Em protesto em frente à Assembléia Legislativa de Ontário, na terça-feira (19/9), manifestantes pediram que a Organização das Nações Unidas prenda o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad e o extradite para o Canadá para que ele enfrente julgamento pela morte da fotojornalista Zahra Kazemi, de dupla cidadania canadense-iraniana.
Zahra foi detida em 2003 quando fotografava uma manifestação pró-democracia do lado de fora da penitenciária de Evin, no Irã, e morreu em custódia por ferimentos na cabeça, adquiridos – acredita-se – durantes violentas sessões de interrogatório. O caso de Zahra é polêmico porque envolveria funcionários da Inteligência e até o procurador-geral linha-dura Saeed Mortazavi. Na ocasião, diante de protestos do governo canadense e da família da fotojornalista, as autoridades locais tentaram abafá-lo, afirmando que ela teria morrido em conseqüência de uma greve de fome.
Presença criticada
Mesmo que Ahmadinejad ainda não fosse presidente na data da morte de Zahra, o expatriado iraniano Homa Arjomand alegou, no protesto desta semana, que ele era, na ocasião, líder dos esquadrões de execução do Estado islâmico.
A presença de Ahmadinejad na Assembléia Geral da ONU em Nova York, esta semana, é considerada por críticos uma afronta aos direitos humanos. ‘Nós pedimos que Ahmadinejad seja preso pelas Nações Unidas e entregue ao governo do Canadá para ir a julgamento’, resumiu Arjomand, que no ano passado lançou uma campanha internacional para impedir o funcionamento de tribunais de Sharia [lei islâmica] em Ontário.. Informações da AP [19/9/06].