A rede social online Facebook nega ter fornecido ao governo do Marrocos informações para identificar um homem que criou um perfil falso do príncipe marroquino Moulay Rachid, irmão do rei Mohammed VI. O engenheiro Fouad Mourtada, de 26 anos, foi sentenciado a três anos de prisão e multa de pouco mais de mil dólares por ter criado uma conta no Facebook em nome de Rachid.
Segundo a Anistia Internacional, Mourtada foi preso por dois agentes de segurança do governo no início de fevereiro. O engenheiro contou ter sido vendado e coberto por um lençol e levado para um local desconhecido, onde foi espancado até que confessasse que colocou o perfil do príncipe no sítio para ‘conseguir namoradas’. Mourtada diz que, na verdade, criou o perfil porque admira Rachid, e não por um desejo de prejudicar a monarquia, como foi alegado pela acusação durante o julgamento. Ele foi condenado por falsificar informações e roubar a identidade de um membro da família real.
Campanha
Ainda que proíba o uso de identidades falsas, o Facebook é cheio de perfis falsos de figuras públicas, em sua maioria celebridades. A rede social foi acusada por grupos em defesa das liberdades civis de ajudar o governo a localizar Mourtada. Na sexta-feira (29/2), entretanto, uma porta-voz do Facebook afirmou que, ainda que a política de privacidade da companhia permita o compartilhamento de dados com autoridades quando é obrigada legalmente a fazê-lo, o sítio ‘não compartilhou tal informação com as autoridades marroquinas’.
Amigos de Mourtada lançaram uma campanha por sua libertação, com direito a um sítio e manifestações em cidades como Paris, Londres, Washington e Madri. Informações de Leslie Katz [CNET, 29/2/08].