Em crise, a indústria jornalística passa por um período assustador, certo? Segundo Thomas Glocer, executivo-chefe da recém unida Thomson Reuters, a afirmação é verdadeira apenas se aplicada aos jornais. As agências de notícias, diz ele, têm encontrado benefícios na grande fase de mudanças pela qual passa a indústria. ‘Enquanto o paciente não morre, é um período fantástico para as agências. Todos os jornais estão trazendo os repórteres de volta à base, e por isso estão cada vez mais dependentes das notícias das agências’, explicou ele, na conferência All Things Digital, patrocinada pelo Wall Street Journal, realizada na Califórnia.
Glocer afirmou ainda que o impacto do corte de cargos nos jornais, devido à queda de anunciantes e assinantes, já atingiu – positivamente, diga-se – a Thomson Reuters. Apesar de ter anunciado, na semana passada, o corte de 835 cargos, incluindo 140 postos na redação da Reuters, o momento é de reestruturação. ‘Nossa agência está crescendo de 10 a 20% ao ano nos últimos anos; o que significa 3% dos lucros totais, ou US$ 200 milhões’, contou. ‘Escrevemos a matéria uma vez e a vendemos diversas vezes’. A Thomson Reuters foi criada em abril, quando o grupo canadense Thomson comprou a agência britânica Reuters.
Novas mídias
A nova agência tem planos de desenvolver uma nova gama de serviços, como conteúdo específico para cientistas e advogados. Como exemplo, Glocer mencionou um projeto desenvolvido recentemente na Índia para enviar o preço da safra e previsão do tempo para celulares de fazendeiros.
O executivo também afirmou que há planos de promover e explorar o ‘jornalismo cidadão’. ‘Sou um grande defensor de abrir as portas e criar uma relação entre jornalistas cidadãos e alguém que esteja há 20 anos na Reuters. Não importa se você é um fotógrafo ganhador de um prêmio Pulitzer ou se você tem um celular equipado com câmera’. Informações da AFP [29/5/08].