Uma lei espanhola que obriga as redes de TV privadas do país a investir 5% de seus lucros anuais em produção de filmes nacionais virou alvo de críticas das próprias emissoras, que não vêem a norma com bons olhos. Até a Telecinco, que possui uma produtora de cinema e rodou o elogiado longa O Labirinto do Fauno, ganhador de três Oscar em 2007, reclama da lei.
Segundo a Telecinco, dos dez filmes que lança ao ano, três são hits – mesmo assim, a emissora considera que isso não é suficiente para justificar os 50 milhões de euros que teve de gastar no ano passado em produção cinematográfica. ‘É uma obrigação injusta [investir em cinema], mas aplicamos os mesmos critérios para fazer TV ao vivo e avaliamos nossos investimentos com a mesma atenção’, afirma o executivo-chefe Paolo Vasile, referindo-se ao sucesso dos longas que produz.
Sem a lei, no entanto, O Labirinto do Fauno não teria sido produzido, nem tampouco Alatriste, filme feito em 2006 com orçamento de 16,5 milhões de euros e visto por 3,13 milhões de pessoas. A mais recente produção, Orphanage, recebeu boas críticas em Cannes e foi indicada para representar o país como filme estrangeiro no Oscar. Informações de Elisabeth O’Leary [Reuters, 25/10/07].