Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Google lança versão brasileira de serviço de mapas

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 24 de outubro de 2007


INTERNET
Renato Cruz


Google lança versão brasileira de seu serviço de mapas


‘O Google lança hoje a versão brasileira do Google Maps, serviço que permite encontrar endereços e traçar rotas na internet. Até o fim do ano, as empresas brasileiras poderão colocar gratuitamente suas informações nos mapas do Google, com nome, endereço, telefone, descrição e até foto. ‘Mesmo as empresas que não tiverem um site próprio poderão ter presença na internet’, disse Alexandre Hohagen, diretor-geral do Google Brasil. Quem tiver um site, poderá incluir também o endereço da internet no mapa.


Assim como outros serviços do gigante da internet, o modelo de negócios do Google Maps é baseado na receita publicitária. Os anúncios de texto, chamados links patrocinados, aparecem do lado dos mapas. O anunciante poderá vincular o anúncio a uma região geográfica e mostrar no mapa a sua localização, quando o internauta clicar. O Google Maps permite a criação de mashups, que são a combinação das informações do Google com outras aplicações. ‘As pessoas podem colocar o Google Maps no seu site e identificar o que quiser’, explicou Patrícia Pflaeging.


Os mapas foram fornecidos pela Maplink e o Google fechou parcerias de conteúdo com empresas como Guia da Semana, Oba Oba, Basilico e WebMotors, para abastecer os mapas com informações sobre lugares como restaurantes e concessionárias de veículos.


O laboratório do Google em Belo Horizonte foi o responsável pela adaptação do serviço para o Brasil. ‘Começamos em maio do ano passado’, contou Bruno Diniz, engenheiro de software que está à frente do projeto. Desde setembro as imagens do Brasil estão disponíveis. Em maio, começou a ser possível identificar endereços e, em julho, traçar rotas. A partir de hoje, dá para fazer buscas por temas, como ‘pizzaria no Itaim’.


O Apontador, empresa brasileira especializada em mapas, vê como positiva a entrada do Google no mercado local. ‘O Google é mais um parceiro que um concorrente’, afirmou Rafael Siqueira, diretor de Tecnologia do Apontador. Hoje, a principal fonte de receita da empresa são projetos de mapas para terceiros, como Vivo, Nextel, Claro e Globo.com. ‘O Google permite criar aplicações na sua plataforma, mas não desenvolve os projetos, o que é uma oportunidade para nós.’ Siqueira não descarta desenvolver aplicações para o Google Maps, apesar de ter tecnologia própria.


O gerente de Informática do Guia Mais, Luiz Marcelo Correa, afirmou que a chegada do Google deve ampliar o mercado. ‘Temos um conteúdo que nos diferencia’, disse Correa.’


 


O ROLEX E A VIDA
Sergio Fausto


Muito calor e pouca luz


‘Foi quente a polêmica que se seguiu ao artigo de Luciano Huck publicado na Folha de S.Paulo dias depois de o autor ter sido roubado à mão armada numa rua dos Jardins, na capital paulista. Levaram-lhe o relógio e ele pôs a boca no trombone contra a falta de segurança. Clamou pelo capitão Nascimento, personagem do filme Tropa de Elite, que retrata as ações do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, conhecido pela violência de seus métodos. Por isso foi chamado de fascista.


O artigo de Huck recebeu resposta do rapper Ferréz, apelido de Reginaldo Ferreira da Silva, nascido no Capão Redondo, periferia da cidade, que fez de tudo um pouco na adolescência e se tornou poeta, contista e letrista de sucesso. Para ele, no final das contas, não haveria do que reclamar. Cada um teria saído do ‘rolo’ com o que mais lhe importava: Huck, com a vida e os assaltantes, com o relógio. Por isso, foi acusado de fazer apologia do crime.


Um e outro artigo provocaram intensa polêmica. As emoções e os argumentos mobilizados de parte a parte mostram o quanto ainda estamos presos a duas visões polarizadas sobre a segurança pública e como é alta a intolerância recíproca entre os defensores de uma e de outra. Mostram também como as palavras podem ser as portadoras do entendimento ou do seu contrário, como escreveu há muitos anos Bolívar Lamounier, ao advertir para a fragilidade congênita dos padrões civilizados no debate público.


Simplificando, Huck provocou a adesão de quem acredita que o crime é fundamentalmente uma questão de mais polícia, mais repressão e mais encarceramento dos criminosos. Na defesa dessa visão, uma das ‘provas’ apresentadas foi a queda do número de homicídios em São Paulo, ocorrida ao mesmo tempo que aumentou o número de prisões no Estado. Seriam ‘idiotas’ os que não se dobrassem à ‘evidência’, segundo um articulista. Exemplo típico de meia verdade transformada em certeza absoluta para estigmatizar o oponente.


A discussão sobre a relação de causalidade entre o aumento do encarceramento e a redução dos homicídios não teria, porém, gerado tamanha polêmica. O estopim foi o chamado inconseqüente à intervenção supostamente providencial do comandante Nascimento. Esse nome equivale hoje ao brado de guerra de uma sociedade embrutecida, que grita ou cochicha ‘pau neles!’, e não raro se revela disposta a conceder à polícia o mandato para decidir quem deve viver e quem deve morrer. Vinda de um rapaz bem nascido e que se tornou rico e famoso (por méritos próprios, diga-se de passagem), a invocação do demônio deu a senha para a não menos inconseqüente resposta de Ferréz.


Seu artigo nos faz reviver o episódio da perspectiva dos que cometeram o assalto, apelando à sensibilidade de quem está persuadido de que a violência é reflexo de um mundo moralmente ‘indefensável’, onde poucos têm muito e muitos têm pouco. O roubo de um relógio Rolex, sem vítima de morte, aparece assim como um episódio menor ou um ato justificável de justiça reparadora. Acontece que, se a ‘desnaturalização’ da pobreza e da desigualdade social e o compromisso político de corrigi-las são uma conquista da civilização, a banalização do crime é um retrocesso em direção à barbárie. E é isso o que Ferréz acaba fazendo.


As visões extremadas sobre o problema da segurança pública nos levam a um beco sem saída. A idéia de que polícia boa é polícia violenta é um equívoco medonho. Segundo Luiz Eduardo Soares, especialista no assunto, ex-secretário nacional de Segurança Pública e co-autor do livro que deu origem ao filme, entre 2003 e 2006 mais de 4.300 pessoas morreram em confrontos com a polícia no Estado do Rio de Janeiro, uma média superior a mil pessoas por ano. Nos Estados Unidos, a média anual é de 200 pessoas. Isso significa que a polícia fluminense é mais eficiente que a americana? Ao contrário: a taxa de elucidação de homicídios no Rio de Janeiro é das mais baixas do País e simplesmente vergonhosa quando comparada à dos Estados Unidos.


Não menor é o equívoco de imaginar que a violência seja mero reflexo das desigualdades sociais. Ferréz omite que o crime é antes a exceção (e põe exceção nisso) do que a regra entre os mais pobres, assim como esquece que ele não é exclusivo dos mais pobres. Se o crime é, em última instância, uma escolha, e uma escolha individual, ainda que influenciada pelo ambiente, a probabilidade do ato criminoso depende dos estímulos e desestímulos que se tenha para cometê-lo. Por isso a punição, além de moralmente justificável, produz resultados. Acresce que, se é verdade que condições sociais degradadas contribuem para a geração de atos de violência, o inverso não é menos verdadeiro. Não faz sentido, portanto, o argumento de que o combate às desigualdades sociais deve vir primeiro que o combate à violência.


Outro equívoco é supor que o combate à violência seja um assunto que interessa mais aos ricos do que aos pobres. Quando diz que o resultado do ‘rolo’ foi o melhor possível, Ferréz deixa a história incompleta: o roubo em questão é parte de um fluxo contínuo de atos de violência, um circuito de criminalidade no qual os jovens pobres da periferia são ao mesmo tempo as maiores vítimas e os maiores algozes.


Sair desse círculo vicioso é o maior desafio da sociedade brasileira no presente. Existem boas políticas e boas experiências que combinam repressão e prevenção, ação social e ação policial. Há obstáculos legais e operacionais no caminho. Para avançar, tão importante quanto removê-los é aumentar o grau de racionalidade e informação do debate público sobre segurança pública.


Sergio Fausto, cientista político, ex-assessor do Ministério da Fazenda, é coordenador de Estudos e Debates do Instituto Fernando Henrique Cardoso. E-mail: sfausto40@hotmail.com’


 


GOVERNO
O Estado de S. Paulo


O ‘círculo virtuoso’ da ministra


‘A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, destacou-se no noticiário de ontem por defender a abertura do capital da Infraero – a estatal encharcada em denúncias de corrupção, desídia e incompetência – para tornar ‘mais eficiente’, conforme o seu eufemismo, a gestão dos aeroportos brasileiros. Em entrevista concedida nos Estados Unidos, onde participava de um evento da Câmara de Comércio Brasileiro-Americana, em Washington, ela também admitiu, como iniciativa ‘não excludente’ àquela, a concessão de aeroportos à iniciativa privada, a começar dos que vierem a ser construídos, como o terceiro de São Paulo.


Menos destaque mereceram outras palavras da ministra, sobre a tramitação da emenda constitucional que prorroga a CPMF até 2011. Elas podem ser lidas como marco de uma (boa) mudança de mentalidade de membros da elite petista. A partir do momento em que, alçados ao primeiro escalão de governo, viram-se diante do imperativo de resolver questões concretas e prementes da economia e da sociedade brasileira, os melhores deles não puderam fugir à constatação de que, em relação aos problemas da vida real, os dogmas ideológicos pelos quais se guiaram no passado se revelavam mais do que um peso morto – uma receita segura para piorar o que precisa ser melhorado.


Segundo uma versão, as palavras de Dilma foram: ‘Nós somos, nós teremos de ser um governo melhor do que a atual oposição foi. E a atual oposição tem que ser uma oposição melhor do que nós fomos.’ De acordo com outro relato, ela disse: ‘Nós, no passado, sem sombra de dúvida cometemos alguns equívocos. A antiga oposição é governo, e a atual oposição foi governo, e é isso que daqui para a frente levará a esse círculo virtuoso em que todos são responsáveis pela condução do Estado.’ Observarão os céticos que os petistas, principalmente os que habitam a Esplanada dos Ministérios e o Palácio do Planalto, só se lembram dos ‘alguns equívocos’ que cometeram – as sistemáticas tentativas de desestabilizar a presidência Fernando Henrique – por deslavado oportunismo.


Ao exortar a oposição a ser melhor ‘do que nós fomos’, é evidente que a ministra fez a tucanos e ‘demos’, como falou Lula, pejorativamente, um agrado calculista. A óbvia intenção é dissuadi-los de inviabilizar a prorrogação do imposto do cheque já a partir do primeiro dia de 2008. Nesse sentido, as palavras de Dilma complementam, no plano do discurso, o trabalho prático dos seus colegas na Fazenda, Guido Mantega; no Planejamento, Paulo Bernardo; e nas Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. Como se sabe, o presidente os incumbiu de fechar um acordo com a oposição para aprovar a CPMF no Senado, onde o governo não tem, segundo todas as estimativas, os 49 votos necessários, em duas votações, para atingir o seu objetivo.


Mesmo assim, não se pode relegar à mera retórica a referência de Dilma ao desejável círculo virtuoso que adviria do fato de que, tendo ambas as partes conhecido os dois lados do balcão da esfera pública, estariam dadas as condições para que se considerem ‘responsáveis pela condução do Estado’. Além de se respaldar na realidade de que a oposição de ontem é o governo de hoje, e vice-versa, essa idéia de convergência, situada no centro da argumentação da ministra, tem ainda outra sustentação objetiva. Por vias para lá de tortuosas e por menos que os respectivos quadros dirigentes o admitam de público, tucanos e petistas traçaram na paisagem brasileira uma linha de continuidade que não se limita – como se fosse pouco – aos princípios da gestão macroeconômica.


Também na educação e nas políticas de transferência de renda, por exemplo, as diretrizes gerais de uns e outros pouco diferem no essencial, quanto mais não seja porque o governo de hoje, com esse ou aquele palavreado, levou adiante o que o de ontem começou. ‘Herança maldita’ foi somente um desesperado recurso de palanque para Lula tentar justificar os seus obscuros tempos inaugurais no Planalto. Em privado, intelectuais petistas prevêem que, para a futura historiografia brasileira, os 16 anos a contar da primeira posse de Fernando Henrique até o encerramento do segundo mandato de Lula serão vistos como um único período. É onde se encaixam as declarações da ministra Dilma Rousseff.


A insistência de Lula em atacar FHC é uma forma, consciente ou instintiva, de disfarçar essa realidade.’


 


Sonia Racy


Comunicação: zebu é boi?


‘A Secretaria de Comunicação do governo Lula decidiu: abrirá concorrência para escolher uma grande agência de comunicação – pode ser nacional ou estrangeira -, que faça o trabalho de RP a favor do País nos principais países do mundo. O governo Lula se deu conta, finalmente, segundo fonte do governo federal, de que precisa de trabalho profissional para se contrapor aos problemas criados por produtores de outros países, concorrentes diretos de exportadores brasileiros. Chegou-se à conclusão de que, para enfrentar campanhas de desinformação, não adianta somente a publicidade.


Na Inglaterra, por exemplo, os irlandeses, que perderam muito mercado para a carne brasileira, chegaram a patrocinar uma campanha, no mínimo, antiética. Alardearam pela imprensa britânica a convicção de que zebu não é, na realidade, um boi e sim uma ‘mistura’ de boi com búfalo. Portanto, os ingleses não estariam comendo bife ao comprar carne brasileira. Jogaram pesado.


O objetivo dessa agência de RP, nos planos do governo, não será apenas o de defender produtos brasileiros, mas o Brasil como um todo.’


 


PRÊMIOS
O Estado de S. Paulo


Suplemento ‘Viagem’ recebe prêmio


‘A reportagem de capa sobre os 30 anos da morte de Elvis Presley, publicada na edição de 17 de julho do suplemento Viagem&Aventura do Estado, de autoria da repórter Camila Anauate, recebeu o prêmio da Travel Industry Association of América (TIA) como a melhor reportagem do ano sobre os Estados Unidos.’


 


Livro de técnico do IEA é premiado


‘O jornalista José Venâncio de Resende, do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta), órgão da Secretaria de Agricultura paulista, recebeu o Prêmio Clio de 2007, da Academia Paulistana de História, pelo livro Construtores do Jornalismo Econômico: da cotação do boi ao congelamento de preços. O livro foi publicado pela Ícone Editora.’


 


FUSÕES E AQUISIÇÕES
O Estado de S. Paulo


Agência volta atrás e aprova compra da Way TV pela Oi


‘A Anatel voltou atrás e decidiu aprovar a compra da operadora mineira de TV a cabo Way TV pela Oi (antiga Telemar). Em março, a agência havia vetado a compra, e a Oi decidiu recorrer da decisão. Na época, a Anatel entendeu que a Oi, por ser concessionária de telefonia fixa, não poderia comprar uma concessionária de TV a cabo na sua área de atuação.


Agora, com a entrada de dois novos conselheiros no conselho diretor da agência – Antonio Bedran e Ronaldo Sardemberg -, a Anatel fez uma outra interpretação da legislação. Segundo o conselheiro Bedran, a agência valeu-se do artigo 15 da Lei do Cabo, que diz que, quando em uma licitação há apenas um interessado – caso da Way TV -, a compra é permitida.


A Oi comemorou a aprovação, e disse que pretende se tornar a primeira operadora de telecomunicações apta a oferecer, em uma só estrutura, serviços combinados de telefonia fixa, móvel, TV por assinatura e banda larga, o chamado ‘quadruple play’. O diretor de Regulamentação e Estratégia da empresa, Alain Riviere, disse que o grupo vai incorporar ‘imediatamente’ a empresa mineira de TV a cabo às suas operações, uma vez que aguarda desde o ano passado a anuência do órgão regulador ao negócio.


O diretor de Relações Institucionais da Net, Fernando Mousinho, considerou ‘inesperada’ a decisão da Anatel de aprovar a compra. Segundo ele, não houve nenhum fato novo desde a primeira decisão da Anatel. Mousinho disse que encaminhará o assunto à Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas) e à ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura), das quais a Net faz parte, ‘para analisar a decisão e ver se é oportuno recorrer a outras instâncias’. A ABTA afirmou que deve recorrer à Justiça contra a decisão.’


 


Ana Paula Lacerda


Nike compra a Umbro, da Inglaterra, por US$ 580 milhões


‘A fabricante de artigos esportivos Nike anunciou ontem a compra da britânica Umbro – especializada em artigos para futebol – por US$ 582 milhões. A aquisição visa reforçar a posição da Nike no mercado futebolístico. A empresa americana planeja alcançar um faturamento de US$ 23 bilhões até 2011 e o futebol é um dos setores em que vai concentrar sua expansão. Na última década, o faturamento da Nike com o futebol subiu de US$ 40 milhões para US$ 1,5 bilhão.


A Umbro, patrocinadora da seleção inglesa de futebol e presente em mais de 140 países (entre eles o Brasil), tem um faturamento na casa dos US$ 755 milhões de dólares. ‘Os detalhes ainda vão ser acertados, mas a Umbro continua existindo como marca, com sede no Reino Unido, e mantém sua estratégia’, informou ontem ao Estado o diretor de comunicação da Nike para as Américas, Hernan Daguerre. ‘A Umbro vai se favorecer da pesquisa de produtos da Nike, assim como de sua cadeia de suprimentos e logística. E estamos confiantes de que a Umbro vai nos beneficiar com design e expertise no setor de futebol.’


O vice-presidente executivo da Nike, Eunan McLaughlin, afirmou à agência Dow Jones que a Nike irá pagar pela compra com recursos próprios. ‘Será uma transação diretamente em dinheiro. É um daqueles negócios caídos do céu’, disse. A oferta, de 196 pence por ação, ficou 61% acima da cotação da Umbro no fechamento do mercado na sexta-feira. Após a compra, ontem, as ações da empresa fecharam com alta de 14%.


‘Estamos comprometidos em ajudar a Umbro a alcançar seu potencial máximo’, afirmou o CEO da Nike, Mark Parker. ‘E estamos felizes que a direção da empresa tenha apoiado nossa oferta.’Ele espera que a Umbro tenha o mesmo desempenho da Converse, marca adquirida pela Nike em 2003. Desde então, as vendas da Converse cresceram 22%.


Juntas, a Nike e a Umbro devem alcançar de 35% a 40% do mercado mundial de artigos de futebol, o que as colocaria praticamente empatadas com a grande rival da Nike, a Adidas. Apesar de ser a líder mundial em artigos esportivos, em itens para futebol a Nike é superada pela rival de três listras. Em 2005, a alemã Adidas comprou a Reebok (na época, a terceira maior empresa de artigos esportivos do mundo) por US$ 3,8 bilhões, na tentativa de alcançar os americanos. A Adidas afirma, constantemente, que tem como meta superar a Nike até 2010.


O mercado mundial de artigos esportivos movimenta cerca de US$ 235 bilhões, dos quais US$ 6 bilhões correspondem apenas a produtos voltados para o futebol. É o principal esporte mundial em valor de vendas.


PATROCÍNIOS


Segundo as empresas, não deve haver qualquer mudança na estratégia de crescimento, nas equipes de funcionários ou nos times e atletas patrocinados pela Umbro. A empresa patrocina, além da seleção inglesa, as seleções da Irlanda, da Suécia e da Noruega. Até 1994, era também a patrocinadora da seleção brasileira de futebol, quando foi substituída pela Nike.


‘Os times e atletas continuarão patrocinados pela Umbro. Não haverá troca para a marca Nike’, explica o diretor de operações da Umbro no Brasil, Paulo César Verardi. ‘Qualquer afirmação de mudança é especulação.’ O Brasil é, juntamente com Inglaterra, Estados Unidos e China, um dos mercados estratégicos para a empresa britânica. ‘Planejamos crescer cerca de 15% ao longo de 2008, alicerçados em novos produtos.’


No País, a empresa patrocina – entre outros – os times do Santos, do Atlético Paranaense e do Figueirense, além do goleiro Rogério Ceni e a árbitra Ana Paula Oliveira. ‘No Brasil não há cultura de patrocínio de árbitros, e estou muito feliz com a Umbro’, diz Ana Paula. ‘Acredito que a união à uma marca forte como a Nike só trará benefícios para todos.’’


 


PATRIMÔNIO
Alexandre Rodrigues


Campanha divulga 898 obras de arte roubadas


‘O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lançou ontem no Rio uma campanha para combater o comércio de bens culturais desaparecidos no País. Atualmente 898 obras de arte e objetos culturais catalogados como parte do patrimônio nacional estão sendo procurados pelo Iphan. Um filme publicitário será veiculado na TV alertando para o tráfico de bens culturais e convocando os brasileiros a consultar o banco de dados com peças desaparecidas, disponível no site www.iphan.gov.br, que foi reformulado.


Para o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, mais do que recuperar as peças desaparecidas, a intenção da campanha é conscientizar a população em geral de que é crime comercializar obras de arte consideradas patrimônio coletivo. ‘É a primeira campanha com uma ação massificada’, afirmou. Ele explicou que em julho uma portaria foi editada pelo Iphan dando um prazo de seis meses para que os comerciantes legalizem os cadastros de peças que podem ser vendidas. ‘O foco não é quem compra, mas quem vende. A compra muitas vezes é falta de conhecimento. É preciso que as pessoas tenham conhecimento’, disse.


O Brasil só perde para Estados Unidos, França e Iraque no ranking dos países que mais registram roubos a bens culturais. Mais de 60% dos bens procurados pelo Iphan desapareceram no Rio. São 533 objetos, como as telas de Picasso, Matisse, Salvador Dalí e Monet levadas por assaltantes do Museu da Chácara do Céu, no Alto da Boa Vista em 2006.


Apesar dos assaltos, a maior parte das obras desaparecidas são furtadas e leva algum tempo para que as instituições percebam. Neste ano, o Teatro Municipal do Rio detectou o sumiço de mais de 30 pingentes de bronze das pilastras do foyer. Há também o desaparecimento de peças que podem ter sido levadas para outros locais, como é comum em igrejas.


Para o presidente do Iphan, o maior número de desaparecimentos no Rio não é sinal de que falta segurança ao patrimônio no Estado, mas resultado da concentração de instituições históricas e culturais, como o Arquivo e a Biblioteca Nacional. Ele também registra que há um mercado estabelecido no Rio, porta de saída do País, diferentemente de Estados como Bahia e Minas, que também têm grande acervo e menos peças desaparecidas.


Apenas 12 obras de São Paulo estão na lista de procurados. Um dos últimos registros de furto é do mês passado, quando o Museu Paulista, no Ipiranga, deu falta de 900 cédulas e moedas raras dos séculos 18 e 19.


Segundo a delegada federal Vanessa Souza, da Interpol no Brasil, há investigações em curso sobre quadrilhas especializadas que atuam no País com vistas ao mercado internacional. Ela deu como exemplo a apreensão recente de livros da Fundação Oswaldo Cruz e da Biblioteca Pública do Paraná pela aduana argentina. ‘Muitas vezes o furto de obras de arte e objetos culturais é encomendado. Quem rouba não vai ficar com eles’, disse. ‘A campanha servirá para espalhar a informação de que quem adquirir essas peças procuradas estará cometendo crime de receptação’, disse a delegada.’


 


ENTREVISTA / HUGO CARVANA
Patrícia Villalba


‘Os cineastas brasileiros se dão muita importância’


‘‘Ah, não, não me diga isso’, reage Hugo Carvana num suspiro, quando descobre que o propósito da entrevista é repassar seus 70 anos de vida, mais de 50 deles vividos principalmente no cinema. Decerto, sabe que poderia virar a noite naquele bar do Leblon contando histórias. Do Dino de Vai Trabalhar Vagabundo (1973), seu personagem inesquecível, até o Belisário, da última novela, Paraíso Tropical. De Glauber Rocha a José Padilha. Do Rio de Janeiro dourado de Se Segura Malandro até a cidade vermelho-sangue de Tropa de Elite.


Boêmio de ocasião que virou símbolo do malandro carioca sem querer, filho da chanchada e do Cinema Novo, Carvana fala sobre tudo isso. O resto é dar a sorte de estar de passagem pelo Rio e conferir a Mostra Hugo Carvana, que por meio dos seus mais representativos filmes repassa a carreira do ator e diretor no Centro Cultural da Caixa,de hoje ao dia 4 de novembro.


Com 50 anos de carreira, você vê nos filmes de hoje alguma influência do que já fez?


Não, acho que não. Até porque eu faço humor, filmes alegres. E a tendência hoje do cinema brasileiro é a dos filmes mais tensos e dramáticos. Eu poderia lembrar da Rosane Svartzman, que também faz humor. O cinema dela é um contraparente dos meus filmes, eles têm o mesmo DNA.


Será que ainda prevalece a idéia de que o humor é um gênero menor, de que só o drama pode ser intelectualmente respeitável?


É, pode ser. Lamento que os jovens cineastas já comecem sofrendo tanto, com esses filmes doloridos. Para muitos, o humor é uma coisa fácil, quando na verdade não é. E o drama permite que o artista faça um discurso em volta de sua obra. Geralmente os cineastas que fazem filmes pesados querem que sua obra seja revolucionária. O Cinema Novo era isso, o sonho era mudar o mundo. Um diretor cinematográfico se dá uma importância enorme. Dirigir um filme é uma coisa grandiosa, coordenar uma equipe de 80, 100 pessoas. Depois a adulação, as críticas, a imprensa. Tudo isso conduz à vaidade. E se o diretor não tiver cuidado, vai acabar acreditando em si mesmo. E a pior coisa que um artista pode fazer é acreditar em si mesmo.


Como você passou da chanchada para o Teatro de Arena e depois para o Cinema Novo?


Por sorte, eu estava nos lugares certos nas horas certas. Começou tudo na chanchada, que me despertou o desejo de ser ator. Daí, eu fui estudar, fazer uma escola de teatro. Dei um pulo, fui fazer teatro mambembe, viajei pelo Brasil. Por acaso, eu conheci o Teatro de Arena, de São Paulo, que estava fazendo testes para uma temporada no Rio. Eu não sabia, mas era um teatro revolucionário, propunha uma mudança radical na postura teatral. Ali me fiz homem, foi um salto das brincadeiras, da molecagem, para entender mais o homem, suas contradições. Naqueles anos, estou falando de 1958, 59, outro grupo de jovens no Rio tinha vontade de fazer um outro cinema. Esse grupo de jovens quando viu esse grupo de teatro ficou fascinado, se aproximaram. Foi meu terceiro movimento. O destino me chamou, e lá fui eu fazer o Cinema Novo.


Mas os filmes que você fez depois, já como diretor, eram mais próximos da chanchadas do que do Cinema Novo, não?


Aí, você já está me perguntando sobre o meu quarto movimento. Quando eu decidi dirigir, já tinha 20 anos de cinema. Quis o destino que a primeira história, de Vai Trabalhar Vagabundo, estivesse carregada de alegria. Depois, eu descobri que essa alegria vinha da chanchada. Vai Trabalhar Vagabundo (1973) começa com o personagem saindo da cadeia. Fiz esse filme em plena ditadura Médici onde, ao contrário, as pessoas entravam na cadeia. Além da alegria, da brincadeira, que era a chanchada, o filme escondia esse desejo autoral – confesso que não consciente. Foi emblemático o ‘bom dia, professor!’. Eu seria falso se ficasse procurando a angústia, os amores incompreendidos. Meus amores são todos compreendidos. A fome passa longe dos meus filmes, apesar de o banquete não estar dentro deles também.


E A Casa da Mãe Joana, o último filme que você rodou, está pronto?


Estou no maldito processo de captação de recursos para a finalização. É um filme de finalização complicada, tem efeitos de computação gráfica. Se Deus ajudar, vou ter pronto no começo de 2008, para lançar no meio do ano.


Já tem projeto para filmar de novo?


Sim, Não se Preocupe, Nada Vai Dar Certo. Conta a história de um ator que anda pelo interior do Brasil mambembando, é um stand-up comedy. Ele tem um pai, um velho ator que é o seu empresário, um inferno na vida dele. Está no interior do Ceará, quando recebe uma proposta para ser ator na vida real, fingir ser alguém. Ele se assusta, porque a idéia de ser ator na vida real assusta todos nós atores. Ele acaba sendo acusado de um assassinato, todos os indícios levam a ele. Até que seu pai resolve interpretar um advogado, para livrá-lo da cadeia. Sempre que ele reclama desesperado, o pai diz: ‘Não se preocupe, nada vai dar certo. Então, não esquente a cabeça.’


Lembro da abertura do Vai Trabalhar Vagabundo, em que o Dino diz ‘é preciso olhar com otimismo para o futuro’. E, agora, ‘nada vai dar certo’. Deixou de ser otimista?


Eu tenho obrigação de acreditar. Mas a cada dia que passa nesta minha vida de 70 anos, mais eu fico cansado dessa esperança, de esperar. Eu tenho que esperar que o homem mude e que a palavra solidariedade não seja uma palavra apenas, uma coisa de ONG. Digo solidariedade como luta, briga. Eu acredito muito em briga.


Você viu Tropa de Elite?


Vi. Não sou muito fã do filme não. Cinematograficamente é muito bem-feito. Mas não gosto da ideologia do filme. Não é que eu ache fascista, embora me incomode muito a supervalorização daquele personagem, aquele capitão. Mas ele é o resultado disso que eu estava te falando, é aquilo ali, a porrada.


Será que o Dino foi o carioca dos anos 70 e o Capitão Nascimento é o carioca de agora?


Ah, pode ser! Mas não, não acredito. Tem cariocas melhores, tem o Jaguar, o Lan, tantos e tantos. Mas, você tem razão, talvez para uma parte da população, o Rio precise do Capitão Nascimento, e é isso que me incomoda no filme. Ele representa a vingança. Mas o charme do Rio é uma arma de defesa enorme contra isso. Não é à toa que temos o Cristo Redentor abençoando a cidade, não é à toa que temos a Baía de Guanabara. É Deus e o Diabo na terra do sol.


Você encarnou um personagem que se tornou ícone de uma época, o malandro. Depois, você mesmo virou ícone, do próprio carioca, é uma referência na cidade. Sentiu-se aprisionado alguma vez por esse tipo de personagem?


Um pouco. Na verdade, não fiz nada para isso, infelizmente, a mídia carimba. E como eu fiz Vai Trabalhar Vagabundo, que teve tanta repercussão, me carimbaram de malandro e pronto. Eu fiz outros filmes que tinham esse DNA de malandro, um radialista louco em Se Segura Malandro (1977), no Bar Esperança (1982), um artista irreverente. Mas principalmente uma série de TV que eu fiz, Plantão de Polícia (1979), carimbou definitivamente a minha figura. Eu fazia um repórter policial do Rio que para descobrir fatos freqüentava o bas-fond. Agora, ninguém sabe que eu trabalho como um louco para produzir meus filmes. Todo mundo quer é tomar um chope comigo.’


 


ENTREVISTA / MARCOS PAULO
Leila Reis


‘O público parou de ser fiel’


‘Marcos Paulo sai do gabinete de diretor de Núcleo para dirigir a novela das seis, Desejo Proibido. Com 40 anos de TV, Marcos que estreou como príncipe de contos de fadas no programa infantil Jardim Encantado Caçula, diz que o maior desafio do diretor é administrar o elenco. ‘Se houver uma fruta podre no cesto, o resto certamente apodrece.’ E que, ao contrário de alguns colegas, não cai na tentação de ir para frente das câmeras. ‘Quando estou diretor, não estou ator.’


Fazer a novela das seis não é arriscado? Afinal, todos esperam que ela levante o horário para o que vem a seguir.


Claro que um programa ajuda o outro, mas cada novela tem o próprio público e sua obrigação é conquistá-lo.


O apelo místico de Eterna Magia parece não ter funcionado. Qual a garantia que você tem que uma santa milagrosa vá funcionar?


É sempre um mistério o que vai funcionar. Pode não ter funcionado em Eterna Magia e agradar em Desejo Proibido. Quando dirigi O Beijo do Vampiro fizemos aqueles morceguinhos em computação gráfica porque achávamos engraçados, mas eles assustaram o público e a novela não decolou. Os personagens vampiros também se mostraram assustadores, por isso viramos para a comédia e a audiência respondeu.


Qual é a grande pegada de Desejo Proibido?


A história de amores proibidos. O amor de uma jovem (Fernanda Vasconcelos) por um padre (Murilo Rosa), e o da mulher casada (Letícia Sabatella) com um coronel (José de Abreu) por um jovem (Alexandre Borges). Outro ponto forte é o humor, especialmente no núcleo do prefeito interpretado por Lima Duarte. Estamos trabalhando com um elenco de primeiríssima, que adorou de cara o texto do Walter Negrão.


Na sua opinião, qual é o grande desafio de um diretor?


Escalar o ator adequado ao personagem e juntar o elenco, afinal, ele passa nove meses convivendo diariamente, então a química tem de ser boa. Por isso, às vezes é preciso abrir mão de um ator ou uma atriz para preservar o grupo. Se houver uma fruta podre no cesto, o resto certamente apodrecerá.


O que você faz quando isso acontece? Mata o personagem?


Não, se ele morre é porque estava escrito na sinopse. Mesmo porque quem mata é o autor e não o diretor (risos).


Qual é a saída quando um núcleo não agrada?


Quando não funciona ou é porque não foi bem escrito ou porque os atores não são adequados. Então a gente desloca o foco da história para outro núcleo enquanto trabalha para consertar. Quando a gente acerta a mão, esse núcleo volta ao foco.


Como isso é detectado?


Por meio de pesquisa e dos encontros com as donas de casa. A gente ouve muito e faz ajustes. A preocupação com audiência só vem muito depois.


Você pode dizer qual é o pior pesadelo de um diretor?


Não ter capítulos de frente, não sei trabalhar com a corda no pescoço. Quero tempo para refazer cenas, melhorar. Tenho sorte de trabalhar com autores que me permitem trabalhar assim. O ideal é começar uma novela com 18 capítulos prontos.


Qual é a principal mudança na teledramaturgia desde seu começo?


Eu nasci dentro da TV, porque meu pai (Vicente Sesso) foi ator, diretor e autor. Os ensaios, cenários e figurinos eram feitos dentro da minha casa. Mudou tudo de lá para cá, o ritmo do mundo e das novelas. Antes se tinha um casal de protagonistas, hoje são necessários três ou quatro. É muita pressão porque antes a TV reinava e hoje ela divide seu público com a internet, com canais pagos, DVD. O público não é mais fiel e se tornou muito mais exigente.


Quando você estreou?


Aos 5 anos no teatro, numa peça infantil. Na Tupi, eu fazia muitos príncipes em um programa de auditório – Jardim Encantado Caçula – que encenava contos de fadas. Eu tinha 15 ou 16 anos. Em novelas, foi aos 17 anos, em O Morro dos Ventos Uivantes, em 1967.


A vida de filhos de autores na TV é mais fácil do que a dos outros?


Há uma certa facilidade para entrar, mas como tudo na vida se a pessoa não tiver talento, não vinga.


Qual foi o seu melhor trabalho como ator e como diretor?


Como ator foi em uma novela do Negrão, O Primeiro Amor, em que eu era o líder de uma gangue de motoqueiros. Mas o meu grande papel mesmo foi o Basílio, na minissérie O Primo Basílio. Como diretor, foi a peça As Gralhas, de Braúlio Pedroso. Eu havia acabado de chegar de Nova York, onde tinha ido fazer um curso de direção, e ganhei o prêmio Mambembe de diretor estreante. Na TV, foi a série Plantão de Polícia que eu dirigia e atuava.


Pode dizer para que tipo de público você vai trabalhar?


O público da novela das seis é desatento porque é um momento de muito movimento dentro de casa: as crianças chegam da escola, o marido chega do trabalho, a mulher está às voltas com o jantar. É um telespectador que não é fácil de seduzir, portanto temos de fazer o melhor possível.


Como ator, não é grande a tentação de entrar em cena?


Não, porque até hoje quando eu estou diretor, não estou ator e vice-versa. Não caio em tentação.’


 


TELEVISÃO
Etienne Jacintho


Warner traz estréias


‘O Warner Channel divulgou ontem as novidades do seu fall season. A única surpresa foi Pushing Daisies, série que o canal ainda não havia anunciado. O problema é que a ótima atração só chegará ao Brasil em março do ano que vem. Swingtown, outra aquisição da Warner, vai ficar para junho, no mid season do canal.


Daisies causou certo estranhamento do público americano por sua estética que lembra o visual do filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet, e, apesar de ser uma das melhores estréias deste ano nos EUA, ainda não conseguiu audiência expressiva.


O público, porém, já poderá conferir as novas séries do canal a partir da próxima semana, entre elas, destaque para David Duchovny em Californication no papel de um escritor que só pensa em mulheres, enquanto tenta superar o fim de um relacionamento. A comédia The Big Bang Theory também vale o pacote. As estréias incluem ainda Gossip Girl, Cane e Chuck.


Desta vez, o canal deve espantar a má onda que prejudicou sua grade. Das últimas aquisições da Warner, poucas sobreviveram e a oferta de atrações estava pouco competitiva.’


 


PARATY EM FOCO
Simonetta Persichetti


Cinco dias para ver o melhor da fotografia


‘De hoje até domingo, a conversa nos bares e nas ruas de Paraty vai girar, sem dúvida nenhuma, em torno da fotografia. Cento e vinte nomes ligados a ela estarão por lá. Como em qualquer festival que se preze, além da programação oficial, é no paralelo, nas conversas entre atividades, nos encontros ao acaso que a história floresce.


Nesta edição organizada por Giancarlo Mecarelli, Luiz Marinho, Marcelo Greco e Iatã Canabrava, o foco vai ser a discussão da nova visualidade que a fotografia está buscando e apresentada nos mais variados níveis: ‘As exposições fotográficas do Paraty em Foco deste ano apresentam trabalhos de fotógrafos que buscam deslocar nosso olhar do universo cotidiano, provocando nossas mentes, instigando nossa alma e nosso imaginário’, comenta Marcelo Greco.


Não é possível falar em destaques num festival, visto que muitos são os convidados que vêem para discutir os rumos fotográficos. A abertura do evento fica por conta do fotojornalista David Alan Harvey, colaborador da revista National Geographic e integrante da Magnum. Conhecido por seus ensaios jornalísticos sobre culturas locais, vem ao Brasil, que, aliás, freqüenta e fotografa há sete anos para mostrar semelhanças e diferenças entre culturas e como elas podem conversar e se conhecer via fotografia. Além disso, a estética de Harvey propõe uma aproximação entre as pessoas, ele fica bem perto daquilo que quer fotografar, a exemplo do ‘velho’ e bom fotojornalismo, em que a estética e o conteúdo se equilibram, constituindo uma única linguagem. O ponto alto do evento são as entrevistas diárias realizadas na Casa da Cultura de Paraty. Os profissionais vão apresentar seus trabalhos e em seguida serão ‘sabatinados’ por um entrevistador com a ajuda fundamental do público. Nomes como César Barreto e Marcos Piffer, Claudia Jaguaribe e Tuca Vieira, Bob Wolfenson e J.R. Duran, Marlene Bergamo e Nair Benedicto, Walter Carvalho e Walter Firmo, Cássio Vasconcellos, entre os brasileiros. Os convidados internacionais são: David Griffin, editor de Fotografia da National Geographic, que vai estar ao lado do responsável pela edição brasileira, Matthew Shirt, cronista do Estado, e de Luciano Candisani, fotógrafo, Thomas Hoepker, fotógrafo alemão, ligado à Magnum, Christopher Anderson, canadense, também do quadro da agência francesa, e Leo Divendal, fotógrafo holandês que busca a poética onírica nas imagens que produz.


Outra questão importante que será abordada nestes dias é o colecionismo que cresce também no Brasil: Felipe Chaimovich, curador do MAM, São Paulo, Joaquim Paiva, colecionador, e Pierre Devin, do Centro Regional da Fotografia de Nord Pás de Calais, França, vão procurar entender a bolha que cerca o mercado da fotografia: ‘Nunca se vendeu e comprou tanta fotografia como agora’, diz Iatã Cannabrava. ‘Torna-se, portanto, fundamental entender a dinâmica deste mercado.’ É verdade. Nunca se falou tanto sobre fotografia nos últimos tempos. Festivais da imagem se multiplicam no mundo todo. No Brasil, só em outubro, tivemos o 1º Fórum Latino-Americano de Fotografia da Cidade de São Paulo, o FotoArte em Brasília e agora o Paraty em Foco. E discussões não faltam. Vontade de discutir e aprender também não, visto que os 15 workshops que serão realizados nos 5 dias já estavam com suas vagas esgotadas dias antes do festival ocorrer.


Mas ainda é pouco. Várias exposições também estão programadas, como as de Eustáquio Neves, Leo Divendal, Marie Hippenmeyer, Caio Reisewitz, entre outros.Os meninos do Itaé, ONG que funciona há 20 anos em Paraty e atende quase 500 crianças também mostra suas imagens, resultado de uma atividade ministrada pelo fotógrafo Giancarlo Mecarelli.


Para finalizar um leilão de fotos ocorre no sábado, às 18h30, na Casa de Cultura de Paraty. Mais que um festival, uma verdadeira maratona fotográfica. E tudo isso, é claro, acompanhado das deliciosas cachaças de Paraty. Mais informações no site: http://www.paratyemfoco.com/paratyemfoco/.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 24 de outubro de 2007


ELEIÇÕES
Clóvis Rossi


Uma Argentina desconhecida


‘MADRI – É a primeira eleição argentina, desde a redemocratização (1983), que deixo de cobrir ao vivo e em cores. Computando-se as posses dos generais-presidentes do período 1976/83, foram tantas que até decorei o juramento, que repito de memória: ‘Juro por Dios y por los Santos Evangelios respetar e hacer respetar la Constitución y las leyes de la República Argentina’.


Cheguei até a discutir comigo mesmo se desfazia ou não os compromissos assumidos na Espanha e me oferecia à Folha para cobrir a eleição de domingo.


Agora vejo que fiz bem em não ter tomado a iniciativa, até porque a Folha está mais bem representada pelo time que está lá. Afinal, texto de Rodrigo Rötzsch informa que 72,8% dos argentinos dizem se interessar pouco ou nada por política. Não é a Argentina, pelo menos não é a ‘minha’ Argentina.


Nesta última, não havia rodinha de duas pessoas em qualquer esquina da Florida, o grande calçadão central, que não se transformasse numa animadíssima mesa-redonda sobre política e os destinos da pátria. Todo mundo na ‘minha’ Argentina parecia pós-graduado em sociologia ou política.


Agora, os números citados por Rötzsch mostram ‘graus a mais de degradação num país com antecedentes de primeira grandeza’, como escreve Newton Carlos, provavelmente o jornalista que mais conhece a América Latina.


Ajuda na degradação o fato de o sistema partidário ter implodido completamente, na esteira, aliás, do que aconteceu ou está acontecendo em toda a região. É triste verificar que o que nem a ditadura mais selvagem conseguiu (erradicar os partidos históricos) ocorreu na democracia.


No Brasil tampouco há grande apreço pelos partidos, mas que dê um passo à frente quem tenha uma outra fórmula -e menos ruim- de fazer a intermediação entre o Estado e a sociedade.’


 


HOMENS E MULHERES
Ruy Castro


Pela Maria da Penha


‘RIO DE JANEIRO – Um juiz de Sete Lagoas, MG, freqüentou o noticiário esta semana por declarar ‘inconstitucional’ a Lei Maria da Penha, que protege a mulher contra as agressões do marido ou companheiro. Segundo o juiz, a lei é absurda porque transforma o homem num ‘tolo’, num subjugado ‘sem autoridade’. Diz também o juiz que a desgraça humana começou no Éden, quando Eva tentou Adão. E acrescenta: ‘O mundo é masculino! A idéia que temos de Deus é masculina! Jesus era homem!’.


Peço vênia para discordar. Para mim, o episódio da maçã marcou muito mais a possibilidade de redenção do homem que de sua maldição. Pelo menos, deu um sentido à sua vida: pecar. E não entendo a empolgação do magistrado pelo gênero masculino. Ao contrário, acho que o homem só faz o que faz -constrói submarinos, promove guerras, levanta cidades, pinta capelas, compõe baiões ou escreve ‘Memórias de um Sargento de Milícias’- para se compensar pelo fato de não ter ovários. Sem falar em que, segundo Freud, a maioria dos homens só faz tudo isso para impressionar as mulheres.


A ojeriza do ilustre juiz denota também um certo desprezo pela condição intelectual da mulher. Nesse ponto, ele pode não estar sozinho. Uma avaliação da inteligência na escala animal, feita há tempos pela OMS (Organização Mundial da Saúde), deu o homem em 1º, o chimpanzé em 2º e, creio, o gato em 3º. Baseando-me em meio século de observação empírica, sou mais pela mulher em 1º, o gato em 2º e o chimpanzé em 3º. O homem emplacaria, se tanto, um 6º lugar, depois do pernilongo e do papagaio. Já me convenci, inclusive, de que o homem é só um instrumento usado pelas mulheres para produzir mais mulheres. Pai de duas filhas, não tenho nada contra e achei ótimo ser um elo nessa cadeia de produção.’


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Uns e outros


‘Manchete do UOL, ‘Mesa livra Azeredo’. Da Folha Online, ‘Mesa livra Azeredo’ e depois ‘PSDB aceita negociar CPMF após Mesa livrar Azeredo’. Do site do ‘Estado’, ‘Senadores livram tucano’. No portal G1 e Globo Online, ‘Ações na Zona Sul do Rio vão seguir’ e ‘Cremerj admite furadeira doméstica em cirurgias’.


Do ‘Jornal da Record’, ‘Senado manda arquivar processo contra Azeredo’. ‘Jornal Nacional’, nada.


De outro lado, no blog de Lauro Jardim, ‘a iminente volta de um ressentido Salvatore Cacciola tem tirado o sono de muita gente’, mas ‘no mercado financeiro’.


A BOLSA CONTINUA


No Valor Online e outros, ‘Bolsa volta a se aproximar dos 63 mil pontos’. Antes, textos no ‘Financial Times’ já davam que o mercado de ações aqui ‘deve continuar’ subindo ‘devido ao alto preço das commodities’ -e tomar de outras bolsas da região.


BRICS ‘ESMAGAM’


Também no ‘FT’, ‘Times’, ‘Guardian’ e no sul-africano ‘Business Day’, reportagens sobre lançamentos de ações ‘recordes’ por China e Brasil. ‘Brics esmagam Londres em IPO’, no título do ‘Guardian’


‘NÃO APRENDERAM’


Thompson Financial etc. destacaram as declarações da diplomacia brasileira, desde Genebra, de que a situação para Doha é ‘extremamente perigosa’. E que ‘as pessoas não aprenderam a lição, ainda pensam que podem ignorar as demandas dos emergentes’.


ENERGIA SEM FUTURO


‘New York Times’ e outros deram relatório de comissão científica chamada por China e Brasil a tratar do ‘futuro da energia’. Cobrando energia ‘renovável’, os vilões foram carvão e combustíveis fósseis.


MILHO, NÃO


O ‘Christian Science Monitor’ se somou ao ‘NYT’ e deu o editorial ‘Parar a corrida do ouro ao combustível de milho’. Diz que ‘tirar dos nossos cereais e pôr no tanque não é a resposta ao aquecimento’. E ‘os EUA poderiam abrir suas portas tarifárias ao etanol de cana do Brasil’.


Em texto sobre a ameaça de ‘falta mundial de comida’, o ‘FT’ deu que o problema pode ser ‘mitigado’ liberando o etanol ‘de países como o Brasil’, nos EUA e na Europa.


ARMADA ESPANHOLA


Em sites tipo Valor Online, o ministro Hélio Costa dizia que a Telefônica teria que fazer até ‘desinvestimento’ na TIM, mas a Anatel aprovou a compra e nada citou ‘nesse sentido’. Fez várias e menores ‘restrições’. E o Teletime, mais Reuters e outras, já trazia desde antes o ‘otimismo’ do presidente da Telefônica no país. A Anatel aprovou não só a compra da TIM, mas também da Telemig Celular, e a ex-estatal espanhola passa a controlar o mercado no país.


‘EL PAÍS’ IBERO-AMERICANO


O jornal espanhol, agora com home ‘global’, concentra a cobertura na América Latina, com o correspondente Jorge Marirrodriga e a eleição argentina. E a novidade maior está nos videocasts seguidos sobre a região, com a oposição a Hugo Chávez -e a campanha para o G7 aceitar os Brics.


‘GUARDIAN AMERICA’


O ‘Guardian’ de Londres, até poucas décadas atrás ‘de Manchester’, também abriu home ontem para a América, no caso, apenas para os EUA.


Estreou com a franqueza de avisar que vai, como faz há dois séculos, ‘promover o interesse liberal’. E com uma entrevista de Hillary Clinton.


EDITOR 2.0


O ‘Guardian’ procura um ‘gerente de palavras-chaves’ ou editor de ‘tags’. O ‘Times’ de Londres está contratando um ‘editor de pesquisa para explicar como funcionam o Google, o Yahoo’. O ‘NYT’ já tem o seu há meses. São ‘os editores do século 21’, saúda o blog de mídia BuzzMachine.’


 


INTERNET
Folha de S. Paulo


‘El País’ libera acesso na rede; ‘Guardian’ cria site para EUA


‘Depois do americano ‘New York Times’, ontem foi a vez do jornal espanhol ‘El País’ anunciar mudanças em sua política de difusão pela internet: a partir de 15 de novembro, todo o conteúdo do diário e ainda seu arquivo de textos terão acesso grátis na rede.


O jornal, que anunciou na semana passada plano para se tornar referência ‘global’ em língua espanhola, justificou a decisão argumentando que ela ‘aspira promover a renda publicitária derivada de uma maior audiência na rede’.


O jornal cita ‘o debate nos meios internacionais’ sobre qual modelo comercial vingará na rede e lista mudanças recentes no ‘Times’ e no ‘Financial Times’ -ambos ampliaram o acesso grátis. Até agora, apenas parte das reportagens e colunas estava disponível no portal, que também estreará um canal de TV e terá versão para leitores de fora da Espanha.


‘Guardian America’


Com uma entrevista exclusiva com a pré-candidata democrata Hillary Clinton, o jornal inglês ‘The Guardian’ lançou ontem uma página na rede destinada ao público americano -eles já são um terço dos leitores do site do diário, segundo a própria empresa.


A página terá ênfase em cultura e política. ‘Guardian America vai, sim, promover os interesses da esquerda’, diz o jornalista americano Michael Tomasky, no editorial. Ele diz suspeitar que os leitores americanos buscam o ‘Guardian’ porque ele ‘tem uma visão de mundo um pouco mais aberta do que os jornais americanos’.’


 


Camila Rodrigues


Google Maps Brasil entra no ar hoje e compartilha fotos e rotas


‘Entra no ar hoje a versão do Google Maps com informações para grande parte das cidades brasileiras (maps.google.com.br). O serviço em português já estava disponível, mas agora o usuário tem acesso a resenhas e pode compartilhar sua opinião sobre restaurantes, hotéis, baladas e outros serviços.


Ao clicar sobre um dos itens, na lateral esquerda, o Maps abrirá um balão com informações como telefone, endereço e site. Para oferecer esse serviço, o Google usa a base de dados da Telelistas e do Maplink. Outro recurso curioso é o compartilhamento de fotos nos diversos pontos do mundo.


A grande diferença em relação ao Apontador, um dos serviços de mapas mais relevantes no Brasil, é a possibilidade de o internauta escrever uma resenha, falando sobre um serviço. O Google Maps ainda não disponibiliza informações sobre trânsito, o que já é possível acessar por meio do concorrente.


‘Este é o principal lançamento desde que o Google chegou ao Brasil’, afirmou o presidente do Google Brasil, Alexandre Hohagen. Ele acredita que, assim como a versão brasileira do YouTube levou o país do nono ao quinto lugar em acessos, as visitações ao Maps também deverão aumentar.


Em relação à publicidade, a empresa informa que até o término deste ano haverá espaço para links patrocinados.


Mashup


Sites nacionais que já utilizam o Google Maps em suas páginas podem atualizar para a versão brasileira colocando o endereço brasileiro dentro do código, informou Patrícia Sampaio, gerente de produto do Google.


Quem ainda não utiliza pode entrar em code.google.com e clicar em Google Maps API para inserir um mapa personalizado. Sampaio revela que o Bradesco já está fazendo um mashup para o segmento de imóveis, sob o mesmo conceito do site espanhol casas.trovit.es.’


 


Folha de S. Paulo


Site inteligente reconhece os interesses dos usuários


‘Nasce mais uma promessa da web do futuro. Na última sexta, a empresa Radar Networks anunciou o site Twine (www.twine.com), baseado no conceito de busca e compartilhamento de informações conhecido como internet semântica -ou web 3.0. A divulgação foi feita durante o evento Web 2.0 Summit (www.web2summit.com), que aconteceu semana passada, na Califórnia.


Sistemas desse tipo não funcionam com base nas palavras, mas no significado que elas têm. A idéia é que o sistema entregue respostas relevantes aos usuários com base em seus interesses, sua personalidade, seus conhecimentos e sua rede de relacionamentos.


Por enquanto, só é possível se cadastrar no site para receber o convite que dá direito a testar a versão beta, ainda não está disponível.


Em português, twine quer dizer corda de três fios ou barbante.’


 


Principal site do tropicalismo volta ao ar


‘O principal site sobre o tropicalismo (www.tropicalia.com.br) voltou ao ar ontem à noite com uma série de páginas novas, como a que mostra Caetano Veloso e Gilberto Gil cantando, respectivamente, ‘Alegria, Alegria’ e ‘Domingo no Parque’ no festival da Record de 1967.


Criado em 2000 pela produtora cultural Ana de Oliveira, o endereço tem agora cerca de 600 páginas de conteúdo, que cobrem da pré-história do movimento, em Salvador, a seus desdobramentos no Brasil e no exterior. O tropicalismo também será lembrado hoje num debate entre o diretor teatral José Celso Martinez Corrêa e o cineasta Julio Bressane, às 18h30, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (0/xx/21/3808-2020), com entrada franca.’


 


VENEZUELA
Caracas vê maior protesto contra reforma


Fabiano Maisonnave


‘Enfrentando bombas de gás lacrimogêneo da Polícia Metropolitana, bloqueios da Guarda Nacional e militantes governistas, alguns milhares de universitários realizaram ontem em Caracas a primeira grande manifestação de oposição à proposta de reforma constitucional chavista, que prevê, entre outras mudanças, a reeleição indefinida para presidente.


A marcha, convocada por grêmios estudantis de universidades públicas e privadas da capital venezuelana, reuniu-se de manhã na Praça Venezuela, espécie de divisor de águas entre a região leste da cidade, predominantemente opositora, e a centro-oeste, chavista.


Dali, estudantes e simpatizantes dirigiram-se à Assembléia Nacional, onde a proposta de reforma constitucional está sob a terceira e última votação.


‘Vim protestar por meus direitos’, disse à Folha a estudante de arquitetura Alejandra Loreto, 20. Apesar de considerar que vive numa ‘ditadura’, ela disse que irá votar no referendo sobre a reforma, provavelmente em 2 de dezembro.


A poucas quadras do Legislativo, a marcha foi interrompida por uma manifestação de não mais de 20 militantes governistas, alguns com o rosto coberto. Atrás de barreiras da Polícia Metropolitana, controlada pelo chavismo, gritavam: ‘Eles [estudantes] são ‘gusanos’ [vermes], e não venezuelanos’.


‘Não podemos permitir que eles protestem na zona central. Por que vir para cá, onde estão os prédios do governo e a Assembléia? Eles vêm para dizer que nós os agredimos’, disse à reportagem um dos manifestantes chavistas, o assistente de construção José Farias, 27.


Dos estudantes, ouviam-se coros como ‘Tem de estudar, quem não estuda chavista vai virar’ e ‘Esse governo vai cair’.


Depois de alguns minutos, os estudantes retomaram a marcha -previamente aprovada pelo governo municipal- em direção à Assembléia, quando receberam bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral dos policiais, que, em menor número, recuaram e passaram a afastar os militantes chavistas. Na confusão, várias garrafas de vidro e outros objetos foram jogados de ambos os lados.


Tenso, o protesto prosseguiu até encontrar uma nova barreira policial, a uma quadra da Assembléia. Dali, uma comitiva de estudantes foi ao Legislativo entregar um documento pedindo o adiamento do referendo sobre a reforma. Ônibus transportando estudantes do interior foram impedidos de chegar a Caracas por barreiras montadas pela Guarda Nacional no trajeto.


As críticas à reforma constitucional vêm crescendo na última semana, depois que a Assembléia Nacional, de maioria chavista, acrescentou à proposta original uma emenda que suprime o direito ao devido processo legal em caso de estado de exceção. A emenda foi criticada mesmo pelo procurador-geral da República e o defensor do Povo, próximos a Chávez.’


 


FUSÕES E AQUISIÇÕES
Humberto Medina e Elvira Lobato


Agência aprova compra da Way Brasil pela Oi e abre espaço para tele operar TV a cabo


‘Após ter negado, por duas vezes, autorização para a compra da operadora de TV a cabo Way Brasil pela Oi (grupo Telemar), a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mudou de posição e aprovou o negócio.


A decisão foi tomada com o voto de dois novos conselheiros – Ronaldo Sardenberg (indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e Antônio Bedran (indicado pelo PMDB) – e abre espaço para que outras teles passem a operar TV a cabo.


O placar da decisão foi de 3 a 2 a favor da operação, e os diretores ligados a entidades sindicais e ao PT (Pedro Jaime Ziller e Plínio de Aguiar Júnior) foram voto vencido. Também votou a favor o conselheiro José Leite Pereira Filho, na agência desde o governo FHC.


Até ontem, a Anatel entendia que o contrato de empresas concessionárias de telefonia fixa impedia que elas operassem outra concessão em sua área de atuação. Como o serviço de TV a cabo é concessão pública federal, a Oi não poderia comprar a Way TV, que fornece o serviço de TV a cabo em Minas, área em que a Oi tem telefonia fixa.


A agência entende agora que é preciso analisar as cláusulas do contrato de concessão das teles com a Lei do Cabo (8.977, de 1995, que regulamenta a prestação de TV por assinatura por meio de cabo). Na nova interpretação da Anatel, a lei permite que, quando não houver outros interessados em operar TV a cabo em uma determinada região, o serviço pode ser oferecido por uma concessionária de telefonia fixa.


A mudança de entendimento surpreendeu a ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), que decide hoje se entra com ação na Justiça Federal contra a decisão, uma vez que já não há possibilidade de recurso em âmbito administrativo na Anatel. O advogado Pedro Dutra, que assessora a ABTA no processo, disse à Folha que recomendará a via judicial.


‘É uma decisão juridicamente absurda. A norma fala em leilão público, promovido pela Anatel, e o que aconteceu foi um leilão privado na Bolsa. A Anatel vai privatizar os leilões de outorga a partir de agora?’, indaga o advogado.


Em julho do ano passado, a Oi (que, à época, adotava a marca comercial Telemar) arrematou a Way Brasil por R$ 132 milhões, em leilão realizado na Bovespa, em que só aparecerem dois pretendentes: ela própria e a Net Serviços, que não fez proposta de preço.


A Way TV, segundo a Oi, tem hoje cerca de 100 mil assinantes em Belo Horizonte, Poços de Caldas, Barbacena e Uberlândia- todas em Minas.


Segundo o superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Minassian, a área técnica sempre defendeu a posição adotada ontem pelo conselho, de que o leilão feito na Bovespa atenderia à situação de excepcionalidade prevista na lei para que uma tele comprasse uma TV a cabo.


O diretor de Regulação e Estratégia da Oi, Allan Riviere, qualificou a decisão da Anatel de ‘histórica’ para a discussão sobre a convergência entre telefonia, internet e TV paga.


‘Pela primeira vez, no mercado brasileiro, um mesmo grupo econômico detém todas as outorgas para oferecer telefonia fixa, telefonia celular, serviço de acesso à internet em banda larga e televisão por assinatura dentro da mesma região e com a mesma marca’, afirmou. Até então segundo ele, os pacotes multisserviços só eram oferecidos pelas teles com parcerias comerciais.’


 


Marcelo Nino


Costa diz que tele terá de fazer desinvestimento


‘Horas antes do anúncio oficial, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse a jornalistas brasileiros em Genebra que a Anatel havia aprovado a compra da Telecom Italia pela Telefônica, com restrições. Afirmou também que a agência reguladora ‘iria sugerir’ que a Telefônica fizesse ‘desinvestimentos’ no Brasil.


A Anatel, no entanto, só impôs restrições para que a Vivo (que tem como sócia a Telefônica) e a TIM continuem a atuar de forma separada e não anunciou nenhuma medida que pudesse ser interpretada como desinvestimento.


Mais tarde, em entrevista ao Valor Online, Costa disse que, ‘nas entrelinhas’, era possível notar que a Telefônica teria de fazer desinvestimento. O ministro não citou o tamanho do desinvestimento, definição que caberia ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que ainda aprovará a operação.’


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


TVs tentam unificar fusos horários do país


‘Desesperadas com a iminência de terem que gravar as programações geradas no Sudeste para exibi-las até três horas depois, a partir de janeiro, devido à obrigatoriedade de cumprimento do fuso horário imposta pela nova classificação indicativa, afiliadas de todas as redes do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Roraima estão em campanha para que o país tenha um único horário, o de Brasília.


As TVs adotaram projeto do senador Tião Viana (PT-AC), que faz o Acre (-2h em relação a Brasília, -3h no horário de verão) a ter o mesmo fuso de Manaus (-1h/-2h). Os donos de TVs _que já tinham articulado com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), urgência ao projeto_ contavam com um substitutivo a ser apresentado hoje pela deputada Rebecca Garcia (PP-AM), dona da Bandeirantes de Manaus, propondo um único fuso no país.


Mas Rebecca ‘cortou as pernas’ dos radiodifusores. ‘Entendi, após ouvir especialistas e órgãos públicos, que unificar o fuso traria danos até para a saúde. A pessoa que acorda às 6h no Acre passaria a acordar às 3h no horário de verão’, diz.


Presidente da associação das TVs do AM, Rui Alencar diz que as emissoras vão tentar outros projetos de lei: ‘A única solução é acabar com isso [fuso horário]. Senão, em plena era da comunicação em tempo real, vamos ter que mostrar telejornais e jogos de futebol gravados’.


LADEIRA 1 A situação do Corinthians na tabela do Campeonato Brasileiro preocupa muito a Globo. O time é responsável pelas maiores audiências do torneio na Grande SP, principal mercado do país. Deixar de exibir seus jogos seria prejudicial aos anunciantes cotistas, que pagarão R$ 108 milhões em 2008.


LADEIRA 2 Se o Corinthians cair, a Globo terá que exibir em São Paulo a Série B, que hoje repassa à Rede TV!. Cauteloso e otimista, Octavio Florisbal, diretor-geral da Globo, diz que só poderá confirmar (ou não) essa informação daqui a ‘algumas rodadas’. VANGUARDA A MTV já está exibindo vinheta em tela cheia para que pessoas surdas entendam a classificação indicativa.


COMANDANTE O ator Wagner Moura confidenciou a uma amiga que toparia trabalhar na Record caso a emissora compre os direitos de produção de um seriado derivado de ‘Tropa de Elite’. Ele não tem, por opção própria, contrato longo com a Globo.


CAIXA ALTA Os canais Telecine investirão R$ 9 milhões na campanha de lançamento de ‘Cassino Royale’, seu principal lançamento em novembro. É a maior campanha da história dos canais. Mais do que o dobro do que foi investido em 2005 em ‘Shrek 2’ (R$ 4 milhões).


CASA NOVA Ex-Globo e Band, Ignácio Coqueiro irá dirigir a próxima novela das 22h da Record, trama contemporânea a ser escrita por Lauro César Muniz.’


 


MÚSICA
Thiago Ney


Engarrafamento pop


‘Amanhã começa o Tim Festival e, por tabela, a temporada de grandes eventos e shows de música pop deste final de ano. A questão: o público vai ter dinheiro para tanto?


O dólar estável e o encerramento da temporada de shows de verão no hemisfério Norte estão entre os principais fatores que impulsionam a ocupação do calendário brasileiro nesta época, de acordo com produtores ouvidos pela Folha.


Além das atrações já anteriormente anunciadas oficialmente que se apresentam no país, surge mais um nome de peso: o grupo Underground Resistance, um dos mais importantes da história da música eletrônica.


O coletivo, baseado em Detroit, desde 1989 encara o tecno como manifesto político. Liderados pelo músico e produtor Mike Banks, o UR, como é conhecido, se apresentará pela primeira vez no Brasil no Nokia Trends, que acontece em São Paulo em 8 de dezembro.Ao vivo, a música do UR é produzida por sintetizadores, saxofone, bateria, baixo, percussão e teclados. Além do grupo, o festival terá as bandas She Wants Revenge (EUA) e Van She (Austrália), entre outros.


Entre amanhã, quando o Tim Festival inicia a temporada de final de ano com shows da cantora Cat Power, da banda Antony and the Johnsons (ambos norte-americanos) e do brasileiro Toni Platão, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, e dezembro, haverá cinco festivais corporativos, além dos independentes Eletronika e Goiânia Noise e de shows de bandas como Police, Chemical Brothers e LCD Soundsystem.


Verão europeu


Por que tantos eventos concentrados em poucos meses?


‘A grade de shows para a América Latina acontece de setembro a fevereiro, março, no máximo’, afirma Alexandre Cardoso, diretor de marketing do Terra, que promove o Planeta Terra. ‘É difícil tirar uma banda das turnês de verão pela Europa para vir ao Brasil. O custo é alto, não compensa.’


O congestionamento de festivais e shows pode levar a uma saturação? Há divergência.


‘Há uma saturação, sim. É difícil estabelecer o ponto ideal’, opina Monique Gardenberg, da Dueto, responsável pela produção do Tim Festival. ‘A oferta de shows para esse período do ano é determinada pela agenda dos artistas, e esta não é infinita; pelo contrário, é bastante limitada. Sente-se esse reflexo em algumas programações, que saem prejudicadas. Tivemos sorte neste ano, já que a concorrência era assustadora.’


Para Luciane Mauri Matiello, da Nokia, cada evento tem seu nicho de público. ‘Não acredito que tenhamos uma saturação. Nós temos um ‘target’ de público bem definido que conseguimos atingir.’


‘Existe uma demanda e existe público, as pessoas estão dispostas a consumir entretenimento’, diz Cardoso. ‘O que temos de fazer é montar um evento atrativo.’


Para realizar um festival atrativo, as empresas buscam, muitas vezes, os mesmos artistas, o que causa um leilão que joga para cima o cachê.


‘Não tem como fugir disso’, resigna-se Gardenberg. ‘Talvez procurando trabalhar com a maior antecedência possível, mas aí você pode perder no frescor da sua programação.’


Para Gardenberg, há uma ‘crise de formato’. ‘Existe uma acomodação muito grande em torno de um modelo já testado. Não se cria algo novo.’’


 


Gabriela Longman


Paul McCartney faz noite nostálgica em Paris


‘Quarenta e três anos depois de tocar com os Beatles e 35 anos após se apresentar com os Wings, Paul McCartney, 65, voltou ao Olympia, tradicional casa de shows parisiense, anteontem.


Na turnê do recente ‘Memory Almost Full’ (Universal), o britânico surpreendeu a platéia de 2.000 pessoas ao deixar um pouco de lado a carreira solo, num show repleto de sucesso dos Beatles e clima de nostalgia. Das 24 canções, 13 eram da banda de Liverpool.


‘Lady Madonna’, ‘Hey Jude’ ‘Get Back’ e ‘Blackbird’ foram alguns sucessos que o público -em grande parte, quarentões e cinqüentões- cantou em coro, enquanto McCartney se alternava entre o piano, o baixo e o violão acústico. Com sua banda, o músico manteve os arranjos próximos aos originais dos anos 60. O terno azul-marinho e gravata estreita reafirmavam o ‘retorno’ estético à época dos Beatles.


‘Há 40 anos, ser músico parecia algo completamente novo e excitante; agora, continua excitante, mas já não é novo’, disse o músico, em entrevista para cerca de 120 jornalistas, da qual a Folha participou, duas horas antes do show. Segundo ele, a sombra dos Beatles tornou-se algo incômodo apenas na época dos Wings -banda que formou entre 1971 e 1981.


‘Naquela época, eu queria limpar minha mente e ver se conseguia fazer algo diferente. Hoje, simplesmente tenho orgulho de ter pertencido a um dos melhores grupos. Ou o melhor’, ressaltou McCartney, que cantou ainda ‘Let It Be’ e ‘Here Today’ -homenagem a John Lennon composta logo após seu assassinato, em 1980.


Fora da intimidade


‘Questões profissionais, e apenas estas.’ A instrução dada aos jornalistas antes da entrevista impediu qualquer pergunta sobre o processo de divórcio do cantor com a modelo Heather Mills, envolvendo um acordo de 25 milhões de libras (aproximadamente R$ 92 milhões) para que ela silencie sobre os detalhes do casamento.


Feita a ressalva, McCartney respondeu bem-humorado às questões sobre sua carreira: negou que esteja compondo a trilha-sonora de ‘Sherk 4’, negou terminantemente que esteja se aposentando e deu explicações sobre o título do disco novo.


‘A frase [‘memory almost full’] me parece simbólica do que é o mundo de hoje, em que tudo se move muito rapidamente: a caixa de mensagens está sempre quase cheia, e também a mente’, disse o cantor, que prepara o lançamento de ‘McCartney Years’, DVD triplo sobre sua carreira que sai mês que vem no Brasil.


Última chance


A apresentação única gerou uma corrida pelos ingressos -todos foram postos à venda apenas no dia do show, fazendo com que os fãs atravessassem a noite por um lugar na fila. A polícia foi chamada para organizar a aglomeração, e um sistema de pulseiras plásticas foi montado para evitar cambistas.


‘Acho que é minha chance única de ainda ver um Beatle’, disse a gerente de loja Françoise Dicale, 53, ainda na fila. Horas mais tarde, a interpretação de ‘Michelle’ deixaria as senhoras francesas emocionadas.’


 


NOTAS BREVES
Monica Bergamo


Nata


‘Já foram convidados para o conselho da TV Pública os seguintes ‘notáveis’: o ex-ministro Delfim Netto, o ex-TV Globo Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o ex-governador Cláudio Lembo, o advogado José Paulo Cavalcanti, a empresária Ângela Gutierrez e o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos. Falta convidar nomes como MV Bill e o escritor Milton Hatoum.


SAMBA, SUOR


Depois de posar para a ‘Playboy’, Mônica Veloso, mãe da filha de Renan Calheiros, cumpre mais uma etapa do script das celebridades: vai desfilar numa escola de samba. Ela já teve convites da Imperatriz, do Rio, e da Águia de Ouro, de SP. Vai ser madrinha também de um camarote de ‘vips’ de SP.


AO MEU MARIDO


Mônica está perplexa com o fato de muitas mulheres pedirem a ela que dê autógrafos na ‘Playboy’ para que depois entreguem aos próprios maridos. ‘Fiz isso no spa 7 Voltas e no aeroporto de Congonhas’, diz.


MALDIÇÃO DO ROTEIRO


Fernando Meirelles perdeu os originais do roteiro de ‘Blindness’. ‘Parece uma maldição que me persegue’, diz ele em seu blog. É que, anos trás, os roteiros de ‘Cidade de Deus’ e ‘Jardineiro Fiel’ também sumiram.


QUEM DÁ MAIS


A TV Record fez proposta ousada para os produtores de ‘Tropa de Elite’: antecipar a exibição do filme na TV para dezembro. Pelo calendário oficial, o longa só chegaria às telas em 2009, depois de sair das salas de cinema e do lançamento em DVD. A turma de ‘Tropa’ tem reunião hoje na TV Globo, que também disputa o filme de José Padilha.’


 


LITERATURA
Folha de S. Paulo


México cria prêmio Elena Poniatowska


‘A Cidade do México criou o prêmio de literatura para romancistas Elena Poniatowska, que homenageia a ativista política, jornalista e premiada escritora mexicana de ascendência francesa de 75 anos. O prêmio de US$ 50 mil (R$ 90 mil) será concedido ao melhor romance em espanhol publicado no período estipulado pelos organizadores do prêmio.’


 


Alfaguara lançará vencedor do Booker Prize


‘A editora Alfaguara/Objetiva vai publicar no Brasil o romance ‘The Gathering’ (o encontro), da irlandesa Anne Enright. O livro venceu na semana passada o Booker Prize, o mais prestigioso prêmio literário britânico, desbancando os favoritos Ian McEwan (com ‘Na Praia’) e Lloyd Jones (‘O Sr. Pip’). ‘The Gathering’ será o primeiro livro de Enright publicado no Brasil.’


 


FOTOGRAFIA
Folha de S. Paulo


Flickr realiza exposição no MuBE


‘Maior endereço de fotos do mundo, o site leva ao MuBE (av. Europa, 218, tel. 0/xx/11/ 3081-8611) a mostra ‘Apresente seu Brasil ao Flickr’. São imagens sobre o país postadas em uma comunidade do Flickr, com destaque para 27 delas -uma para cada unidade federativa. A mostra, gratuita, afica em cartaz até este domingo (dia 28), das 10h às 19h.’


 


NOVAS MÍDIAS
Camila Rodrigues


TV no celular amplia rede 3G


‘No Brasil, a Anatel anunciou que a rede de terceira geração (3G) será licitada em 18 de dezembro deste ano, processo que deve propiciar cobertura celular em todos os municípios até 2010 e primeiro passo para a expansão da internet móvel de alta velocidade.


Enquanto isso, do outro lado do mundo, aparelhos de segunda geração (2G) se tornam peça de museu ou lixo: em agosto, as vendas desses telefones no Japão caíram 93%, para 17 mil unidades.


Em compensação, cerca de 4 milhões de celulares 3G entraram no mercado nesse mesmo mês, um crescimento de 50,7% em relação ao ano anterior. Os dados são da Associação da Indústria de Tecnologia da Informação e Eletrônicos do Japão.


A entidade atribui o interesse pelo novo sistema ao crescimento de dispositivos habilitados com receptores de canais da TV digital, que totalizavam 11,7 milhões de unidades vendidas no final de julho.


Na última semana, por exemplo, a operadora japonesa KDDI anunciou para novembro uma linha de celulares em cooperação com a Samsung e a Hitachi. Os aparelhos virão com o sintonizador de TV digital 1Seg, presente no PSP (Playstation Portable).


E as discussões em torno das oportunidades que os celulares oferecem terão um palco especial no mês que vem, quando acontece o Mobidec 2007, em Tóquio. Promovido pelo MCF (Fórum de Contéudos Móveis), o evento debaterá temas como publicidade, comércio via celular, TV digital móvel e conteúdo gerado pelo usuário.


Pelo que se vê, em relação à tecnologia celular, o espaço que separa Brasil e Japão é equivalente à distância geográfica entre os dois países.’


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