Uma investigação militar concluiu que não é ilegal a campanha de mídia do Exército americano e da empresa americana de relações públicas Lincoln Group, que pagaram a jornais iraquianos para publicar artigos favoráveis aos EUA com o objetivo de contra-atacar a ideologia terrorista. O anúncio foi feito pelo general George W. Casey, que disse não ter intenções de interromper a campanha. Para o governo dos EUA, é legal plantar propaganda em outros países, mas não em território nacional.
Embora o relatório final não tenha sido completamente concluído, os comentários de Casey – feitos durante uma videoconferência com repórteres que cobrem o Pentágono – são um claro sinal de que o Exército vê a campanha de propaganda pró-EUA como uma ferramenta importante para passar uma boa imagem do país aos iraquianos.
Alvo de críticas
A campanha foi revelada em um artigo do Los Angeles Times há três meses e, desde então, vem sendo criticada por militares e membros do Congresso, por ser prejudicial à credibilidade dos EUA e contrária aos princípios de uma imprensa livre em uma nascente democracia iraquiana. Depois disso, funcionários da Casa Branca afirmaram estar ‘muito preocupados’ com a prática de pagar a jornais iraquianos para publicar artigos pró-EUA sem revelar que foram escritos pelo Exército.
Na época, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, defendeu o programa de propaganda, alegando que se tratava de uma ferramenta inovadora contra a ‘campanha de desinformação’ realizada por insurgentes iraquianos. Rumsfeld também teria criticado a cobertura da mídia sobre a campanha do Exército. Informações de Mark Mazzetti [Los Angeles Times, 4/3/06].