A Univision Communications Inc., maior grupo de rádio e televisão em língua espanhola dos EUA, informou na terça-feira (27/6) que aceitou o valor de US$ 12,3 bilhões para sua venda a um grupo de investidores liderado pelo bilionário americano-israelense Haim Saban, noticiam Michele Gershberg e Michael Flaherty [Reuters, 27/6/06]. O leilão do grupo Univision, dono de três redes em língua espanhola – Univision, Telefutura e Galavision – , havia sido aberto há quatro meses. Alguns investidores temiam que nenhum acordo fosse concretizado, pois os primeiros grupos submeteram na semana passada ofertas bem menores que o valor estimado de venda.
O consórcio, liderado pelo magnata da mídia da Saban Capital Group, é formado também pelos investidores Madison Dearborn Partners, Providence Equity Partners, Texas Pacific Group e Thomas H. Lee Partners. O grupo ofereceu o valor de US$ 36,25 por ação e comprometeu-se a assumir um valor estimado de US$ 1,4 bilhão em dívidas. Em 2003, Saban e um grupo de investidores compraram a rede de televisão alemã ProSiebenSat1. O empresário construiu sua fortuna bilionária como produtor de programas televisivos, como a série infantil Power Rangers.
Surpresa
A Univision tem 40% de sua programação produzida pela mexicana Televisa, que, para surpresa de analistas, não fez uma nova proposta depois da desistência de quatro parceiros investidores. ‘Estamos surpresos que a Televisa não tenha sido a ganhadora do leilão, dada à relação que tem com a Univision’, opina a analista do Citigroup Eileen Furukawa.
O grupo liderado por Saban ofereceu um valor de 13% a mais do que o oferecido pelo grupo da Televisa, que chegou a fazer três propostas – nenhuma delas aceita. A Televisa – que detém 11% da Univision – informou que continuará a buscar opções no crescente mercado hispânico dos EUA. Até o ano de 2017, a Televisa tem acordo para fornecer parte de conteúdo à Univision. Por ser uma empresa mexicana, a Televisa não pode fazer uma oferta sozinha no mercado americano, já que uma lei federal proíbe que estrangeiros detenham mais de 25% de uma empresa radiodifusora dos EUA.