Pela comoção que causou não apenas entre os jornalistas, mas entre todos os brasileiros que sonham com uma imprensa livre e destemida, a morte de Tim Lopes não deveria ser transformada em bandeirola política de segunda categoria. Explorar a dor que ainda atinge todos nós é um expediente rasteiro e antiético.
O Sindicato dos Jornalistas fez tudo o que estava ao seu alcance para impedir que o episódio caísse no esquecimento e para estimular todas as discussões a respeito da segurança no trabalho. O que o Sindicato não fez, e se recusa a fazer, foi transformar uma tragédia dessa magnitude em bandeira de ódio, incompreensão e discurso fácil.
A diretoria do Sindicato ofereceu todo o apoio à viúva de Tim e estimulou o debate de seus colegas de trabalho com todos os jornalistas. Ao explorar o sofrimento de tantas pessoas para destilar seu ódio e seu discurso rancoroso, o sr. Mário Augusto Jakobskind tenta inutilmente monopolizar a verdade dos fatos, desconsiderando a opinião de todos os profissionais da TV Globo e a inteligência dos jornalistas que não querem mais ver o seu sindicato servindo de palanque para ambições individuais que não enxergam limites éticos ou humanitários. Como se não bastasse ganhar dinheiro com seu livro cheio de visões parciais e sensacionalistas sobre a morte de Tim Lopes, ele tenta agora transformar uma figura grandiosa, cujo desaparecimento empobreceu o jornalismo carioca, em mero instrumento politiqueiro. Sua maior falha é não perceber que os filiados do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro desprezam esse tipo de comportamento e não abrem mão do compromisso com a ética.