Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

João Wady Cury

‘Ser reconhecido por um dos grandes portais da internet brasileira é uma honra. Servir de inspiração para o nosso concorrente, então, não tem preço. Não é todo dia que isso acontece. É por isso que a equipe da AOL Brasil está comemorando o lançamento da nova home-page do Universo On Line, o UOL. Ficou mais leve, com conteúdo mais selecionado, ou seja, ficou quase igual à home da AOL. A diferença é que lançamos a nossa há seis meses. Ou seja, lançamos moda e servimos de inspiração para a concorrência – e olha que não é a primeira vez que isso acontece. Quer ver?

(INSERIR AQUI A FIGURA QUE ESTÁ SEGUINDO COM AS ASPETAS)

Então veja o que pensam os próprios internautas do UOL, que flagraram a ‘inspiração’ que aquele portal teve na AOL.

· ‘Ao invés de seguir com o padrão UOL resolveu copiar a página da AOL’ (Osmildo)

· ‘Eu senti uma pontinha de homepage da AOL nessa novo visual… hehehehehe’ (Marcel)

· ‘Em vez de dar uma reviravolta como a AOL que a página está linda, e está voltando a conquistar seus clientes’ (Rodrigo)

· ‘Só acho que akelas (sic) notícias que são listadas uma embaixo da outra estão com cara da AOL’ (Denis)

Estes são apenas alguns exemplos de como os internautas do UOL perceberam a mudança. Mas a diferença que você precisa notar está na profundidade do trabalho feito pela AOL. Entre 2002 e 2003 fizemos mais de 20 pesquisas com os internautas para que eles pudessem receber em suas telas o que realmente queriam, algo sob medida, seja do ponto de vista de conteúdo, seja pelo de design. E mais, passamos a utilizar no Brasil o conceito de arquitetura de informação, ordenando os elementos do portal de forma mais amigável.

Todo esse processo deu certo e fomos reconhecidos por quem interessa: o nosso cliente. Mas não é só isso: os gigantes da publicidade mundial também reconheceram. E mais, nos premiaram. A equipe de design da AOL foi a única dos portais brasileiros a ganhar um Leão de Prata no Festival de Cannes em 2003.

Foram vários gols de placa. É claro que prêmios são importantes, mas há algo maior que isso. O reconhecimento da concorrência, como o UOL acaba de fazer. Aliás, é a segunda vez que isso acontece de forma flagrante. A primeira foi no lançamento do próprio UOL, o portal do Grupo Folha. Ou você acha que a escolha do nome UOL foi uma invenção criativa? Claro que não: a AOL já era uma empresa bem conhecida naquela época.

Mas a coisa não pára por aí e já que começou é bom ir até o fim. Claro que isso não é briga de cervejarias, mas seria uma simples coincidência ou uma zecada? Foi uma zecada, claro, um verdadeiro pagode. Veja só.

A AOL Brasil lançou em setembro do ano passado uma coluna diária chamada Toda Imprensa, em que os principais fatos de jornais brasileiros e estrangeiros são resumidos, como um serviço para o internauta. O que fez a Folha na semana passada? Possivelmente inspirou-se na coluna criada pela AOL há seis meses e lançou uma coluna com um nome sugestivo: ‘Toda Mídia’.

Usar a AOL Brasil como referência é um orgulho para toda nossa equipe. Afinal, a Folha e o UOL são importantes e tradicionais veículos do país. Tão importantes que fomos nós, da AOL, que entrevistamos com exclusividade há seis meses o próprio dono do Grupo Folha, Octavio Frias de Oliveira, o último barão da imprensa brasileira ainda vivo.

Depois disso, nossa equipe de jornalistas conseguiu novos furos: enviamos para o Oriente Médio o único jornalista brasileiro a acompanhar os atentados terroristas no Iraque e a fazer a cobertura do terremoto na cidade de Ban, no Irã, e entrevistamos o ex-secretário Nacional de Segurança Pública do governo Lula, Luis Eduardo Soares – que admitiu ter alertado o ministro Antonio Palocci e a então governadora do Rio Benedita da Silva em 2002 sobre as ações obscuras de Waldomiro Diniz.

Com tantas marcas de sucesso em tão pouco tempo, é que nós, da AOL Brasil, precisamos dizer:

Obrigado, UOL! Nós agradecemos a confiança que vocês têm nas nossas escolhas!’



INTERNET
Cleide Carvalho

‘Brasileiros compraram US$ 4,5 bi pela internet’, copyright O Globo, 26/03/04

‘Os brasileiros compraram US$ 4,5 bilhões em produtos pela internet em 2003. O crescimento foi de 163% em relação ao ano anterior. A informação faz parte de um estudo coordenado por Alberto Luiz Albertin, professor de Tecnologia da Informação da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas.

– Mesmo com a contração da economia em 2003, os negócios e os investimentos ligados ao comércio eletrônico aumentaram. São volumes expressivos – afirma Albertin.

Do total de investimentos feitos em 2003 pelas empresas, 0,84% foram destinados ao comércio eletrônico, com o consumidor final ou entre empresas. O valor negociado entre empresas chegou a US$ 12 bilhões no ano passado, o dobro do registrado em 2002.

De acordo com o levantamento, 25% dos recursos investidos pelo comércio em tecnologia foram direcionados para o comércio eletrônico. No setor de serviços, a Internet absorveu 20% dos gastos com tecnologia. Para o professor, as empresas saíram da fase de ceticismo e estão descobrindo que a internet é um excelente meio de comunicação e divulgação:

– Não basta estar na internet. É preciso ter estratégia.

Entre as empresas pesquisadas, 90% usam a internet, das quais 16,05%, para fazer propaganda ou divulgar seus produtos e serviços. O percentual é bem maior do que o de 2002, quando 9,8% das empresas usavam a internet em seu processo de divulgação.

Outro estudo da FGV mostra que o Brasil terminou 2003 com uma base instalada de 20 milhões de microcomputadores. Até maio, deve alcançar 22 milhões:

– A previsão é que a base instalada chegue a 25 milhões, em 2005, e a 30 milhões em 2007. Apenas 11% dos brasileiros têm computador em casa.’



FUNK SEM IBOPE
Daniel Castro

‘Funk afugenta audiência, mostra pesquisa’, copyright Folha de S. Paulo, 28/03/04

‘Pesquisa feita pelo Multishow com 288 assinantes da Net, para orientar a seqüência de gêneros musicais em programas ecléticos de videoclipes, mostra que o funk carioca é o que mais afugenta a audiência.

Segundo o estudo, entre um clipe de rock e um de jazz, por exemplo, deve haver um de MPB ou pop, os gêneros mais aprovados. Quem gosta de pagode, samba e funk rejeita rock. Quem gosta de trilhas sonoras de novelas não combina com jazz. E quem é fã de MPB não vai com funk, axé e eletrônico.

MPB (45%) é o gênero preferido dos assinantes da Net, seguido por rock e pop (40%). Música clássica (6%) é a menos apreciada.

OUTRO CANAL

Prancha

Reynaldo Gianecchini já começou a colocar em prática as aulas de surfe que teve para fazer ‘Da Cor do Pecado’. Terça, vão ao ar cenas dele aprendendo a surfar. Mas, quando tiver que pegar onda de verdade, Giane usará um dublê.

Faz-tudo

Além de assinar a direção-geral e ser o protagonista da próxima novela das sete da Globo, ‘Romance’, Marcos Paulo também vai levar o crédito de colaborador de Antonio Calmon, o autor titular.

Marca

A Record mudou o nome da sua versão do ‘Fantástico’. Inicialmente ‘Impacto’, ‘Domingo Total’ foi rebatizado de ‘Domingo Record’. ‘Domingo Total’ é marca registrada da Rede TV!.’



BAND & RECORD
Laura Mattos

‘Record e Bandeirantes investem em cinema’, copyright Folha de S. Paulo, 28/03/04

‘A exemplo da MTV – que promete produzir seu primeiro longa-metragem ainda neste ano -, Record e Bandeirantes decidiram aproveitar a onda de sucesso do cinema brasileiro.

As duas redes irão criar em breve suas versões da Globo Filmes -o braço cinematográfico da TV Globo- e enveredar pelo mercado de produção de longas.

A estréia da Record Filmes está decidida: será com ‘Eliana em o Segredo dos Golfinhos’. A aventura começa a ser rodada em maio e aproveita a identidade do público infantil com a apresentadora, recordista do canal em faturamento de licenciamento de produtos. De cara, a Record imita a linha da Globo de colocar seu ‘selo’ em filmes da Xuxa, responsável pelos maiores sucessos de bilheteria do país (veja quadro).

‘Eliana’ vai ser filmada em tanques com golfinhos domesticados da Riviera Maia, no Caribe mexicano. A estréia será no próximo verão, quando também deverá ser lançado mais um da série Xuxa.

Já a Bandeirantes ainda não fechou nenhum contrato, mas, segundo a Folha apurou, está em negociação para investir em dois longas. Um deles, ‘Viva Sapato’, está pronto, e a futura Band Filmes entraria para alavancar o lançamento. É uma comédia dirigida por Luís Carlos Lacerda (‘For All’), com os globais Ney Latorraca, Maitê Proença, Marcello Antony e José Wilker no elenco.

O outro em ‘namoro’ com a Band é ‘Coisa de Mulher’, ainda em projeto. A direção deverá ficar com Eliana Fonseca (‘Ilha Rá-Tim-Bum – O Filme’), também escalada para ‘Eliana’.

No mesmo modelo da Globo, Record e Band não deverão investir ‘dinheiro vivo’ na produção cinematográfica. A participação das TVs será com mídia (divulgação dos filmes em seus intervalos comerciais) e, principalmente, com o chamado ‘cross’ mídia.

Esse é um verdadeiro ‘tesouro’ para cineastas: usar os programas de TV para promover o longa.

Assim como personagens de ‘Celebridade’ conversam sobre ‘Sexo, Amor e Traição’, da Globo Filmes, os de ‘Metamorphoses’, da Record, poderão assistir a ‘Eliana’. O formato de Band e Record Filmes está bem longe de ‘uma idéia na cabeça e uma câmera na mão’. A intenção é que longas fiquem por conta de produtoras independentes (como ocorre com a Globo), que têm permissão legal de captar verba pública por leis de incentivo.

A produção de ‘Eliana’ está por conta da Casablanca, que também produz para a Record a novela ‘Metamorphoses’ e o seriado ‘Turma do Gueto’.

O contrato envolveu a empresa da apresentadora, EMB, as produtoras Canal Azul e a mexicana Rio Negro. A multinacional Fox fará a distribuição. O filme está orçado em R$ 5,5 milhões, e a Casablanca já está em processo de captação de verba.

E a Record? Em primeiro lugar, seu papel será ceder a imagem de Eliana. O contrato da apresentadora com a emissora vai até 2006 e prevê sua atuação cinematográfica. É o segredo da Globo: apostar em seu próprio elenco para o cinema, a fim de valorizar a imagem de suas ‘estrelas’ na TV.

A Record deverá conceder R$ 2 milhões em mídia. Considerando o preço dos intervalos, o valor representa quase o dobro de comerciais do que na Globo. Isso sem falar do valoroso ‘cross’ mídia.’

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‘TVs copiam o ‘modelo Globo’’, copyright Folha de S. Paulo, 28/03/04

‘As investidas da Record e da Band na indústria cinematográfica inspiram-se no modelo da Globo Filmes. O braço cinematográfico do grupo, criado em 1998, utiliza a estrutura da TV (comerciais, programas, elenco, diretores) e tem hoje sua marca em nove das dez maiores bilheterias.

O lucro da Globo não é exatamente financeiro. Ela valoriza seus artistas e sua imagem de ‘defensora da cultura brasileira’. Vamos a um exemplo: ‘Xuxa e os Duendes’, da produtora de Diler Trindade. O longa teve custo de R$ 5,8 mi. Captou R$ 3,7 mi por leis de incentivo, e os outros R$ 2,1 mi, com investidores. Nada veio da Globo Filmes, que entrou com divulgação. O filme teve renda bruta de R$ 11,6 milhões, e a Globo ficou com R$ 250 mil.

Por enquanto, a Record Filmes não tem registro em cartório nem é um departamento formalmente criado na TV. A negociação de ‘Eliana’ foi feita com Dennis Munhoz, presidente da TV, e o bispo Honorilton Gonçalves, superintendente-executivo e de produção, da Igreja Universal.

Quem toca o projeto da Band Filmes é Cláudio Petraglia, 73, diretor-geral da rede no Rio, um dos produtores do lendário seriado ‘Vigilante Rodoviário’. ‘Estávamos tocando a idéia da Band Filmes há um ano, mas agora ela tomou forma. O momento é favorável, o preconceito do público com filmes nacionais está acabando’, disse Petraglia à Folha.

Segundo ele, a Band investirá em títulos populares e numa linha voltada ao público mais ‘intelectualizado’. ‘O filme não precisa ser lucrativo financeiramente. O importante é ter ganho à imagem da Band.’ Por trás dessa empreitada está também a intenção de evitar que o governo crie uma lei obrigando a TV a doar parte de seu lucro ao cinema.’



RACIONAIS NA GLOBO
Daniel Castro

‘Racionais, enfim, se rendem à Globo’, copyright Folha de S. Paulo, 28/03/04

‘Racionais MC’s na Globo? Sim. Pela primeira vez, o grupo de rap nacional mais avesso à mídia concordou em ceder um minuto de uma música para a emissora. O feito vai ao ar no próximo domingo, durante o ‘Fantástico’.

A música ‘Negro Drama’ irá compor a trilha sonora do quadro ‘Brasil Total’, ancorado por Regina Casé. O quadro, no ar há um ano, deixará de exibir apenas reportagens produzidas por afiliadas ou produtoras independentes distantes dos grandes centros.

Irá se abrir também para as periferias das metrópoles. A primeira, dia 4, será São Paulo. Depois, virão Porto Alegre e Salvador. A proposta é ‘dar exposição máxima aos que estão de fora’.

O ‘Brasil Total’ paulistano terá sete minutos de Capão Redondo, zona sul, um dos bairros mais violentos da cidade, terra dos Racionais MC’s. Irá intercalar dramatização de um conto de Ferréz, autor do livro ‘Capão Pecado’, com declamações de poesias por moradores do Capão Redondo, entre eles um policial, estudantes e uma merendeira, que participam de saraus organizados pela Cooperifa (Cooperativa da Periferia), liderada por Sérgio Vaz, que atua como narrador do quadro.

Os atores que encenam o conto também são pessoas do bairro. O principal deles trabalha como vendedor de perfumes.

A direção é de Jeferson De, cineasta independente, autor do ‘Dogma Feijoada’, manifesto do cinema negro (e da periferia). Jeferson De dirigiu o curta premiado em Gramado ‘Carolina’, que, coincidência, termina ao som de ‘Negro Drama’.

A produção é da independente Barraco Forte, de Jeferson De. Durante as gravações, houve, é claro, uma ‘mediação’ da Globo, para que o quadro tivesse a linguagem do ‘Fantástico’, segundo Patrícia Guimarães, 31, diretora do ‘Brasil Total’. Jeferson De supervisionou a edição, com equipamentos da Globo. As gravações foram entre 10 e 12 de março.

‘Os Inimigos Não Mandam Flores’, conto escolhido pelo próprio Ferréz para a dramatização, fala de um grupo de amigos que assaltam um banco. Depois da ‘fita’, já na ‘quebrada’, eles discutem a partilha do dinheiro e decidem trair o quarto elemento da quadrilha, que ficou no carro com o malote de dinheiro.

A produção de um ‘Brasil Total’ no Capão Redondo, idéia de Jeferson De, não foi tarefa fácil. Primeiro, foi difícil convencer Ferréz a entrar no ‘esquema Globo’. ‘Inicialmente, ele ficou reticente’, conta a diretora Patrícia Guimarães. Depois, se empolgou. Ele mesmo tratou de ‘escalar o elenco’, que inclui o próprio.

‘O texto tinha muito palavrão, e Ferréz os trocou por outras expressões. Fizemos uma leitura do roteiro, na qual não podia ir mulher, para não quebrar o clima dos manos. O Jeferson foi e sacou que os garotos funcionariam como atores’, diz Guimarães.

Coube a Sérgio Vaz, da Cooperifa, convencer Mano Brown, líder dos Racionais, a ceder a música para a Globo. ‘O Sérgio é mano do Brown. Ele usou o nome do Jeferson e da Globo. Se usasse só o da Globo não iria funcionar. Na Globo, os Racionais lideram uma lista de artistas que não cedem direitos’, relata Guimarães.

‘Negro Drama’ não aparece à toa. Ela ilustra a participação da merendeira Vilma, que declama poemas próprios. Vilma tem um filho, preso, amigo de infância de Mano Brown. Ao ‘Fantástico’, ela conta que foi Mano Brown quem lhe deu o apelido de Negra Drama, por causa de sua luta para tirar o filho da prisão.

A poesia produzida no Capão Redondo, mostrará o ‘Brasil Total’, retrata a realidade das pessoas que moram lá. ‘A da Samantha [Pilar Ferreira, estudante] fala da realidade da mulher. Nem tudo fala necessariamente do crime’, diz Patrícia Guimarães.’