Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Luis Carlos Prestes, revolucionário e sobrevivente

Parece que o Brasil se descobre e se entende através de biografias.

Há pouco tempo foi o monumental retrato de Getúlio Vargas, do jornalista e escritor Lira Neto. Agora, um dos mais diligentes, competentes e corajosos historiadores brasileiros, Daniel Aarão Reis, nos aproxima daquele que foi opositor, vítima e até certo ponto parceiro de Vargas, aquele que durante décadas foi conhecido como o Cavaleiro da Esperança, Luis Carlos Prestes.

Líder militar, estrategista político, respeitado internacionalmente, Prestes é considerado o patriarca da esquerda brasileira. Homem de sete fôlegos, foi um dos mais importantes protagonistas da nossa cena política ao longo de sete décadas: sobreviveu à longa marcha pelos grotões do Brasil na coluna que leva o seu nome, sobreviveu a diversas clandestinidades e a três ditaduras, foi preso, espancado, perdeu a mulher grávida da sua primeira filha num episódio que comoveu o mundo, tomou decisões históricas, idolatrado e criticado, herói e traidor, Luis Carlos Prestes deixa a esfera do mito para voltar a ser um ser humano, vivo e caloroso graças a uma biografia, a arte de refazer vidas e ressuscitar o passado.

Daniel Aarão Reis, quando é que você encontrou Prestes pela primeira vez? (Alberto Dines)

 

Nota do OI: Na noite em que esta edição do OI na TV foi ao ar (terça, 24/4), este Observatório recebeu a seguinte mensagem da historiadora e professora Anita Leocádia Prestes, filha de Luis Carlos Prestes:

“Ao Jornalista Alberto Dines. Ao assistir hoje em seu programa na TV a entrevista de D.A.Reis sobre a biografia de L.C. Prestes, estranhei que o Sr. desconsiderasse meu artigo, em anexo, que repercutiu amplamente na imprensa brasileira. Tratando-se de um programa que pretende levar ao público um debate democrático, por que tal desconsideração? Por que não ouvir outras opiniões? Atenciosamente, Anita L. Prestes”

Alberto Dines responde: O programa foi gravado no início de dezembro passado quando o livro acabara de sair. Àquela altura a crítica da professora Anita Leocádia ainda não fora divulgada. Acredito que no programa exibido em 24/2 a data da gravação estava registrada. Caso não tenha sido, foi uma falha pela qual nos penitenciamos. (A.D.)

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O artigo de Anita Leocádia Prestes pode ser lido aqui.