Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Conflito de interesses – parte 2

O tema da coluna de domingo [22/7/07] da ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, foi novamente o conflito de interesses motivado por parentesco ou crenças políticas. Em sua coluna de 15/7, Deborah já havia escrito sobre o assunto. Por considerar a questão de extrema importância, a ombudsman acredita que os leitores devem saber como os repórteres e editores do Post lidam com isto – em especial, no que se refere a questões políticas.

As normas do Post sobre conflito de interesses dizem que é necessário que jornalistas ‘evitem qualquer envolvimento em causas partidárias – política, comunitária ou manifestações – que possam comprometer a nossa habilidade de escrever e editar de maneira justa’.

Possíveis conflitos devem ser reportados aos superiores. Repórteres econômicos devem revelar seus investimentos. Contribuições políticas são proibidas. Um repórter ou um editor pode se recusar a editar determinadas matérias. O repórter Walter Pincus, por exemplo, foi testemunha no julgamento do ex-chefe de Gabinete do vice-presidente Dick Cheney, I. Lewis Libby, e por isso não pode mais cobrir o caso.

Tudo em família

Alguns leitores também reclamam que laços de parentesco ou algum outro tipo de relacionamento podem ser um problema para jornalistas e aquilo que cobrem. Portanto, relações que possam vir a causar conflito de interesses devem ser reveladas, defendem eles.

A esposa de Leonard Downie Jr., editor-executivo do Post, trabalhou para Al Gore quando ele era vice-presidente. Isso ocorreu antes dela se relacionar com Downie, e ela parou de trabalhar para o político quando o relacionamento ficou sério. A repórter Dana Priest, que escreve sobre segurança nacional, é casada com William Goodfellow, diretor-executivo do Centro para Políticas Internacionais, conhecida ONG liberal. ‘Meu marido é o último a saber sobre o que eu escrevo’, diz ela.