Deborah Howell dedicou sua coluna de domingo [2/12/07] à cobertura da morte de Sean Taylor, jogador do time de futebol americano Washington Redskins. O atleta foi encontrado baleado em Miami, na semana passada – três suspeitos foram detidos. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Muitos fãs de Taylor ficaram chateados com os comentários iniciais do Post sobre o caso, postados no sítio do jornal. Críticas sobre o jogador enquanto ele lutava para sobreviver e imediatamente após sua morte foram consideradas extremamente insensíveis.
Dois colunistas de esportes, Leonard Shapiro e Michael Wilbon, trouxeram ao debate dados sobre partes problemáticas da vida de Taylor. Wilbon o fez em um chat online logo após ele ter sido baleado e Shapiro em sua coluna online horas após sua morte. Na opinião do leitor Javier Solares, a divulgação de tais dados naquele momento foi uma afronta à família do jogador. Outros leitores comentaram que a coluna não foi apropriada para alguém que acabou de falecer – seja esta pessoa uma figura pública ou não.
A morte de Taylor tem todos os elementos de uma tragédia: ele foi morto em casa, onde também estavam sua noiva e filha. Além de suas habilidades no futebol americano, o atleta também tinha fama de ‘encrenqueiro’, colecionando problemas com a lei, com seu time e com a Liga Nacional de Futebol Americano. Alguns colegas de time alegam, no entanto, que Taylor mudou seu comportamento turbulento após o nascimento da filha, há pouco mais de um ano.
Mea culpa
‘É um tema emocional. Em retrospecto, eu teria medido melhor minhas palavras. Talvez eu não tenha escrito de maneira elegante e me sinto mal que as pessoas tenham interpretado a coluna como um ataque’, diz Shapiro. ‘Foi uma tragédia terrível’. Wilbon queria escrever uma coluna imediatamente à morte de Taylor, mas Cindy Boren, subeditora de esportes, pediu que ele esperasse um dia. ‘Ela estava certa’, afirma o colunista.
Curiosamente, as críticas dos leitores foram mais voltadas a Shapiro, que é branco, do que a Wilbon, que é negro. Taylor também era negro. Deborah questiona se a raça teve algo a ver com o número de reclamações. Wilbon acredita que sim.