Dez pessoas foram condenadas no sábado (10/11), no Sudão, pelo assassinato do jornalista Mohammed Taha Mohammed Ahmed, em 2006. Editor-chefe do jornal pró-Islã al-Wifaq, Ahmed foi levado de sua casa, ao norte de Cartum, por homens armados, em setembro do ano passado. Seu corpo, decapitado, foi encontrado um dia depois.
O jornalista, aliado do governo islâmico, já havia escapado de uma tentativa de assassinato em 2000, após escrever um artigo crítico ao Partido do Congresso Nacional. Em 2005, ele foi preso por escrever um artigo sobre a família do profeta Maomé; seu jornal, na ocasião, foi suspenso pelas autoridades. Ahmed se defendeu, dizendo se tratar de um mal entendido, e foi libertado – diante de manifestações populares e pedidos de grupos islâmicos radicais pedindo que ele fosse morto. Ele também havia enfurecido rebeldes na conturbada região de Darfur depois de criticá-los em artigos no jornal.
O julgamento pela morte de Ahmed durou nove meses, e foi precedido de cinco meses de investigações. Os dez acusados, que pertencem à tribo Fur, de Darfur, não reagiram ao anúncio do juiz, enquanto familiares do jornalista comemoraram a justiça. No Sudão, a pena de morte ocorre por enforcamento. Os condenados têm o direito de apelar da sentença. Informações da AFP [10/11/07].