Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Gil pede para deixar
o ministério da Cultura


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 30 de julho de 2008


POLÍTICA CULTURAL
Jotabê Medeiros


Confirmado: Gil quer pedir para sair


‘Fonte graduada do Ministério da Cultura confirmou ontem que o ministro da Cultura, Gilberto Gil, deve pedir demissão do cargo até o final desta semana. Gil terá audiência com o presidente Lula somente para tratar de sua saída.


‘Tem base na realidade’, afirmou a fonte. ‘Mas pode perfeitamente ocorrer o que aconteceu da última vez’, acrescentou. O que aconteceu da última vez foi que o presidente Lula conseguiu fazer Gil mudar de idéia e permanecer no cargo. O ministro interino, Juca Ferreira, chega hoje da Bolívia, após encontro com ministros da Cultura do Mercosul. O interino em exercício é Alfredo Manevy.


O ministro Gilberto Gil também acaba de chegar de sua turnê pela Europa e retoma as atividades artísticas no dia 2, quando fará show em Itaipava (RJ). No dia 8, vai a Curitiba (PR), e no dia seguinte toca em Florianópolis (SC).


Segundo o diário de turnê de Gil, feito pela sua assessora, Gilda Mattoso, é possível notar que – mesmo licenciado -, Gil exerceu funções diplomáticas e desfrutou do seu status ministerial durante a turnê. No dia 25, após show em Polignano al Mare (490 quilômetros de Roma, na Puglia, ao sul de Bari), Gil rumou para Roma, onde foi recebido pela secretária de Cultura de Roma, Cecília D’Elia, entre outras autoridades.


‘O propósito era agradecer a Gil pois o governo da região se inspirou no projeto Pontos de Cultura e criou um projeto semelhante nas periferias das grandes cidades italianas. Eles conversaram sobre inclusão digital e fizemos uma visita aos subterrâneos do Palazzo, onde recentemente descobriram ruínas de casas romanas de até 2 mil anos atrás’, escreveu Gilda.


Na França, no dia 12, Gil recebeu em seu camarim Alain Le Vern, presidente da região da Alta Normandia, e Alain Rousset, presidente da Associação das Regiões Francesas, e também Laurent Fabius (ex-primeiro-ministro da França no governo Mitterrand). ‘Foi aquela troca de amabilidades. Eles deram a Gil duas garrafas de Armagnac, um livro sobre a Normandia e Fabius elogiou muito a nossa economia (ele foi ministro ou secretário de economia em algum momento, eu acho)’, relatou Gilda Mattoso.’


 


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Break sem crianças


‘As emissoras de TV já se mobilizam contra um dos mais radicais projetos de lei sobre publicidade infantil.


De autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), o projeto proíbe qualquer tipo de publicidade, incluindo comerciais televisivos, em rádio, internet, além de merchandisings e ações em pontos de venda de qualquer produto dirigido à criança.


A proposta, aprovada no início do mês pela Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara, abre exceção para a participação de crianças em campanhas de utilidade pública. E só.


O texto também proíbe a exibição de merchandisings durante programas jovens e veta o uso das palavras ‘somente’ e ‘apenas’ enfatizando preços de produtos.


O projeto determina ainda que as propagandas não devem utilizar trilha sonora infantil, vozes de crianças, celebridades com apelo infantil, nem bonecos e animação notórios entre os pequenos.


Segundo a proposta, é proibido também qualquer tipo de publicidade 15 minutos antes, 15 minutos depois e durante toda a exibição de programas infantis. Os infratores estão sujeitos a multas de R$ 1 mil a R$ 3 milhões.


Queridinha do patrão


Famosa na internet pela falta de paciência – aos 6 anos de idade! – na apresentação do Sábado Animado, a pequena Maisa ganhou um quadro no Programa Silvio Santos, ao lado do patrão. A partir deste domingo, às 14h, o bate-papo vai deixar até SS constrangido.


Entre-linhas


Questionada por esta coluna sobre os motivos que derrubaram o projeto que tornaria a Casa das Retortas, no Brás, sede do futuro Museu da TV, a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo informa, por e-mail, o seguinte:


‘A inauguração (do Museu da TV) foi adiada por falta de acordo entre as televisões privadas que, ao final, seriam as responsáveis pelo museu. Dada a postergação e a necessidade de um local para instalar o novo Museu da Historia de São Paulo, o governo do Estado solicitou o espaço à prefeitura para a instalação desse museu.’


Enquanto isso, a Pró-TV, entidade comandada pela atriz Vida Alves e que encabeça o projeto do Museu da TV há 13 anos (no papel), diz que ‘a luta continua’. Vida lamenta, em comunicado, o ‘mal-entendido’ ocorrido, sem mencionar a discordância de Johnny Saad ao projeto.


Por falar em Saad, começam neste domingo as mudanças no Quem Pode Mais, programa de Daniella Cicarelli, agora sob direção de Rogério Gallo. Entre os novos quadros, competições externas que incluem até parque aquático de cenário.


O FizTV completa hoje um ano no ar, endossando boa vocação para encontrar novos talentos do audiovisual, apesar de ainda ter navegação confusa.


E o ator Felipe Reis, da série Conversas de Elevador e usuário do Fiz, conta que quase todo mês recebe algum dinheiro do canal, mas nunca sabe exatamente por qual vídeo é.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 30 de julho de 2008


VAZAMENTOS & ENTUPIMENTOS
Folha de S. Paulo


‘País da grampolândia’, Editorial


‘FOI PRECISO que o chefe-de-gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, fosse flagrado por uma escuta telefônica em diálogo comprometedor com um advogado do banqueiro Daniel Dantas para que o Planalto se mexesse. Mas o governo finalmente decidiu mobilizar sua base parlamentar para votar o projeto de lei que regulamenta a utilização de grampos em investigações criminais.


O desafio é encontrar o equilíbrio entre o direito da sociedade de proteger-se contra bandidos e o direito de cada cidadão à intimidade e à vida privada. A Constituição enuncia a regra geral: as comunicações estão protegidas por sigilo que só pode ser violado mediante ordem judicial para fins de investigação criminal ou instrução processual.


Na prática, entretanto, verifica-se que tanto a norma genérica como sua regulamentação, a lei nº 9.296, são insuficientes para coibir abusos. A proliferação de grampos legais e ilegais observada nos últimos anos é claro indicativo de que a interceptação telefônica se tornou o principal ‘método de investigação’ da polícia brasileira, quando deveria, por lei, ser o último recurso.


Faz sentido, portanto, aumentar o controle sobre o grampo, como agora quer o governo. Dentre as medidas disciplinadoras, o projeto institui teto de 360 dias para a manutenção da escuta, que hoje pode ser prorrogada indefinidamente, e a necessidade de que o pedido de interceptação passe pelo Ministério Público.


São aprimoramentos razoáveis, mas, para que o Brasil deixe de ser aquilo que Lula pleonasticamente definiu como ‘país da grampolândia’, será necessário também que os juízes se tornem mais seletivos ao autorizar as escutas. Em teoria, o magistrado só pode expedir o mandado caso a polícia demonstre que esse é o único meio de obter a prova. Não é o que tem ocorrido.’


 


 


 


Catia Seabra e Fernando Barros de Mello


Após e-mail vazado, prefeito questiona lealdade tucana


‘O vazamento do e-mail enviado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) a 26 subprefeitos trouxe à tona o racha que hoje assola a Prefeitura de São Paulo. O clima é de suspeição.


Em recentes conversas, Kassab lança dúvidas sobre a lealdade de tucanos com cargo no governo, dizendo-se até traído.


A Folha revelou que Kassab enviou e-mail para subprefeitos pedindo uma ‘ação’ de modo a tentar influir na última pesquisa Datafolha. A mensagem foi enviada em 23 de julho, o primeiro dos dois dias de campo da pesquisa. Kassab (11%) está em terceiro lugar.


Numa reunião com pouco mais de dez pessoas, conta um dos interlocutores, Kassab chegou a listar os subprefeitos, pondo uma interrogação ao lado dos suspeitos de vazamento.


Incentivado a demiti-los, o prefeito não só lembra seu compromisso com o governador José Serra (PSDB) pela manutenção da equipe como diz que os tucanos têm obrigação de defender até o final a gestão da qual participam.


Enquanto democratas acusam alckmistas de sabotagem no governo, tucanos mais moderados se queixam da pressão de outros secretários, até do PSDB, para que abracem a candidatura Kassab. Eles reclamaram da exposição que sofreram com a convocação de um almoço de equipe.


Reproduzindo uma ponderação já feita pelo próprio Serra, o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, tem recomendado que os subprefeitos não façam política. ‘O melhor que os subprefeitos podem fazer é manter a cidade limpa e em ordem. Não falar de política, nem fazer política. É essa a determinação de Kassab. Sigo à risca’, disse.


‘Bem capaz’


Nas conversas, Kassab reconhece que errou ao confiar em 26 destinatários. Ele disse ontem ser ‘bem capaz’ que os subprefeitos tenham visto o e-mail só depois da divulgação.


‘Essa é uma questão tão rotineira com os subprefeitos que é bem capaz mesmo que alguns tenham recebido depois’, disse o prefeito, afirmando que o envio de e-mail ‘foi feito com uma transparência total buscando o melhor para a cidade’.


Kassab negou que haja um distanciamento entre ele e o governador tucano.


‘Ainda na semana passada tive quatro encontros com ele’, afirmou. ‘É evidente que a partir do dia 5 de julho não podemos mais nos encontrar em inaugurações’, acrescentou o democrata.’


 


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Morreu de novo


‘Meio-dia e meia e o Valor Online postou que ‘Doha morreu de novo, agora pouco’, quando Índia e China ‘abandonaram a sala de negociação, segundo fontes’. Mais meia hora e entrou com a expressão que seria manchete pelo mundo todo, ‘colapso’. A americana Susan Schwab ‘parecia totalmente decepcionada’, mas se negou a dar ‘atestado de óbito’. Questionado pela CNN, o presidente da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, também negou o enunciado ‘Doha morreu’. E lembrou, com ironia, que a ‘morte’ foi manchete outras duas vezes, nestes sete anos.


COLAPSO DA ESPERANÇA


A imagem escolhida ontem pelo ‘New York Times’ para expressar a frustração com a Rodada Doha foi do chanceler Celso Amorim -que declarou ser ‘inacreditável que nós tenhamos falhado’ em obter consenso nas salvaguardas de China e Índia, depois que tantas demandas polêmicas acabaram sendo vencidas


GRANDES MUDANÇAS


Nos EUA, ‘NYT’ e ‘Wall Street Journal’ postaram o ‘colapso’ no alto das páginas iniciais, com longos relatos.


Para o primeiro, as negociações se encerraram ‘em rancor’ e ‘acabaram com as esperanças de acordo’. ‘No fim, poucas potências se mostraram comprometidas em fazer as concessões necessárias.’


Já o ‘WSJ’ sublinhou a avaliação de que o resultado foi ‘sinal das grandes mudanças na economia global desde que Doha foi lançada’, com ‘China, Índia e Brasil emergindo como potências comerciais’.


CHINA & ÍNDIA


Na China, a agência Xinhua produziu despacho sucinto ressaltando que, segundo Pascal Lamy, o ‘colapso’ se deveu a ‘diferenças agudas’ sobre salvaguardas nos países em desenvolvimento e ‘subsídios ao algodão nos EUA’. Lamy, na verdade, centrou fogo nos países em desenvolvimento.


Na Índia, o colapso’ foi a manchete do ‘The Hindu’ ao ‘Economic Times’ -este destacando que é um ‘golpe na globalização’. Em artigo, ressaltou que a resistência indiana se deu como ‘representante de cerca de cem países’.


VONTADE DE POTÊNCIA


Antes mesmo do colapso, o ‘NYT’ perfilou o negociador chinês, Chen Deming, que fez a China ‘emergir como ator maior’. Seu pai foi banido pela Revolução Cultural, ele começou por baixo, reagiu e chegou a estudar nos EUA -onde afirma ter aprendido a negociar pesado, ‘hardball’


NO LIMBO DE NOVO


Dos negociadores, o único a falar em ‘enterro’ foi o inglês Peter Mandelson, em seu blog. E foi a cobertura inglesa a mais esperançosa com o futuro. O ‘Financial Times’ avaliou que Doha ‘volta ao limbo’, mas sublinhou que a representante americana afirmou depois que ‘os compromissos dos EUA continuam na mesa’. A BBC também focou uma eventual retomada -e o ‘papel-chave’ do Brasil, com o correspondente ao vivo, de São Paulo. Até a cética ‘Economist’ deixou no ar um acordo mais à frente.


DESCOLAMENTO, SIM


Jim O’Neill, o visionário dos Brics, escreveu no ‘FT’ que os emergentes estão, sim, ‘descolados’ dos EUA. E que ‘o mundo ainda vai bem’ por causa da China, sobretudo, e dos ‘outros Brics’. Quem não ‘descola’ dos EUA são os aplicadores globais em bolsas.


‘AINDA É DOCE’


O site da ‘Foreign Policy’ discutiu ontem por que o etanol deu certo no Brasil. Concluiu que um plano ‘regional ou específico funciona melhor’. E cobrou os ‘cruzados antibiocombustíveis’ que parem de confundir o etanol daqui com os ‘bad ethanols’.’


 


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Record pára de crescer; Globo também cai


‘A Record fechará julho com significativa queda de audiência na Grande São Paulo, indicativo de que a emissora estaria desacelerando o crescimento contínuo que registra desde 2006. A Globo, apesar do revés da concorrente, continua caindo. E o SBT, impulsionado por ‘Pantanal’ e por desenhos, finalmente reage no Ibope.


Até o último domingo (dia 27), a Record tinha 8,4 pontos na média diária (das 7h às 24h), uma queda de 1,2 ponto em relação a junho (9,6) _ou 12,5%. Não foi a primeira vez que a Record caiu nos últimos dois anos, mas foi a maior queda. Em maio, por exemplo, a emissora já tinha retraído 0,4 ponto em relação a abril (baixa de 4%).


O SBT subiu de 6,7 em junho para 7,2 em julho, reduzindo sua desvantagem para a Record de três para apenas pouco mais de um ponto. A Globo tinha até o último domingo média diária de 16,6, meio ponto a menos que junho. Sem contar dezembro, este julho deverá ser o pior mês da Globo nos últimos anos.


Em relação a julho do ano passado, a Globo perdeu três pontos e a Record ganhou um. O SBT teve a mesma audiência.


A Record culpa as férias escolares e a queda do número de televisores ligados, algo que não ocorreu em julho de 2007.


‘Pantanal’ impulsionou o SBT, mas não foi responsável pela queda da Record. No horário nobre, a Record perdeu meio ponto para o SBT, mas continua melhor do que em maio. As maiores quedas da Record foram de manhã e à tarde.


CORTA E COLA


O SBT está reeditando os primeiros capítulos de ‘Revelação’, trama de Íris Abravanel, mulher de Silvio Santos. O resultado original não agradou ao dono da emissora, que sentiu falta de ritmo no roteiro e de ‘afinamento’ entre os personagens. A abertura também está sendo refeita. Em gravação desde março, a novela ainda não tem data de estréia.


TORCIDA


Festa no jornalismo da Record. Ontem de manhã, a emissora comemorava o fato de ter chegado antes que a Globo à cidade americana onde um brasileiro foi morto pela polícia. No ‘Jornal da Record’ da segunda, o correspondente da emissora em Nova York apareceu no local da ação. O ‘Jornal Nacional’ foi mais incisivo e completo, mas só tinha imagens de agências internacionais.


COMPENSAÇÃO


A Globo está fazendo estudo para reorganizar sua grade com o horário eleitoral gratuito. A idéia é que todos os programas percam em duração, mas que tenham, proporcionalmente, menos intervalos comerciais.


TALHERES


A autora Maria Adelaide Amaral e o diretor Marcos Paulo almoçaram em São Paulo na semana passada. Mas não vão editar uma nova parceria na Globo. Marcos Paulo vai montar uma peça de Maria Adelaide, ‘Vidas Divididas’.


GAROTA BOMBRIL


Lembra de Jaque Khury, a primeira eliminada de ‘BBB 8’? Pois sua assessoria está tentando emplacá-la em reportagens sobre o Dia dos Pais. ‘Se precisar de uma ‘filha bem legal e alternativa’, é só chamar a Jaque Khury’, oferece.’


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