O Comitê para a Proteção dos Jornalistas [21/2/06] condenou a deportação do escritor, colunista e historiador argentino José Ignacio García Hamilton por autoridades cubanas no aeroporto internacional de Havana, no sábado (18/2). De acordo com autoridades da imigração, a entrada do escritor no país foi impedida por ordens governamentais – e maiores explicações não poderiam ser dadas. García Hamilton e sua mulher tinham os vistos aprovados pela embaixada de Cuba em Buenos Aires, mas um funcionário da imigração só permitiu a entrada da mulher. Depois do incidente, ambos foram levados de volta ao avião com destino ao Panamá.
O escritor informou à imprensa que havia planejado uma semana de férias em Cuba e que tinha agendado encontros com intelectuais cubanos e reuniões para divulgar o seu novo livro, Simón, uma biografia de Simón Bolívar. García Hamilton também escreve para jornais e revistas na Argentina, Uruguai e EUA. O escritor encontrou com dissidentes políticos em visitas a Cuba, em 1996 e 2005. Em 1997, ele lançou um livro que analisava governos autoritários na América Latina e incluiu um prefácio de Carlos Montaner, opositor do regime de Fidel Castro. Para García Hamilton, a deportação estaria ligada a este fato.
A embaixada da Argentina em Cuba enviou uma carta, no sábado (18/2), ao governo cubano pedindo explicações sobre o caso. ‘As ações do governo cubano deixam claro que existe um padrão contínuo de retaliação contra jornalistas que oferecem pontos de vista críticos ao governo’, avalia a diretora-executiva do CPJ, Ann Cooper.