Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Juiz ladrão, o PT e a imprensa

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. Há mais de 20 anos fala-se em máfia da loteca, escândalos no futebol e tapetões. Fazem-se leis, algumas colam, outras não colam e, de repente, nos defrontamos com o fenômeno primal, aquele que conhecemos desde os tempos da pelada de rua: juiz ladrão. No caso de edílson de Carvalho , juiz ladrão e corrupto. A denúncia da última edição de Veja sobre a máfia do apito mostra como se faz jornalismo investigativo com paciência, determinação e cuidado. Nem sempre tem sido assim.


Duas manifestações sobre a mídia na semana passada repercutem até hoje. e certamente vão ficar para a história. Primeiro foi a nota do Diretório Nacional do PT, na qual os redatores colocaram a mídia a reboque dos partidos de oposição. Falou-se em ‘golpismo midiático’, ‘festival denuncista’, ‘massificação totalitária’ etc.


Nos intervalos democráticos dos últimos 60 anos. jamais vimos um partido político comprometido com o Estado de Direito investir com tamanha fúria contra um dos pilares da República democrática.


Dois dias depois, uma carta aberta da professora Marilena Chaui publicada na Folha também confrontava a mídia. Mas enquanto a nota do PT foi ampla, geral e indiscriminada, a manifestação da professora Chaui foi específica, tópica, relacionada com determinados procedimentos da mídia que ela considera onipotentes e que este Observatório já chamou de prepotentes.


Pergunta-se: o PT está certo nesta avaliação negativa de toda a imprensa? Não haveria exceções? Até há pouco o PT não reconhecia o papel importante desempenhado pela mídia na eleição do presidente Lula? Pouco antes da posse, o então ministro José Dirceu não declarou que a mídia era assunto de interesse nacional? O que mudou e por que mudou? O modelo Hugo Chávez de considerar a mídia como culpada de todas as mazelas deve ser adotado no Brasil? Uma sociedade que não confia na imprensa em quem confiará? É o que vamos tentar saber hoje.