Quando a editora sueca Metro International lançou seu primeiro diário gratuito americano, nas regiões de Nova York, Boston e Filadélfia, parecia uma estratégia economicamente viável. Afinal, os gratuitos da Metro são populares em mais de 100 cidades em todo o mundo. Distribuídos em estações de metrô e nas ruas, com artigos curtos e fotos grandes, os jornais são de fácil leitura no trajeto entre casa e trabalho.
Porém, a situação nos EUA não seguiu exatamente como o planejado, noticia a revista britânica The Economist [17/1/08]. Segundo Henry Scott, ex-publisher do Metro New York, os gratuitos – mantidos por anúncios – costumam se tornar rentáveis no terceiro ano de operação. Mas, nos EUA, após sete anos, o Metro ainda coleciona prejuízos: US$ 4,4 milhões apenas no terceiro trimestre de 2007. Há rumores, desta forma, que a Metro pretende vender sua versão americana. Scott vai além: a questão não é mais se o Metro será vendido, mas quando.
Motivos do fracassoEm parte, o Metro não funcionou nos EUA por conta da força dos jornais pagos no país. Os gratuitos não podem oferecer aos anunciantes a audiência em massa dos grandes títulos, como o Boston Globe, por exemplo – que tem tiragem de 380 mil exemplares, comparado a de 160 mil do Metro Boston. As versões americanas do Metro podem ainda não estar oferecendo aos americanos o que eles querem ler. O AM New York, rival do Metro que é distribuído gratuitamente em Nova York, tem obtido sucesso ao focar em cobertura local. O BostonNOW também segue na mesma linha. Já o Metro tende a enfatizar a cobertura nacional e internacional.
Mesmo com algumas dificuldades apresentadas no mercado americano, atualmente existem mais de 40 jornais gratuitos nos EUA. O setor conta ainda com investimentos de grandes editoras: a New York Times Company comprou 49% das ações do Metro Boston em 2005 e o AM New York é da Tribune Company.