Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornal reformista é fechado pela segunda vez

O principal diário reformista do Irã foi fechado na terça-feira (3/7), menos de dois meses depois de receber permissão para retomar sua publicação. O jornal Hammihan havia sido proibido de circular no país em 2000, após defender o fortalecimento de laços do Irã com os EUA.


Segundo o judiciário, esta última proibição ocorreu para corrigir ‘falhas nos procedimentos legais’ que levaram com que o diário recebesse permissão para voltar a funcionar, em maio. A notificação com a ordem de fechamento também falava, ‘de forma ambígua, sobre o Hammihan ter cometido alguns crimes, mas sem mais detalhes’, afirmou um diretor do jornal.


Descontentamento


A decisão de permitir que o Hammihan reabrisse, no início do ano, parecia refletir a mentalidade entre alguns dos principais líderes iranianos, em sua maioria clérigos xiitas, de que o país precisa abrir um pouco de espaço para vozes de oposição – em meio a um descontentamento crescente com o governo linha-dura do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Os líderes religiosos controlam o judiciário e apoiaram Ahmadinejad nas eleições de 2005. Mas muitos deles passaram a criticar as políticas do presidente, que acusam de ignorar problemas econômicos e de provocar, sem necessidade, o Ocidente em desavenças sobre o programa nuclear iraniano.


O judiciário já baniu mais de cem jornais reformistas nos últimos anos do governo do antecessor de Ahmadinejad, o presidente pró-reforma Mohammad Khatami. Muitos dos profissionais que trabalhavam no Hammihan são reformistas conhecidos no país, que já passaram anos na prisão por se opor às rígidas interpretações das leis islâmicas e por defender reformas democráticas. Informações da AP [3/7/07].