Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ministério do Trabalho contesta Folha

Ao longo desta semana, o Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) foi alvo de notícias inverídicas e confusas, publicadas por grandes jornais de circulação nacional e reproduzidas por pequenos jornais estaduais e emissoras de rádio e TV.

O fato mais marcante é o da Folha de S. Paulo, que na terça-feira, 19/9, publicou matéria acusando o ministério de ter liberado 22 vezes mais recursos para a Fundação Unitrabalho do que durante os 8 anos do governo FHC. Fomos surpreendidos com a repercussão da matéria, totalmente baseada em informações que a repórter pegou no site Contas Abertas, de propriedade do deputado distrital Augusto Carvalho (PPS), coligado no DF com o PFL.

Segundo insinuam as matérias, os recursos repassados pelo MTE à Fundação Unitrabalho teriam sido utilizados para pagamento do tal dossiê porque foram liberados no dia 14/9; e os valores repassados na atual gestão seriam 22 vezes superiores aos repassados pelo governo anterior.

No mesmo dia, o MTE divulgou nota à imprensa detalhando a finalidade do convênio entre o MTE e a Unitrabalho, os valores repassados à Fundação tanto na gestão atual quanto na anterior. Curiosamente, a Folha e todos os jornalões e telejornais que reproduziram a matéria da Folha ignoraram os fatos.

Mudou o jornalismo?

Como se pode ver na nota publicada no site www.mte.gov.br, detalhamos que: 1) a Unitrabalho reúne 93 universidades brasileiras – federais, estaduais, públicas e privadas; 2) o repasse de R$ 3,4 milhões, referente ao convênio firmado em 2005, foi depositado na conta da Unitrabalho no dia 18 de setembro; 3) ao contrário do que disse o Contas Abertas, no governo anterior foram repassados R$ 7 milhões, e não R$ 840 mil; no atual foram repassado R$ 14 milhões, sendo que, em 2005, a execução do convênio foi ampliada e, além da avaliação pedagógica externa no PNQ, passou a executar novas atribuições, como curso para formação de gestores públicos.

Diante da insistência da imprensa em ignorar os fatos, mantendo versões equivocadas, o ministro Luiz Marinho decidiu convocar coletiva de imprensa no dia 21/9. A Folha de S.Paulo enviou duas repórteres à coletiva, uma da Folha OnLine (Ana Paula Ribeiro) e outra do jornal impresso (Marta Salomon), a mesma que assinou a primeira matéria baseada em informações do Contas Abertas. Parece que participaram de coletivas diferentes. Na Folha Online, o texto está absolutamente fiel às informações prestadas pelo ministro. O do jornal impresso repete os mesmos erros de informação publicados no dia 19/9.

Nos últimos tempos esta tem sido uma prática recorrente no dia-a-dia do jornalismo brasileiro: as matérias impressas são sempre editorializadas, opinativas e até distorcidas. Mudamos nós ou mudou o jornalismo?

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Assessoria de Comunicação Social do MTE