‘Começou hoje uma das Olimpíadas mais controversas da história. A linda festa de abertura foi acompanhada pelo iG em tempo real e teve destaque especial na capa, com diagramação diferente da habitual.
Um pouco antes da cerimônia, entrou na lista do Último Segundo uma excelente reportagem do The New York Times relatando que o espetáculo foi comandado por artistas que já foram censurados e perseguidos pelo regime chinês, como do diretor de cinema Zhang Yimou.
‘Com quase dois anos de preparações, seu espetáculo busca mostrar ao mundo a nova face da China através de encenações e pirotecnia que, segundo os organizadores, não tem comparação na história dos jogos. De qualquer forma a festa ressaltará uma das realidades de uma China em crescimento: muitos artistas do país agora trabalham com o Partido Comunista e não contra ele’, diz a matéria.
O texto, um pequeno tesouro, não teve nenhum destaque no meio da entusiasmada cobertura.
O iG, mesmo com bom material em mãos, cobre timidamente o lado menos glamuroso e mais polêmico dos Jogos. É preciso ler o que chega, ter os olhos bem abertos para tudo o que ocorre, pensar grande, retratar o quadro mais geral da situação.
É preciso evitar o exagero dos relatos pessoais, que valoriza qualquer detalhe irrelevante e prosaico da vida dos enviados. O tom confessional nascido nos blogues tem seu valos, mas fazem falta as grandes reportagens. Às vezes, elas estão disponíveis. Basta ver.
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Promessa: a melhor cobertura das Olimpíadas na internet (7/8/08)
O iG apresentou ontem a ‘melhor cobertura das Olimpíadas na internet’. O texto é claro: o iG afirma que vai superar a concorrência durante a cobertura destes Jogos Olímpicos. Diz o texto do iG, publicado com chamada na capa do portal.
São boas notícias para os leitores, desde que não sejam apenas mensagem publicitária sem compromisso com os fatos. A melhor cobertura pode significar várias coisas. Mais qualidade, mais quantidade, maior volume de textos publicados, os melhores colunistas, cobertura de competições ao vivo com imagens, uso total de todas as mídias que a internet pode congregar: texto, som e imagens. Os recursos audiovisuais poderão ser usados ao vivo e com gravações.
Das várias possibilidades, o que foi antecipado pelo iG não se destaca pelo volume nem especialmente pelo nome dos colaboradores, que são bons, mas não fogem ao quadro rotineiro dos profissionais a serviço do iG.
A aparência inicial é de que os recursos são restritos, o que em si não é negativo. O importante é saber com que competência os recursos disponíveis serão usados de forma a estabelecer uma diferença inteligente. Há muito tempo a cobertura de grandes eventos não depende mais – apenas – da presença dos jornalistas e especialistas no local. O iG não anuncia o deslocamento exclusivo para Pequim de nenhum de seus repórteres de mais destaque, como Ricardo Kotscho, por exemplo. Apesar disso, conta com a qualidade de profissionais como Flavio Gomes, que já envia posts saborosos, sem qualquer trocadilho, de Pequim. Pelo jeito, o iG vai cobrir, na verdade, com base em material de agências de notícias.
Fazer um contraponto astuto ao exagero e redundância da cobertura poderia até servir como fator de atração de audiência inteligente. Resta saber que opção, entre cobertura massiva e multimídia ou pontual e diferenciada, fará este iG. Ruim seria apenas alardear a melhor cobertura, e não realizar as decisões e providenciar oe meios para isso. O esforço não passaria do anúncio.
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Atraso no iG Clube (6/8/08)
O iG Clube demorou 23 dias além do prazo prometido para divulgar o resultado de uma promoção realizada no dia dos namorados. O prazo prometido para anúncio dos vencedores, que dava um iPod, uma camiseta e um boné ao primeiro lugar, era 14 de julho passado. O resultado só saiu publicado no site do iG Clube no dia 5 de agosto, depois de três internautas enviarem reclamação ao ombudsman.
Veja o que relatam alguns internautas:
‘Gostaria de saber o motivo da demora de quase 1 mês do resultado do concurso do iG Clube Wall-E, pois já se passaram 20 dias sem que fosse dado o resultado e nenhuma justificativa foi falada.’
(Fabrício Agapito Rosa)
‘A não conclusão das etapas de promoções do IG Clube(Wall-e), ou o excessivo atraso no cumprimento das datas previstas em edital ´registrado em cartório´, além de desapontar os participantes, passam a idéia de que foram iniciativas oportunistas e enganadoras; marketing agressivo e desleal, muito conflitante com a boa imagem do iG’
(Fábio de Paula)
‘Participei da promoção Wall-E dia dos namorados do iG Clube, e no regulamento da promoção diz que o resultado com os nomes dos contemplados seria divulgados no dia 14/07/08 no site do iG Clube. Até agora não tem resultado da promoção. Gostaria de saber quem foram os contemplados. Mandei um email para o SAC do site e até agora não obtive uma resposta ou esclarecimento sobre o ocorrido. Estou decepcionada com o iG, é a primeira promoção que eu participo e ocorre isso, acho uma grande falta de consideração com as pessoas que participaram da promoção, que dispuseram de uma parte do seu tempo pra pensar e de forma criativa criar uma boa frase para tentar ser um dos contemplados. Solicito por favor uma resposta, um esclarecimento…Não sei mais a quem recorrer sobre o assunto’
(Liliana Barbosa)
De acordo com a gerente de Marketing de Relacionamento do iG, Samara Brizante, ‘os prêmios foram enviados aos ganhadores no prazo prometido, porém houve uma falha em nosso sistema de divulgação e por isso o atraso na disponibilização da lista de ganhadores. A situação foi regularizada. Sentimos pelo transtorno’.
Desde o Carnaval do ano passado, o iG Clube realizou cem promoções distribuindo prêmios. Nenhuma havia sido contestada, pelo canal do ombudsman, até agora.
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Ás compras (5/8/08)
O novo iG Shopping, em comparação ao formato antigo, apresenta melhorias, mas ainda não é ideal. A versão beta do canal apresenta uma comunidade em que o internauta pode criar seu perfil, participar de fóruns e avaliar produtos. O serviço de comparação de preços em 23 lojas conveniadas continua e funciona bem.
A variedade de produtos, no entanto, ainda não chega ao nível de sites especializados. Na busca por uma TV 29 polegadas, por exemplo, o iG trouxe 13 opções em duas lojas contra 35 em oito lojas de um outro site.
O iG Shopping também apresenta um blog sobre itens de tecnologia. Por que não ampliar isso com novidades, dicas e reclamações sobre produtos dos outros 30 departamentos de compras do canal?
Falta na página do iG Shopping um ‘tira-dúvidas’ em que o internauta tenha, em detalhes, a legislação para compras via internet, prazos de entrega e segurança na questão de dados pessoais e bancários. Mediador das compras em lojas conveniadas, o iG também tem responsabilidade sobre os produtos que anuncia.
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A sangue frio (4/8/08)
A cobertura da morte da inglesa Cara Marie Burk, de 17 anos, é importante o suficiente para que o iG procure superar-se. O termo chocante não consegue dar conta das características do fato. Ao que parece, a julgar pela única versão mais completa, ela foi morta no sábado, 26 de julho, e seu corpo esquartejado por Mohamed D´Ali Carvalho dos Santos, de 20 anos, que seria viciado em drogas.
O caso vem mobilizando grande interesse da imprensa inglesa, mas ocorreu aqui no Brasil, em Goiás, envolve um suspeito brasileiro e suscita inúmeras perguntas que não foram respondidas pelos jornalistas internacionais e menos ainda pelos brasileiros.
O iG vem acompanhando o assunto em diversos textos, em geral curtos, a maioria deles de autoria da Agência Estado, o que garante um registro básico. Falta, porém, contar a história toda, com começo, meio e fim.
É preciso apurar as circunstâncias do fato, de maneira completa e independente. Até agora, como é natural, as principais fontes são policiais e autoridades ligadas a órgãos de segurança. Mas existem muitos parentes, amigos e outras pessoas que deveriam ser procuradas.
As autoridades afirmam, e os veículos de jornalismo reproduzem, que Mohamed D´Ali confessou o crime, o motivo (Cara Marie teria ameaçado denunciar seu envolvimento com drogas) e o local onde despejou as partes do corpo. Graças a esses relatos foram localizados, onde o suspeito apontou, o que a polícia acredita serem partes do corpo da jovem.
Mas, num dos textos do próprio iG que trata da cobertura da imprensa inglesa, aparece perdida a informação de que D´Ali (dado como assassino confesso pelas autoridades, o que é reproduzido pelos veículos jornalísticos) negou a autoria do crime ‘numa entrevista à BBC’. No texto nada mais é dito a respeito dessa versão crucialmente contrária ao que a polícia vem informando.
Na leitura dessa mesma reportagem, fica difícil até precisar onde os fatos ocorreram, se na capital Goiás, ou se na capital, Goiânia. Um mapa, e uma cronologia ajudariam muito a orientar os leitores.
Uma outra reportagem afirma que o suspeito morava sozinho e que a vítima dividia moradia com um namorado.
Outra ainda traz declaração de um delegado segundo quem eles moraram juntos por três meses (até a data do crime?). Não se sabe nem se teria havido participação de outras pessoas no crime supostamente cometido por D´Ali ou no descarte das partes do corpo esquartejado.
A rigor, tudo ainda precisa ser contado. Haveria uma situação em que um repórter seria mais necessário? Ou Goiás fica na verdade mais perto de Londres, e vamos esperar que a esquadra inglesa nos diga como se conta um crime? Ou nem isso, pois o tablóide inglês The Sun nem precisou sair de Londres para fazer duas entrevistas: uma na sexta-feira e outra publicada hoje, em que D´Ali confessa o crime por celular a partir da cadeia onde se encontra.
A remissão e seu labirinto
O cuidado com outro detalhe facilitaria a vida do internauta. O leitor que deseja acompanhar a totalidade dos fatos, percorrendo as remissões colocadas junto aos textos do iG sobre um assunto relacionado, vê-se freqüentemente retornando aos mesmos pontos, como num labirinto, pois os textos podem remetê-lo de volta ao anterior.
Enquanto isso, outros links importantes são deixados de fora, criando uma sensação de desinformação. Hoje, por exemplo, não há nenhuma menção à gravação feita pela polícia e reproduzida pelo Jornal Hoje da TV Globo, e a partir deste, pelo iG na sexta-feira passada. Nela, Mohamed D´Ali aparentemente confessa o crime e tenta subornar os policiais.
Os links já visitados pelo internauta têm que surgir com aparência diferente, com algum sinal de cor que os indique. Isso daria uma referência essencial ao leitor, facilitando sua meta: chegar ao fim.’