Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalista seqüestrada; tradutor assassinado

Uma jornalista americana foi seqüestrada e seu tradutor iraquiano foi morto por homens armados, no sábado (7/1), em Bagdá, como noticia a Editor & Publisher [7/1/06]. O major Falah Mohamadawi, funcionário do Ministério do Interior, informou que o tradutor contou à polícia, antes de morrer, que o rapto aconteceu quando ele e a jornalista estavam indo encontrar o sunita Adnan al-Dulaimi, líder da Frente de Acordo Iraquiana, coalizão que integra os três maiores partidos sunitas.

O nome da jornalista não foi imediatamente divulgado e ela foi descrita apenas como uma freelancer de 20 e poucos anos. ‘Uma jornalista americana foi seqüestrada. Estamos investigando’, afirmou Elizabeth Colton, porta-voz da embaixada americana. De acordo com o jornal londrino Daily Telegraph, a vítima trabalhava no Iraque desde 2003 como correspondente freelancer e, como muitos jornalistas estrangeiros no país, havia escolhido não usar um carro blindado ou ter seguranças, acreditando que estaria mais segura ao vestir roupas iraquianas e andar em um carro comum.

O local onde foi seqüestrada é dominado por sunitas e é considerado um dos mais perigosos de Bagdá. Segundo a Reuters, imediatamente após o incidente, tropas americanas e iraquianas cercaram a área. De acordo com Samir Najim, vigia do escritório de al-Dulaimi, um carro vermelho com três homens armados interceptou o carro da jornalista e atirou no tradutor antes de levá-la no carro deles e fugir.

A organização Repórteres Sem Fronteiras afirmou em seu sítio [7/1] que estava extremamente preocupada com a repórter. ‘A morte de Alin Ghazi Jack confirma que a imprensa iraquiana continua a ser vítima de clima infernal naquele país. Ainda há chances de uma vida ser salva e pedimos àqueles que, como nós, rejeitam a injustiça para fazer tudo o que for possível para garantir que a jornalista seja libertada. Experiências anteriores confirmam que uma campanha ativa é decisiva nos primeiros dias de um rapto’, declarou.

Território de risco

Rebeldes seqüestraram mais de 250 estrangeiros nos últimos dois anos, com o objetivo de forçar a retirada de tropas americanas do Iraque e prevenir que nações árabes estreitem os laços com o governo de Bagdá. Alguns dos reféns foram mortos, enquanto outros foram libertados depois que o valor do resgate foi pago ou após o pedido de clérigos muçulmanos.

Setenta e seis jornalistas e funcionários da mídia foram mortos no Iraque desde março de 2003 – mais do que no conflito do Vietnã (1955-1977), quando 63 jornalistas foram assassinados. Das vítimas fatais, 56 (73%) eram iraquianas e quatro (5%), americanas. A cidade mais perigosa do Iraque continua a ser Bagdá, com 27 jornalistas e assistentes mortos. A emissora al-Iraqiya foi a que mais perdeu funcionários, com um total de 10 profissionais assassinados.