Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas obrigados a identificar fonte

Tribunal canadense ordenou, na sexta-feira (18/1), que dois repórteres do jornal La Presse revelem o nome de uma fonte que vazou a eles um documento do serviço de inteligência do país sobre um homem marroquino acusado de ligação com o grupo terrorista al-Qaeda. Os jornalistas Joel-Denis Bellavance e Gilles Toupin escreveram, em junho, que, de acordo com o tal documento, o suspeito havia conversado com uma pessoa não identificada sobre um plano de seqüestrar um avião em 2000 e acertar um alvo, aparentemente na Europa.

O marroquino, Adil Charkaoui, foi preso em maio de 2003 sob uma medida de segurança que permite que estrangeiros considerados ameaças ao país sejam detidos sem acusações formais. Ele foi libertado em 2005 sob rígidas condições de segurança, entre elas a de usar um bracelete que permitiria a monitoração de seus passos.

Direitos fundamentais

Na semana passada, o juiz Simon Noel determinou que o marroquino tem o direito de saber a identidade da fonte dos jornalistas. ‘Os direitos fundamentais do senhor Charkaoui prevalecem sobre o privilégio jornalístico de proteção de fontes’, declarou o juiz. O jornal de Montreal afirmou que iria apelar da decisão – que foi criticada pela Federação Profissional dos Jornalistas de Quebec. ‘A proteção de fontes é um valor fundamental para o La Presse e sua direção vai apoiar seus jornalistas nesta causa’, afirmou o editor-executivo Eric Trottier.

O documento do serviço de inteligência canadense – cuja existência foi confirmada pelo juiz – acusava Charkaoui de ter sido treinado em um dos campos da al-Qaeda no Afeganistão, em 1998. Noel ressaltou, entretanto, que as informações sobre o marroquino não foram comprovadas. Informações da AFP [18/1/08].