Os americanos fecharam o semanário xiita al-Hawza, jornal muito popular no Iraque, sob acusação de que estaria publicando mentiras que incitam a violência. A atitude provocou protestos. ‘Onde está a democracia agora?’ gritavam os manifestantes inconformados em Bagdá. As autoridades de ocupação disseram que o jornal poderia voltar a funcionar em 60 dias, mas seus editores afirmam que não podem ficar sem trabalhar até lá.
Al-Hawza é conhecido entre jornalistas iraquianos por criar rumores contra os americanos. O veículo é tido como porta-voz do jovem clérigo xiita Moktada al-Sadr, um dos mais fervorosos críticos da presença dos EUA no Iraque, que vem ameaçando criar uma milícia própria. De acordo com The New York Times [29/3/04], é possível que o fechamento do semanário só aumente o apoio a al-Sadr e a rejeição aos americanos.
Outro incidente anterior serviu para piorar a imagem dos EUA na região: os militares americanos admitiram que mataram dois jornalistas da rede al-Arabiya no mês passado, mas afirmaram que se tratou de um acidente. Um veículo com um ocupante teria avançado sobre um bloqueio militar e os soldados, temendo que se tratasse de um carro-bomba, abriram fogo, atingindo os jornalistas, que estavam em outro automóvel, mais atrás. Segundo nota do Washington Post [30/3/04], no momento do incidente, as forças nem teriam percebido que haviam acertado inocentes. A notícia da morte de Ali Khatib e Ali Abdel-Aziz só chegou mais tarde aos americanos.