Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Mudanças na rede britânica provocam preocupações

A BBC planeja diminuir a quantidade de matérias gravadas e aumentar as entradas ao vivo em alguns de seus boletins de notícias, noticia Leigh Holmwood [The Guardian, 6 e 8/11/07]. Os programas mais afetados serão os noticiários One O’Clock News, Six O’Clock News e News 24. O sítio da BBC News também sofrerá ajustes; especula-se que haverá diminuição de 20% em seu conteúdo audiovisual. Uma porta-voz da BBC News alega que a decisão para tais mudanças foi editorial, e não motivada por questões financeiras – a rede pública britânica tem uma previsão de cortes de 5% no orçamento anual nos próximos cinco anos.

Alguns funcionários temem que as mudanças interfiram na qualidade do jornalismo, pois na medida em que os editores são forçados a escolher um menor número de matérias gravadas, eles podem começar a optar pelas que atraiam maior audiência. Uma porta-voz da BBC declarou que, mesmo com a diminuição no número de matérias, a qualidade permanecerá a mesma. ‘Haverá menos atualizações quando houver menos o que dizer, e usaremos nossos repórteres especialistas para aprofundar mais os assuntos’, justificou.

Correndo atrás do prejuízo

Como parte do corte financeiro, a BBC News está em processo de unificação das operações de TV, rádio e internet. Para gerar lucros com sua audiência global, a rede começou a divulgar anúncios no sítio de notícias internacional – que teoricamente não pode ser acessado do Reino Unido. A BBC Worldwide, braço comercial da BBC, espera com isso arrecadar US$ 150 milhões por ano. Atualmente, os banners da British Airways, Airbus e Hublot aparecem na parte superior e no canto direito das páginas. ‘Ter estas marcas globais como parceiros de estréia é uma confirmação do que foi pensado como estratégia na BBC’, opina a diretora administrativa da BBC.com, Kym Niblock.

Muitos internautas, no entanto, não aprovaram a idéia, sugerindo inclusive um serviço de assinatura sem anúncios. Alguns britânicos também reclamaram, alegando que conseguiram ver os anúncios mesmo acessando o sítio do Reino Unido. Uma porta-voz da BBC afirmou que isto deve ter ocorrido com empresas que têm servidores sediados no exterior.