Na sexta-feira(20/05), o Jornal da Cultura novamente adotou um viés claramente sionista. Após noticiar o encontro entre Obama e Netaniahu, um dos especialistas do JC disse que as pessoas precisam compreender a posição de Israel. Segundo ele, Israel está cercado de inimigos e não tem motivos para confiar no mundo.
E os palestinos? Que motivos eles têm para confiar no mundo?
O mais grave, entretanto, foi o dito “especialista” apelar para o emocionalismo do telespectador retirando do debate dois elementos importantes: a História e o Direito Internacional. A Lei Internacional, que se aplica a todos os Estados (a Israel inclusive), proíbe as guerras preventivas e as guerras de conquista territorial. Em 1967, Israel atacou seus vizinhos preventivamente e ocupou territórios que não lhe foram destinados pela ONU. Tecnicamente pode-se dizer que Israel agiu como um Estado fora-da-lei. Apenas os sionistas difundem e justificam a crença de que Israel pode fazer o que quer ou que a Lei Internacional não se aplica aos israelenses.
O histórico do conflito demonstra que a agressividade de Israel tem sido desmedida. O exército israelense abusa da violência para desocupar terras palestinas desejadas por Israel e executa palestinos desarmados. Há bem pouco tempo, armas proibidas foram usadas contra a população civil em Gaza por aviões de guerra de Israel. A população palestina tem sido sistematicamente punida por Israel em razão das autoridades israelenses não gostarem dos representantes eleitos pelos palestinos.
Já denunciei, neste Observatório, o viés descaradamente pró-israelense. Faço isto novamente porque acredito que o jornalismo público tem que ser ético, manter equidistância das partes em conflito e privilegiar a História e o Direito. O JC precisa parar de servir exclusivamente aos interesses dos sionistas.
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Advogado, Osasco, SP