Um estudo divulgado na semana passada em Londres revelou que a censura na internet está crescendo no mundo, noticia a AFP [18/5/07]. A OpenNet Initiative – que reúne as universidades de Oxford, Cambridge, Harvard e Toronto – descobriu, na primeira de uma pesquisa que se tornará anual, que 26 dos 40 países estudados ao longo de 2006 bloqueiam ou filtram conteúdo social, político, sexual ou religioso na rede.
Na lista elaborada pela OpenNet Initiative, seis países apresentaram filtros ‘sensíveis’ a informação política: Mianmar (antiga Birmânia), China, Irã, Síria, Tunísia e Vietnã. Já sete países muçulmanos – Irã, Omã, Arábia Saudita, Sudão, Tunísia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen – tendem a bloquear assuntos que consideram antiéticos para as normas sociais, como pornografia, conteúdo gay e sítios de apostas. A pesquisa descobriu ainda que Mianmar (antiga Birmânia), China, Irã, Paquistão e Coréia do Sul têm como alvos sítios de insurgentes, extremistas e terroristas.
Amadurecimento
‘A pesquisa nos mostra que a censura online cresce em todo o mundo’, afirmou John Palfrey, diretor-executivo do Centro Berkman para Internet e Sociedade. ‘É esperado o surgimento de regras, na medida em que a internet amadurece, mas a filtragem e a vigilância podem erodir seriamente as liberdades civis, a privacidade e as comunidades globais’, completou.
A surpresa é que alguns países onde a censura seria esperada – como Afeganistão, Egito, Iraque, Israel, Malásia, Nepal, Rússia, Venezuela e Zimbábue – não apresentaram sinais de filtragem. O modo como o bloqueio é feito se sofistica à medida que melhoram as ferramentas tecnológicas. Agora, os governos podem bloquear não apenas as páginas na internet, como também aplicações inteiras, como o sítio de compartilhamento de vídeos YouTube e serviços como o Skype, de telefonia, e Google Maps, de mapas geográficos.