Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Escritora polêmica tem julgamento adiado

O julgamento da jornalista e escritora italiana Oriana Fallaci, acusada de difamar o Islã em um livro publicado em 2004, foi aberto na segunda-feira (12/6) e rapidamente adiado. A audiência foi dedicada, em grande parte, a discussão de questões técnicas, e o julgamento foi remarcado para 26/6. Oriana, que vive em Nova York, não compareceu à sessão em Bergamo, norte da Itália.


A jornalista é acusada pelo ativista islâmico Adel Smith, que também não estava presente ao tribunal, de ofender o Islã em alguns trechos do livro A Força da Razão. O advogado de acusação, Matteo Nicoli, citou uma frase em que Oriana se refere ao Islã como ‘uma piscina que nunca é purificada’.


No ano passado, ficou determinado que o caso deveria ir a julgamento pela violação de uma lei italiana que proíbe ofensa a qualquer religião. O juiz citou uma passagem do livro que afirmava que ‘ter a ilusão de que há um bom Islã e um mau Islã ou não entender que o Islã é apenas um… vai contra a razão’.


Direta e controversa


Oriana alega que tudo o que fez foi expressar sua opinião através das palavras do livro. Se condenada, a jornalista pode vir a pagar multa de até US$ 7,500. Ex-correspondente de guerra, Oriana já levantou outras controvérsias por causa de suas publicações cruas e seus pontos de vista provocativos. Por seus livros mais recentes ela foi acusada de incitar o ódio contra os muçulmanos.


Um grupo francês chegou a tentar, sem sucesso, impedir a distribuição do ensaio A Fúria e o Orgulho, escrito como uma resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Em A Força da Razão, Oriana acusa a Europa de ter vendido sua alma ao que descreve como ‘invasão islâmica’.


O ativista que a processa também é conhecido por adotar posições radicais. Ele ganhou destaque na Itália em 2003, quando tentou fazer com que um crucifixo fosse retirado da escola pública onde seus filhos estudavam. Líder da União Muçulmana da Itália, Smith já deu início a diversas batalhas legais, levando algumas organizações islâmicas a se distanciarem dela. Informações da AP [12/6/06].