Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Insegurança atrapalha cobertura, dizem correspondentes

Em pesquisa divulgada esta semana pelo Project for Excellence in Journalism, correspondentes americanos da guerra no Iraque – a maioria veteranos – descreveram as condições no país como as mais perigosas que já encontraram em um conflito. ‘Os resultados surpreenderam e mostram como é difícil e perigoso cobrir esta guerra’, afirma Tom Rosenstiel, diretor do projeto.


Foram entrevistados 111 jornalistas de 29 das 30 organizações de mídia que cobrem regularmente a situação no Iraque e atingem grande parte da audiência americana – apenas uma negou-se a participar do estudo. Pelo menos 50% destes profissionais passaram os últimos nove meses no Iraque e ¾ já cobriram outros conflitos. Os nomes das empresas e dos jornalistas foram mantidos em sigilo, por questões de segurança. A maior parte dos repórteres deu seu depoimento em outubro, um dos meses mais letais para jornalistas no Iraque desde o início da guerra, há quatro anos.


Estes correspondentes têm plena noção dos riscos que correm, e a maioria deles concorda que o clima em Bagdá é de insegurança quase total, com grande parte das regiões da capital consideradas muito perigosas para serem visitadas por ocidentais. Cinquenta e sete por cento dos jornalistas afirmaram que pelo menos um membro iraquiano de sua equipe foi morto ou seqüestrado no último ano.


Jornalistas locais


Quase 2/3 dos que responderam ao questionário afirmaram que a maioria ou a totalidade de suas matérias externas foram apuradas por cidadãos locais, conhecidos como stringers. Ainda assim, 87% dos jornalistas não consideram seguro que estes iraquianos andem pelas ruas carregando laptops, câmeras ou qualquer equipamento que os identifique como profissionais de imprensa.


Novamente, 2/3 dos entrevistados afirmaram que a necessidade de usar repórteres locais – incluindo muitos com pouca ou nenhuma experiência em jornalismo – pode resultar em reportagens incompletas ou com informações inexatas. A maior parte dos jornalistas reconhece que a mídia não tem feito um bom trabalho na cobertura do cotidiano dos iraquianos comuns ou dos esforços de reconstrução do país. Quase ¾ dos jornalistas viajam com seguranças e em veículos blindados. Informações de Richard Pérez-Pena [The New York Times, 28/11/07].