A edição nacional do Los Angeles Times, publicada há 13 anos, já ia mal das pernas. Há alguns anos considerada espécie ameaçada de extinção, era mantida para fortalecer a presença física do jornal em Washington e Nova York. Com os custos altos e a constatação de que grande parte do público da costa leste americana lia o LA Times pela internet, a proprietária Tribune Company já planejava eliminar a versão nacional no começo deste ano. A decisão foi adiada temporariamente, mas o jornal teve seu tamanho e distribuição diminuídos.
Esta semana, o LA Times anunciou a morte, com data marcada, da edição nacional. Em 22/12, ela chega ao fim. Sem choro ou lamento por parte dos pais, que confiam na rede para manter seu público. Segundo o porta-voz David Garcia, o jornal planeja agora dar impulso ao sítio Latimes.com para ‘realçar nossa cobertura de Washington, que acreditamos ser a melhor do país’.
A crise que atinge a imprensa americana levou o LA Times a eliminar, recentemente, 85 postos de trabalho em sua redação. Executivos afirmam que, se a edição nacional – que hoje é compilada por dois funcionários – continuasse, duas outras pessoas perderiam empregos na redação. A decisão de acabar com esta versão menor do jornal teria sido também uma tentativa de salvar estes dois cargos.
O editor-assistente John Arthur afirma que a migração dos leitores para os sítios dos jornais na internet foi outro motivo, e que a perda da edição nacional não fará diferença para o público. ‘Um monte de gente já ia para a internet [para ler os textos], de qualquer maneira’, desabafa. Informações de Katharine Q. Seelye [The New York Times, 14/12/05].