A diretora-geral da Agência de Biomedicina Francesa, Carine Camby, declarou-se chocada com o comportamento da imprensa na cobertura do primeiro transplante parcial de rosto, realizado na França no fim de novembro. Jornais internacionais revelaram as identidades da doadora e da receptora.
Pela lei francesa, o doador e o receptor não podem ter seus nomes completamente identificados publicamente. Jornais americanos e britânicos publicaram o nome completo da receptora do transplante, uma mulher divorciada de 38 anos, enquanto a imprensa francesa se limitou a divulgar o primeiro nome dela e apenas a inicial do sobrenome. Jornais nos EUA e no Reino Unido também afirmaram que a doadora havia se enforcado – informação negada e classificada pelo irmão dela como ‘sem sentido’.
‘É chocante, escandaloso’, afirmou Carine em entrevista a John Leicester, da Associated Press [14/12/05]. A Agência governamental dirigida por ela é responsável pela administração das listas de espera de pacientes por transplantes. A diretora ressaltou que a anonimidade dos envolvidos no transplante é vital. A receptora, que teve parte de seu rosto destruída por mordidas de um cachorro, recebeu um novo nariz, lábios e queixo, e deve deixar o hospital em algumas semanas.