentários e nas listas de discussão da internet? Esta semana, dois incidentes virtuais me levaram a repensar o que é liberdade de expressão.
A primeira questão surgiu da mais pueril das situações: uma lista de discussão sobre calopsitas. Para quem não sabe, uma calopsita é um pássaro, misto de papagaio e periquito, bem colorido e adorado pelas crianças. Quando eu e minha esposa decidimos dar uma para o meu filho, ela se inscreveu em uma lista para se inteirar sobre o assunto.
Papo vai, papo vem, veio o choque: uma das participantes da lista, veterinária, ‘ousou’ criticar um fabricante de alimentos para aves. Foi um comentário simples e corriqueiro, do tipo que fazemos todo o tempo na web, do tipo ‘não compre esta marca de chocolate, ele veio estragado’.
O que seria natural, corre risco de parar na Justiça. Pasmem: o tal fabricante soube que a pobre moça desaconselhou a marca e a notificou, exigindo retratação na lista, ou ela seria processada. Pode, isso?
Pode. De acordo com o Direito Digital, se em uma lista de discussão uma empresa se sentir lesada por um participante que emitiu uma opinião que macule sua imagem, ela pode notificá-lo.
Ao invés do fabricante enviar um e-mail ou correspondência para a moça, pedindo desculpas pelo ocorrido – ela alega que o produto veio mofado, e que havia feito mal às aves -, ele preferiu falar grosso.
O efeito colateral de uma ação com esta, contudo, é avassalador. Até agora, dezenas de comentários postados na lista urgem por um boicote à marca e ao fabricante, que a essa altura já perdeu toda e qualquer razão que poderia ter.
Há situações, contudo, em que o usuário (aparentemente) perde a razão. Como no outro incidente que tenho a relatar, e cujas circunstâncias me levaram – na verdade, quase me forçaram – ao mais lamentável estado de espírito, o mal-humor.
Na semana passada, o campo de comentários desta coluna foi invadido pelo mais barulhento dos bate-bocas e, conseqüência, por agressões, xingamentos e tudo o que costuma levar civilizações inteiras ladeira abaixo.
Fui alvo de alguns destes socos e bofetões. Até um certo ponto, estou acostumado. Sei que o mais complicado ao tornar públicas as nossas idéias é a constatação de que nunca seremos unanimidade. Colunista é sempre alvo – mas, e daí?
Na maioria das vezes, levo no bom-humor; mas, em alguns casos, haja paciência. Foi o que aconteceu na última coluna: passaram do limite. Quando li um dos comentários, fiquei paralisado alguns segundos, tentando, ao melhor estilo Pollyanna, colocar o que o leitor tinha escrito no âmbito da liberdade de expressão e do direito de opinião.
Mas não deu – mesmo. Para que você entenda melhor, foi como se eu tivesse escrito ‘gosto de azul’ no texto e alguém comentasse, do nada, ‘quem gosta de azul é filho da p*’. Sentiram o nível?
Lasquei o mouse no botão ‘Este comentário foge às normas de uso da comunidade’, é óbvio. E retiraram o impropério. Se foi um alívio? Foi, sim. Há um limite entre divergência de opiniões e falta de respeito ao colunista e/ou ao assunto abordado. Mas nem todo mundo concorda, bem sei.
Para muitos, liberdade de expressão é poder dizer o que se quer, e ponto. Vale falta de educação e respeito, então? É assim, mesmo? Pedir para retirar um comentário é censura?
Porém, sabemos muito bem o que é censura: passamos por essa ‘experiência’ ao longo de duas décadas. Censura é a usurpação do direito de expressão, algo tremendamente mais sério que retirar um comentário ofensivo. Esta é a minha opinião.
E você, leitor, o que acha disso tudo? Seria liberdade o direito de dizer ao outro o que dá na telha, sem limite algum, mesmo o do respeito, sem ninguém poder interferir?
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No dia 24 de outubro, quarta-feira, inicio mais uma edição de meu curso ‘Webwriting e Arquitetura da Informação’ no Rio de Janeiro. Serão cinco aulas semanais, sempre à noite. Para mais informações, é só ligar para 0xx 21 21023200 e falar com Cursos de Extensão, ou enviar um e-mail para extensao@facha.edu.br. Até lá!
(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’
JORNALISMO ESPORTIVO
Verdade ou vendagem?, 25/09/07
‘Olá, amigos. O apreço pela informação bem dada sempre foi o que norteou a cobertura esportiva de qualquer jornal que se preze no Brasil. Claro que há casos, felizmente a minoria, em que o que é publicado tem, digamos, ‘recomendações’, de acordo com a linha editorial do jornal, ou do que os patrocinadores da publicação desejam ver nas bancas. Mas o normal é termos um jornalismo imparcial e voltado para a investigação, creio que fruto dos anos de ditadura militar, nos quais a imprensa pouco podia informar sem ser censurada.
No esporte, no entanto, vejo que, fora do Brasil, as coisas são um pouco ao contrário. Dando uma boa olhada nos tablóides ingleses, nos jornais esportivos espanhóis e italianos, e mesmo nas publicações portuguesas, o que se vê é um festival de especulações, a maioria delas sem o menor sentido. Explica-se: como nestes países as entrevistas dos atletas acontecem apenas uma vez por semana, e mesmo assim em coletivas curtas e cheias de recomendações por parte das assessorias de imprensa, os repórteres não têm fatos para preencher as muitas páginas dedicadas aos grandes times (Barcelona, Real Madrid, Milan, Porto, Chelsea e tantos outros), e o que salva o dia é especular.
É comum ver, nas publicações esportivas européias, matérias assinadas, com infográficos e tudo o que se tem direito, sobre uma transferência de jogadores, ou declarações explosivas que jamais aconteceram. Os jogadores sabem que não falaram, os repórteres sabem que não ouviram, e mesmo assim publicam com estardalhaço. O leitor vê a manchete nas bancas e compra o jornal, mesmo sabendo que a chance de aquilo não ser verdade é considerável.
Claro que não estou dizendo que os jornais esportivos europeus são almanaques de fantasia, com mentiras por todos os lados. Há notícias, furos, informações, como todos os que conhecemos. Mas eles se dão o direito de ‘florear’ matérias com declarações que apimentam o teor do que é publicado. E, claro, aumentam (e muito) as vendas.
As conseqüências, claro, não são as mais positivas em alguns casos. Jogadores sem dar entrevistas, portas fechadas para alguns jornais, animosidade em zonas mistas… tudo isso faz parte do jogo na Europa, de onde, algum dia, copiamos o famigerado sistema de entrevistas coletivas nos clubes de futebol, que atormentam a vida dos setoristas de futebol no Brasil.
No Brasil, tudo isso é muito mal visto, o que eu considero ótimo. Não aprovo a nota inventada, não gosto da ‘apimentada’ no teor das declarações e prezo a informação bem apurada como maior chamariz para uma boa vendagem. Mas acho válida, talvez paradoxalmente, uma boa solução de capa, com o destaque bem dado para a principal declaração do entrevistado, ainda que se corra o risco de deixá-la um pouco fora do contexto.
Confesso, no entanto, que está cada vez mais difícil conseguir personagens com personalidade para dar essas declarações. Com as iminentes aposentadorias de Romário e Edmundo, sempre geradores de declarações inteligentes e ‘matadoras’ na construção das manchetes, o caminho ficará sensivelmente mais difícil. E temo que, com isso, o recurso da ‘apimentada’ e do ‘floreamento’ das matérias acabe sendo um caminho sem volta.
(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.’
JORNAL DA IMPRENÇA
Fujimori em cana, 27/09/07
‘As igrejas oferecem
como toda casa de espetáculo
um falso sentimento gregário
(Talis Andrade in Os Herdeiros da Rosa)
Fujimori em cana
O considerado Camilo Viana, diretor de nossa sucursal em Belo Horizonte e leitor de vários jornais além do Estado de Minas, despachou da sede instalada na Avenida Afonso Pena:
A Folha de S. Paulo realmente inova. E cria vocábulos. Na edição de 22 de setembro, página A-15, dá em manchete:
PRESO, FUJIMORI TEM PROBLEMA DE SAÚDE.
E numa janela, ilustrada por desenho, afirma:
A prisão de Fujimori — Local onde o ex-presidente peruano ficará recluido enquanto enfrenta julgamento, segundo o jornal El Comercio.
Camilo não resistiu à comparação:
Aqui no Brasil, político, mesmo saudável, não fica recluso; no Peru, segundo a Folha, fica ‘recluido’. Deve ser melhor…
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Censuraram o hino!!!
O considerado Luiz Oscar Matzenbacher envia de seu exílio o texto que começa assim:
(…) O assunto é de alta relevância. O Hino Rio-Grandense foi vergonhosamente censurado…
Leia no Blogstraquis a íntegra do despacho matzenbacheriano.
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Amaury Jr.
O considerado Alceu Rodrigues Alfaia, estudante de Comunicação em São Paulo, pergunta ao colunista:
‘O programa do Amaury Jr. é ou não jornalístico? Afinal, ali só se vê festas, badalação de gente rica; Amaury não é apenas um colunista social da televisão?’
Ora, Alceu, colunismo social também é jornalismo; Ibrahim Sued, Maneco Müller (Jacinto de Tormes) e tantos outros foram e são excelentes repórteres. O programa de Amaury informa e diverte e ele é um entrevistador muito competente. Janistraquis gosta muito dessa glória de São José do Rio Preto!
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Fantástico!
Tomado de espanto e incredulidade, Janistraquis leu na Folha de S. Paulo:
ARBITRAGEM — Ana Paula fracassa em teste físico
A assistente Ana Paula de Oliveira só voltará aos gramados no ano que vem. Ontem, ela foi reprovada no teste físico da Fifa, em São Caetano do Sul.
Meu secretário balbuciou:
‘Considerado, não é possível Ana Paula fracassar em teste físico!!! Esses burocratas da Fifa não viram aquela edição de PlayBoy?!?!?!’
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Assassina exigente
Janistraquis leu por aí que Suzane Von Richthofen, assassina dos pais e condenada a 39 anos e 6 meses de cadeia, processa o Estado por danos morais e materiais.
Em duas ações judiciais, pede indenizações de R$ 950 mil. Na primeira, alega ter sofrido ameaça de morte e passado fome durante uma rebelião em agosto de 2004, no presídio do Carandiru; na outra ação, garante ter sido obrigada pela diretora-geral de uma penitenciária do interior a dar entrevista coletiva.
Meu secretário, que está a perder a paciência com a Justiça deste país de m…, manifestou graves sinais de depressão:
‘Considerado, se a assassina ganhar um centavo de indenização, é o caso de se promover um camarada durão como Mano Brown a, digamos, algo assim como chefe do Judiciário.’
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Viva Mianmar!
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de cujo varandão debruçado sobre o inacreditável ainda é possível ver a cúpula petista a comemorar o recorde de audiência do seu porta-voz Mano Brown no programa Roda Viva, pois Roldão lia o Correio Braziliense quando tropeçou nesta preciosidade:
MIANMAR – Memória — Herança do Massacre: Os partidários de Aung San Suu Kyi conquistaram 485 das 392 cadeiras do Parlamento, mas os militares se recusaram a acatar o resultado das urnas.
Mestre Roldão fez o seguinte comentário:
Os militares estavam com toda a razão: como é que foram eleitos mais 93 deputados do que o número total de cadeiras?
Parece que os números estão trocados, concluiu Roldão, porém Janistraquis observa:
‘Se no Brasil, onde não há corruptos, do mesmo modo como no Irã não existem homossexuais, vários municípios têm mais eleitores que moradores, por que em Mianmar seria assim tão diferente?
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Mestre Talis
Leia no Blogstraquis a íntegra de Da Solidão das Ruas, cujo excerto encima esta coluna. Os logradouros do Recife assombram e inspiram os poetas, assim a Ponte Buarque de Macedo aparece na poesia do paraibano Augusto dos Anjos.
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Há vinte anos
Numa tarde do primeiro trimestre de 1987, recebi a visita de dois velhos amigos em minha sala da Denison Propaganda, da qual era diretor de comunicação. Dante Mattiussi e Paulo Markun trouxeram um ‘boneco’ do que seria um jornal dedicado às coisas da imprensa, pediram apoio publicitário e me convidaram para ser colunista.
Apresentei o projeto ao presidente Sepp Baendereck e diretores da agência e o sucesso foi tanto, tantos foram os anúncios, que o jornal acabou por se transformar em revista mensal, intitulada Imprensa. O primeiro número surgiu em setembro e minha coluna Perdão, Leitores, a qual recebeu mais tarde o título de Jornal da ImprenÇa, veio junto. Janistraquis e eu estamos a comemorar 20 anos de parceria nessa maluquice que deu certo graças ao apoio dos colegas de todo o país.
No último final de semana, enquanto tomávamos todas pela lembrança daqueles tempos deverasmente inesquecíveis, meu secretário foi cruel:
‘Considerado, não me leve a mal, porém Dante e Markun só te fizeram colunista para agradecer aquele verdadeiro tsunami de anúncios…’
(Leia AQUI o papo com o repórter Tiago Cordeiro)
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Ignorância braba
Deu no UOL Diversão e Arte:
Mostra com imagem de João Paulo 2º sendo sodomizado causa polêmica
MADRID (ANSA) – O arcebispo de Ibiza, Vicente Juan Segura, exigiu hoje a suspensão de uma exposição de imagens pornográficas, na qual o falecido papa João Paulo II aparece em uma cena de sodomia.
No entanto, a prefeitura da cidade recusou o pedido, reivindicando o direito à ‘liberdade de expressão’.
Janistraquis, que nunca foi chegado em religiões mas nem por isso é demasiadamente burro, enxerga na atitude do prefeito de Madrid um sinal de brabíssima ignorância:
‘Considerado, o sujeito não sabe o que é ‘direito de expressão’; as imagens pornográficas que ofendem o falecido papa não são coisa de artista, mas de veado debochado.’
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Ó raios!!!
O jornalista Bill Falcão, de Belo Horizonte, envia título de ‘notícia’ que um amigo leu em hebdomadário lusitano:
Gêmeo tenta se suicidar e mata o irmão por engano
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Expediente manjado
Mais desconfiado do que passageiro de trem para Nova Iguaçu, Janistraquis leu, viu e escutou por aí:
Xarope que pode causar arritmia é retirado do mercado
O laboratório alemão Boehringer anunciou o recolhimento do Silomat, usado contra tosse, após detectar problemas.
Remédio era vendido no Brasil há 40 anos em uma versão e há 24 anos em outra e consumido por cerca de 2 milhões de pessoas/ ano.
(…) A Anvisa informou que nunca houve registro de problema de arritmia relacionado ao uso do medicamento no Brasil. Já a Boehringer disse que não houve nenhum problema grave desde o lançamento do produto no mercado mundial.
Meu secretário, conhecido hipocondríaco que já foi até personagem de reportagem da Folha de S. Paulo, denuncia a, digamos, refilmagem:
‘Considerado, se o remédio é barato, vendido no mundo inteiro há décadas e nunca matou ninguém, está na cara que sai do mercado para voltar daqui a pouco com nova embalagem e, certamente, novo preço.’
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Esquisito idioma
A considerada Arlete Santos de Miranda, advogada em Santos, leu na capa do UOL:
Iraque: EUA libertará 1.500 presos durante mês sagrado do Ramadã
‘Será que não ficaria melhor ‘EUA libertarão’? Ora, se os Estados Unidos da América ‘libertará’ no Iraque, está liberado o ‘agente podemos’ aqui neste país de araque…’
É mesmo, ó Santos de Miranda; a gente podemos, a gente fomos, nóis foi…
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Justificável confusão
Manchete da Folha Online:
Ex-aliado diz que levava dinheiro em malas para Renan
Janistraquis comentou:
‘Considerado, juro que, em vez de ‘levava’, li ‘lavava’; por que será?’
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Nota dez
Convidado pelo Observatório da Imprensa para escrever regularmente sobre televisão, o considerado Gabriel Priolli, que entende mesmo do assunto, mandou ver no artigo de estréia:
(…) Questão complexa para mim, em particular, é a eterna condição de ‘anfíbio’. Sou jornalista e diretor de televisão, sempre transitei da mídia eletrônica para a impressa e, muitas vezes – como agora – as acumulei. E isso é ainda tabu, um impeditivo ético para muita gente. ‘O cara trabalha na TV, como vai escrever com isenção sobre ela?’, indagam.
O que não vale, estranhamente, para o médico que mantém a coluna de saúde e é sócio de hospital; o comentarista de economia que faz palestras pago por empresas; o crítico de rock que forma a sua própria banda; enfim, vários outros anfíbios. Trabalhar na TV e escrever sobre ela, isso não pode. É estranhíssimo, compromete, sei lá por quê.
Leia aqui a íntegra do artigo muito bem escrito e revelador.
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Errei, sim!
‘ENGOLINDO… – Em carnavalesca matéria intitulada Como evitar que folia vire problema, o Estadão ensinava: ‘Leve camisinha. A recomendação da Secretaria de Saúde é estender o uso do preservativo ao sexo oral’. Depois de tentar, em vão, vestir a língua com uma Jontex lubrificada, Janistraquis concluiu: ‘Considerado, o jeito é fazer como aquele jornalista amigo meu e ir engolindo…’ (março de 1994)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 65 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
MERCADO EDITORIAL
Nova safra de bons livros, 26/09/07
‘Estão chegando ao mercado, alguns ainda no forno, uma nova safra de livros de jornalistas escritores, um deles já fazendo muito sucesso, 1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil (Planeta), de Laurentino Gomes, que estréia na literatura indo diretamente para a lista dos mais vendidos. Paranaense de Maringá, com 30 anos de carreira e passagens pelas redações de Veja e Estadão, Laurentino dirige atualmente uma área da Editora Abril responsável pela publicação de 23 títulos. Em março, a obra será publicada também em Portugal, pela Dom Quixote, como parte das comemorações dos 200 anos da mudança da corte para o Brasil. A primeira edição, com 20 mil exemplares, não deu sequer para a saída e uma segunda já está sendo produzida, fato raro para um autor estreante.
Laurentino diz que o livro nasceu de uma pauta de Veja e se tornou uma investigação jornalística que acabou exigindo dez anos de pesquisas. Ela assinala também que escreveu com dois objetivos principais: ‘O primeiro foi resgatar a história da Corte portuguesa no Brasil, do relativo esquecimento a que foi confinada e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam 200 anos atrás. D. João VI foi o único soberano europeu a colocar os pés em terras americanas em mais de quatro séculos, e foi quem transformou uma colônia em um país independente. No entanto, seu reinado no Brasil, quando lembrado, é tratado de forma caricata, como no filme Carlota Joaquina, de Carla Camurati. A fuga da família real para o Rio de Janeiro ocorreu num dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil e de Portugal, em que grupos de interesses tão diversos, como monarquistas, republicanos, federalistas, separatistas, abolicionistas, traficantes e senhores de escravos se opunham numa luta pelo poder que haveria de mudar radicalmente a história desses dois países. O segundo objetivo foi tornar esse pedaço da história brasileira mais acessível para leitores que se interessam pelos acontecimentos do passado, mas não estão habituados nem dispostos a decifrar a rebuscada linguagem acadêmica que permeia quase toda a bibliografia sobre 1808 e seus desdobramentos.’
Heródoto Barbeiro, âncora da CBN e do Jornal da Cultura, e um dos integrantes da Galeria Mestres do Jornalismo do Prêmio Comunique-se, está com mais um livro na praça: Meu velho Centro – Histórias do coração de São Paulo (Coleção Paulicéia – Boitempo e Edições Sesc-SP). Nascido, criado e ainda hoje freqüentador cotidiano na região central da capital paulista, neste livro Heródoto mescla a história da cidade (da fundação às manifestações políticas) com a da sua própria vida. A obra traz fotos pessoais do autor e imagens do atual centro de São Paulo, do fotógrafo Ricardo Hara.
O cartunista Laerte (Coutinho), que publica seus trabalhos na Folha de S.Paulo desde 1991, é o autor de Laertevisão – Coisas que não esqueci (Conrad), livro organizado por seu filho, Rafael Coutinho. Considerado um dos maiores cronistas gráficos de São Paulo, com passagens por Banas, Placar e Gazeta Mercantil, fundador da Oboré (agência especializada em comunicação visual sindical) e autor de tiras famosas como Chiclete com Banana, O Condomínio e Piratas do Tietê, nesta obra Laerte mostra os passados de São Paulo e da tevê por meio de tirinhas que recordam uma época que não existe mais – quando o mundo chegava às casas nas imagens em preto-e-branco de uma televisão com válvulas -, entremeadas por fotografias, desenhos de infância e recortes de revistas, lembranças literalmente resgatadas do fundo do baú. Lá estão seriados como Lassie, Além da Imaginação e Aventura Submarina, regras para a guerra entre meninos e meninas, desenhos bíblicos copiados à mão, a morte de John Kennedy, o telão no centro da cidade durante a Copa do Mundo de 1966 e beatniks no programa da Hebe Camargo. Verdadeira viagem no tempo, o livro tem 128 páginas e custa R$ 46.
Myrna Pinsky chega com Tão longe, tão perto (Editora FTD), livro dirigido ao público juvenil, em que usa a história de uma menina de 15 anos para tratar de conflitos da adolescência e da separação dos pais, além de citar personalidades, obras de arte, literatura e itens similares, que não costumam freqüentar esse tipo de obra. Autora de 37 livros e ganhadora de dois prêmios Jabuti, Myrna trabalhou em publicações como Movimento, Cadernos de Opinião e Cadernos de Pesquisa, entre outras.
Tema que sempre provoca a ira de todos, a previdência ganhou do jornalista inglês Brian Nicholson, que vive no Brasil desde 1976, uma obra de referência, intitulada A previdência injusta – Como o fim dos privilégios pode mudar o Brasil (Geração Editorial). Nela, Brian busca mostrar, de maneira clara e simples, a ligação entre a previdência e a injustiça social no País, e propõe uma Nova Previdência, igual para todos, com uma breve transição, para reduzir o fosso entre ricos e miseráveis e resolver o problema fiscal. Formado em Economia, Brian entrou no jornalismo pelo antigo Brazil Herald, no Rio, tendo passado depois por Reuters, BBC, UPI, Village News e Update (AmCham), entre outros. A previdência injusta é seu primeiro livro.
Em Literatura nos jornais – A crítica literária dos rodapés às resenhas, já nas livrarias, Cláudia Nina, ex-editora do caderno Idéias&Livros, do Jornal do Brasil, e atual editora do suplemento literário eletrônico Traça Online, relaciona jornalismo e literatura, aborda o surgimento da crítica literária no Brasil, explica o que é a resenha e como evitar armadilhas na hora de produzi-la, além de analisar os cadernos literários de alguns dos maiores jornais do País. Lançamento da Summus Editorial, o livro custa R$ 24,90.
Lucila Soares desloca-se até São Paulo para neste próximo dia 1º de outubro autografar Rua do Ouvidor 110 – Uma história da Livraria José Olympio. O endereço da livraria no Rio de Janeiro, que foi ponto de encontro dos grandes intelectuais e autores da literatura brasileira nas décadas de 1930 a 50, é cenário para a biografia do editor José Olympio, avô de Lucila, retratado a partir de pesquisa da neta, com o acréscimo de suas memórias pessoais. Lucila é também editora da sucursal da Veja no Rio de Janeiro. Ela autografa o livro às 19h, na Livraria da Vila (al. Lorena 1.731).
Também no dia 1º, Daniel Piza lança Contemporâneo de Mim (Editora Bertrand), livro em que reúne parte dos textos que publicou na primeira década da coluna semanal Sinopse, que hoje assina no Estadão (a coluna nasceu em outubro de 1996, na Gazeta Mercantil). Ele receberá os amigos a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073).
Rodney Vergili, que foi por muitos anos editor do Painel Econômico da Folha de S.Paulo, participa de noite de autógrafos, com o administrador de empresas Ricardo Humberto Rocha. Eles são os autores de . Como esticar seu dinheiro: fundamentos da educação financeira. O lançamento está marcado para o Expo Money, no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca (rua Frei Caneca, 569), a partir das 19 horas. Rodney dirige atualmente a agência Digital Comunicação, que tem, entre outros clientes, o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores – Ibri.
Audálio Dantas vai a Belém neste próximo domingo, 30 de setembro, para lançar, durante a Feira Panamazônica do Livro, o inédito A infância de Ziraldo (Callis), escrito em homenagem aos 75 anos do artista, e o Chão de Graciliano, obra um pouco mais antiga e que até prêmio já ganhou.
Lá de Ribeirão Preto, onde curte gostosa e merecida aposentadoria, Luiz Augusto Michelazzo, o Mic para os amigos, avisa que entrará em gráfica nas próximas semanas o seu Uma bigorna na bagagem. A obra conta a saga do jovem ferreiro Toni Tuzzi, que, fugindo dos camisas negras de Mussolini, emigrou para o Brasil em 1924. Na bagagem, trouxe 200 quilos de ferramentas, incluindo uma bigorna, e foi parar em São Joaquim da Barra, na época áurea do café. Ele, que fazia ferraduras para o exército austríaco, deu água encanada aos coronéis do café. Para seguir os passos dos Tuzzi pela Europa, Mic andou pela França, Holanda, Alemanha e Itália. O livro sairá com 100 páginas e projeto gráfico de João Calabrese.
Vale também registro para um título estrangeiro, a edição brasileira de O Julgamento de Jesus – Um relato jornalístico sobre a vida e a inevitável crucificação de Jesus Cristo, de Gordon Thomas, ex-correspondente internacional do Sunday Times e da BBC no Oriente Médio, editada pela Thomas Nelson Brasil. O livro é resultado de 20 anos de estudos em que o autor usou a sua experiência em pesquisa investigativa jornalística para recontar a história de Cristo e analisar os eventos narrados em fontes como os evangelhos canônicos e os descartados pelos concílios de Nicéia (325 d.C.) e Calcedônia (451 d. C.), além de literatura judaica e não cristã, a partir da pergunta ‘Quem os homens dizem que eu sou?’, feita por Jesus aos seus discípulos. O livro tem tradução de Miguel Herrera. Autor de outras 52 obras, algumas delas premiadas, atualmente Gordon desenvolve a produção do longa-metragem baseado em O julgamento de Jesus, do qual ele mesmo é o roteirista.
Salão do Jornalista Escritor
E como o tema é jornalista escritor, nada mais justo que falar também do 1º Salão Nacional do Jornalista Escritor, que será realizado de 14 a 18 de novembro no Memorial da América Latina, em São Paulo, com a presença de dezenas de profissionais de todo o País, entre famosos e não famosos, como lembra o presidente da Representação São Paulo, Audálio Dantas, um dos idealizadores do evento. Audálio aproveita para incentivar todos os jornalistas brasileiros com livros publicados em qualquer especialidade (história, romances, poesias, obras técnicas, livros-reportagens, traduções etc.) a entrarem no site do Salão, o www.jornalistaescritor.org e se cadastrarem para colocar os livros à venda e agendar com as respectivas editoras encontros com os leitores e tardes-noites de autógrafos. A coordenação de vendas das obras estará a cargo da Livraria da Vila, que montará, no hall do auditório Simon Bolívar, uma grande loja para venda de livros de autores jornalistas. Estão programadas no Salão duas mostras: A arte no livro, de Elifas Andreato (autor do cartaz oficial, aqui mostrado); e ABI, 100 anos de história, que terá curadoria do cartunista JAL (José Alberto Lovetro), que também está cuidando da parte executiva de todo o Salão, pela ABI.
(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’
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