A organização liberal MoveOn, que atua pela internet, protestou na quarta-feira (7/12) contra o corte de empregos nas redações americanas, alegando que isto prejudica o bom jornalismo, como informa Dan Wilchins [Reuters, 07/12/05].
Em uma coletiva de imprensa em Nova York, o grupo entregou uma petição com 45 mil assinaturas para executivos do grupo Tribune Company, contestando as demissões de mais de 800 funcionários da empresa, incluindo repórteres. O grupo publica os jornais Chicago Tribune e Los Angeles Times. ‘Estamos preocupados com a habilidade dos jornais de divulgar as notícias. Bom jornalismo custa dinheiro, mas é por isso que as pessoas confiam nos jornais’, disse o diretor de ação de mídia do MoveOn.
De acordo com a Associação dos Jornais da América, a circulação dos jornais americanos está em declínio desde 1984, prejudicada pela competição com a internet e as notícias de TV a cabo, e tendo sua credibilidade afetada pelos escândalos na mídia nos últimos anos.
O Tribune é apenas um de uma lista de grupos a anunciar cortes nas redações dos jornais. Em setembro, o New York Times anunciou que demitiria 80 jornalistas, e dois jornais da Filadélfia do grupo Knight Ridder – o Inquirer e o Daily News – informaram que eliminariam 16% da equipe de sua redação através de demissões voluntárias.
O emprego em jornais está em declínio desde 1990. Em 2001, o número de cargos nas redações americanas caiu 4%, chegando a 54.134, de acordo com a Sociedade Americana de Editores de Jornais. A maior parte dos jornais americanos é de propriedade de empresas que possuem ações que dão lucro a investidores. A renda dos grupos vem caindo este ano e o crescente uso da internet como fonte de informação aumenta a incerteza sobre os lucros futuros dos jornais, avalia John Morton, presidente da consultoria Morton Research.
O Tribune teve um aumento de 19% no lucro nos primeiros nove meses deste ano, mas isto não foi suficiente para aumentar o valor de suas ações. O baixo valor das ações da Knight Ridder, a segunda maior cadeia de jornais dos EUA, fez com que seus investidores pressionassem a empresa a vender suas ações.