Jornalistas que trabalham no Telegraph Group, uma das companhias de mídia mais conservadoras da Europa, votaram expressivamente em favor de uma greve no jornal. Segundo a National Union of Journalists (NUJ), sindicato que representa os profissionais da empresa, 83% da equipe afirmaram que apoiariam uma greve, ‘se fosse necessário’. O resultado representa uma extraordinária evolução para o Telegraph, que até o ano passado não tinha um sindicato. A NUJ, que foi reconhecida oficialmente pela empresa apenas em maio de 2003, afirmou que 150 dos 220 membros do sindicato participaram da votação.
O motivo da ameaça de greve, segundo Ciar Byrne [The Guardian, 11/2/04], é a insatisfação salarial dos jornalistas. Depois de ter o valor do salário congelado por um ano, os profissionais tiveram um pequeno reajuste em 2002. Agora, rejeitam o aumento de 3% proposto pela empresa, reivindicando reajuste de pelo menos 8%.
Ao mesmo tempo em que a empresa resiste em dar o aumento, seu dono, Conrad Black, é acusado de pagar a si próprio e a colegas diretores milhões de libras em taxas não-autorizadas.
A votação foi feita no último mês, dois dias após os irmãos Barclay fazerem uma oferta de 260 milhões de libras pelo grupo.