Seis repórteres norte-coreanos se dispuseram a carregar câmeras de vídeo e de fotos em bolsas e casacos, colocando suas vidas em risco, para escrever matérias sobre a fechada Coréia do Norte e divulgá-las para outros países. O videojornalista japonês Jiro Ishimar treinou os repórteres – cinco homens e uma mulher – na China para que eles aprendessem a usar câmeras e computadores. ‘Ensinamos diversas maneiras de escrever notícias, além de abordarmos temas como ética jornalística’, conta. Ishimar fundou, no final do ano passado, a revista Rimjin-gang, publicada em norte-coreano – este mês, ela passa a ser publicada trimestralmente em japonês e, a partir de junho, em inglês. Rimjin-gang é o nome de um rio que fica entre as duas Coréias.
Segundo Ishimar, seus alunos já haviam conseguido levar à China filmagens e fotos do cotidiano em cidades da Coréia do Norte, como Pyongyang. Por causa do rigor nas fronteiras do país – o que dificulta a saída de norte-coreanos – algumas pessoas chegaram a ir à Coréia do Norte para pegar o material e levá-lo à China. ‘O que queremos fazer é muito simples: registrar a realidade dos norte-coreanos’, diz Ryu Kyung-won, um dos repórteres que participam do projeto.
Choi Jini, poeta norte-coreana que se exilou na Coréia do Sul em 1998 e hoje edita a revista, alega que o maior problema da Coréia do Norte é o fato do governo se recusar a ouvir seu povo. ‘O problema do país deve ser resolvido pelos próprios coreanos’, defende. Informações de Teruaki Ueno [Reuters, 3/4/08] e de Hideko Takayama [Bloomberg, 31/3/08].